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Marta tá farta

Vocês viram a entrevista da Marta Suplicy no último domingo? É nela que se inspira o Cordel do Severino da semana


Vitor Vogas Colunas

 

Marta Teresa Smith
de Vasconcellos Suplicy
Deu uma entrevista-dinamite
Mal pude crer quando a li

É cofundadora do PT
Sempre junto ao Lula, em sua aba
Desta vez não pôde se conter:
“Ou o PT muda ou acaba!”

“Já não reconheço o partido
Que colaborei para fundar
Assim como mudei de marido
O partido precisa mudar”

Marta já não reconhece a cria
O PT, bem dito, não o Supla
E acha que o partido deveria
Fazer um necessário mea culpa

Marta, que é especialista em sexo,
Revelou um rol de sacanagens
Críticas que até possuem nexo
Contra as quais os petistas reagem:

“Ora, o que ela quer é um conflito
Pra justificar a sua saída.
Marta já está de despedida...”
Dizem, mas no fundo estão aflitos

Marta, em passados carnavais,
Só diria: “Relaxe e goze!”
Só que desta vez perdeu a pose
No PT prazer não encontra mais

No Turismo, pegou o caos aéreo
Depois mais dois anos na Cultura
Mas se demitiu do Ministério
Quando Dilma renovou a fatura

Com a presidente ela não casa
Logo, francamente e sem firulas,
Lutou internamente pra dar asas
Ao movimento “Volta, Lula”

Sonhou ser candidata em 2010
Mas Lula não quis que ela fosse
Só que, em dois mil e quatorze,
Lula foi o preterido da vez

Marta revelou: “Lula queria
Mas chance pra isso nunca houve
Ele se queixava todo dia:
‘Falo com a Dilma, ela não ouve’.
Tudo um complô do Rui Falcão
Combinado com o Mercadante
Em Lula passaram-lhe o facão
E também deixaram-me distante
O Rui Falcão traiu o projeto
Do partido, que se acovardou
Mercadante hoje é um desafeto
De Lula, de quem se apartou
Aliás, o Mercadante mente
Ao falar da próxima eleição
Mente, pois, descaradantemente
Quer ser o candidato à sucessão.
No novo Ministério da Dilma
De Lula não há um aliado
Os dilmistas é que estão por cima
Nós, lulistas, fomos alijados
Na Cultura, o Juca, que ora torna
Cometeu uma série de desmandos
Mas o que fazer? Estamos fora
Só observando e criticando...”

Marta, enfim, parece enfastiada
Na sua casa antiga, hoje inimiga
E portanto, claro, é assediada
Por uma porção de outras siglas

Tal, portanto, é a encruzilhada
Em que ela se encontra, humilhada
Certo mesmo só que, hoje, Marta
Com o seu PT se encontra farta



Ao longo de 2015, confira aqui um novo Cordel do Severino a cada quarta-feira.

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