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O Amigo Secreto entre Hartung e Casagrande

Veja como foi o Amigo Secreto de fim de ano entre políticos do Espírito Santo, com a participação de Paulo Hartung e de Renato Casagrande.


Vitor Vogas Colunas

Extra! Extra! Durante as festividades de fim de ano, o Cordel do Severino flagrou a realização de um tradicional amigo secreto entre renomados políticos do Espírito Santo, entre eles Paulo Hartung (PMDB) e Renato Casagrande (PSB). Para surpresa geral, os dois se sortearam e trocaram palavras e presentes. Veja como cada um descreveu o outro*:

 


Renato Casagrande:

“Coube a mim iniciar a brincadeira
Essa lúdica tradição de Natal
Meu amigo já ocupou minha cadeira
E agora a ela torna, afinal

Costumava ser um grande aliado
De bem alto calibre e quilate
Com ele, em 2010, dei um chocolate
Na eleição, quando me fez seu afilhado

Todavia, este meu amigo secreto
Pra mudar de ideia pouco custa
Preferiu me transformar em desafeto
E contra mim lançou-se na disputa

Hoje não é meu amigo predileto
Ao contrário, pois tirou-me de sua rota
Hoje está a cultivar outro projeto
De poder, que incluiu minha derrota

Pôs em xeque as finanças do Estado
E minha capacidade de gestor
Tudo para reduzir o meu legado
E voltar a ser ele o governador

Questionou todos os meus resultados
E o dinheiro que lhe estou deixando em caixa
Tudo isso só pra me botar de lado
E voltar a ostentar a minha faixa

O Estado não deseja governantes
Que pratiquem violência e vingança
Por isso, estarei sempre vigilante
Para defender de ataques minha herança

Vai entrar no Palácio por uma porta
Enquanto tomo outra, bem, não importa
Digo-lhes, enfim, sem mais tardá-lo:
O meu amigo secreto é o Paulo"

(Entrega do presente e abraço constrangido para a foto)

 

Paulo Hartung:

“Meu amigo não era o meu preferido
Para a minha sucessão, em 2010
Mas minha estratégia sofreu um revés
E por isso ele acabou sendo o escolhido

Dado o jogo, achei melhor mudar as cartas
Apoiando-o em detrimento do Ricardo
E assim sua colheita veio farta
De votos, muitos votos, no Estado

Entreguei a ele o Estado em condição
De dar um grande salto para a frente
Porém não vimos isso em razão
De uma gestão pouco eficiente

O Estado foi perdendo o ritmo
E, igualmente, foi perdendo o rumo
O desequilíbrio ficou nítido
Então decidi: ‘Deixem que eu arrumo!’

Resolvi voltar para enfrentá-lo
Pra voltar ao meu antigo espaço
Na campanha, me tornei apenas Paulo
E distribuí milhões de abraços

Uma campanha dura como aço
Com ataques pessoais à família
Mas quem duvidou torceu o braço
Estou energizado, haja pilha!

A casa estava desorganizada
Voltei pra colocar tudo em ordem
Pra quem no início não apostava nada
Agora, se quiserem aplaudir, podem

Bem, o meu amigo, eu não nego,
Já não é bem amigo, é oposição
Mas, como é Natal, agora entrego
Meu presente (de grego) ao Casão

(Entrega do presente e abraço constrangido para a foto)


* Trata-se, naturalmente, de um texto ficcional, livremente baseado em fatos políticos ocorridos desde 2010 e declarações públicas concedidas por ambos ao longo do ano.


Em 2015, toda quarta-feira, confira aqui um novo Cordel do Severino!

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