Rodney Miranda aparece mal em todos os cenários da última pesquisa Futura sobre Vila Velha publicada em A GAZETA. Os números, somados à tímida movimentação política dele e ao desgaste natural colhido por detentores de mandato, alimentam a desconfiança de que ele jogará a toalha e não será candidato à reeleição. O prefeito, por sua vez, acha graça disso que considera um boato e avalia que suas realizações em plena crise nas finanças o credenciam a fazer frente a qualquer candidato.

"Tem gente querendo voltar que, quando prefeito, tinha dinheiro, mas não teve competência ou vontade política para fazer o que tinha que ser feito", afirmou. Mas o mercado quer saber: Rodney é pré-candidato ou não? "Estou apto a ser candidato, mas vou ter que submeter meu nome à convenção (partidária)", escorrega.

A resposta não é assertiva, mas o bate-papo com o ex-delegado revelou um prefeito muito sereno. Não deixou transparecer nenhum traço de preocupação com o futuro político. Mais do que tranquilo, solto. Pouco lembra aquele político sisudo.

Não mudou por completo, porém. Avisa que não adianta o aconselharem a adotar trejeitos e ações de políticos tradicionais. Não gosta - e, convenhamos, não sabe fazer. "Esse negócio de oba-oba, de pirotecnia, não é comigo".

Do ponto de vista administrativo, Rodney diz se garantir, por causa das realizações em plena crise. "Meu sentimento, na pele, é o de que a população entendeu que somos vítimas da crise". Do ponto de vista político, também: diz que aliados se movimentam por ele e que os novos prazos da legislação eleitoral adiaram as definições. "A população não está interessada nisso (...) temos tempo para fazer as conversas", diz.

É verdade que nem sequer estão confirmados os possíveis adversários de Rodney. Também é fato que as disputas nas principais cidades guardam resquícios da briga entre Paulo Hartung e Renato Casagrande. Em Vila Velha não é diferente. Nesse contexto, a relação do prefeito e seu padrinho político continua a mesma. Ele não deixa transparecer nenhuma insatisfação, o que também combate a versão de que Hartung, prevendo dificuldades com o aliado no município, passaria a um plano B.

"Me diga um movimento que o governador fez contra a minha candidatura. O governador não fez nenhum movimento contra. Também não fez a favor", disse, antes de complementar: "Ele nunca me desanimou. Nunca me disse para não ser candidato", sublinhou.

Rodney tem suas convicções, mas, até agora, nenhum número mostrou que elas foram capazes de reverter o viés negativo de outrora. É muito mais fácil "vender-se" como melhor gestor do que fazer os eleitores compartilharem a mesma ideia.

Fantasmas

A Câmara de Presidente Kennedy deve abrir nesta quinta-feira uma Comissão Especial de Inquérito para apurar a existência de servidores do Executivo que ganham, mas não trabalham. Vereadores da oposição suspeitam que a lista de fantasmas da gestão de Amanda Quinta (PSDB) contemple ex-prefeito e até um vereador. Será que existe isso numa cidade tão rica e eficiente como essa?

Base de Amanda

O presidente da Câmara Jacimar Marvila (PP) defende a prefeita. Para se ter ideia do tamanho do vínculo, dia desses, ele fez o seguinte apelo aos pares: "Peço encarecidamente aos senhores vereadores que o que acontecer na Câmara fique aqui. Levem para o Executivo coisas boas porque vou lá tentar pegar coisas boas. Não vou pegar coisas ruins".

Vamos conversar

Theodorico Ferraço entrou na jogada para tentar construir um acordo entre Gildevan Fernandes e Euclério Sampaio, autores de relatórios divergentes na CPI dos Empenhos. A continuidade da briga entre ambos da forma como está pode ganhar contornos mais dramáticos. Esse início de acordo fez o quórum da CPI cair nesta quarta-feira.

Filho bonito

Foi só a Justiça suspender a cobrança da taxa de marinha que apareceram vários "pais" para reivindicar a autoria do "filho". Em suas redes sociais, Lelo Coimbra, Luciano Rezende e Ricardo Ferraço propagaram aos seus respectivos seguidores a contribuição que deram para o feito. Nenhum deles, claro, mencionou os outros dois.

Cena política

Aos 51 anos, Rodney Miranda acumula uma cirurgia em cada joelho e em cada ombro. As operações nos membros inferiores são resultado dos tempos de atleta. Já as intervenções nos membros superiores são resultado de estresse do período em que foi secretário de Segurança Pública, conta. Solto ao ponto de fazer um gracejo e outro com naturalidade durante a entrevista, veio com esta: "Se um dia eu romper com Paulo Hartung, vou processá-lo por causa desses ombros", brincou o prefeito.