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Forma-se um novo polo

Confira a coluna Praça Oito deste domingo, 25 de setembro


Seja qual for o resultado das urnas de Vitória no próximo domingo, uma certeza já se pode tirar deste processo eleitoral na Capital: de uma forma meio torta, ele acabou reunindo os ingredientes para a formação de um novo bloco político que pode até ser circunstancial, mas que tem potencial para originar um novo polo político que desafie a hegemonia do polo liderado pelo governador Paulo Hartung.

A consolidação do bloco em questão ficou clara no jantar de adesão à candidatura do prefeito Luciano Rezende (PPS) à reeleição, na última sexta. Ao seu lado estavam o ex-governador Renato Casagrande (PSB) e o ex-prefeito Luiz Paulo (PSDB). Todos já foram grandes aliados de Hartung, mas romperam com ele em algum momento. Hoje nenhum deles reza pela cartilha do Palácio Anchieta.

Ex-secretário de Esportes de Hartung, Luciano o peitou em 2012, venceu aquela eleição e passou de aliado a adversário. Apoiado por Hartung para chegar ao governo em 2010, Casagrande perdeu o cargo para o mesmo em 2014 e, desde aquela campanha, virou o seu arquirrival. Aliado histórico do governador, Luiz Paulo é político de convicções próprias e personalidade forte. Nos últimos anos, já vinha protagonizando algumas batidas laterais, mas ruidosas, com o antecessor na prefeitura. No início do atual processo, a colisão entre ambos foi frontal.

Questionado sobre a formação de um novo polo, Luciano disse não ver as coisas dessa forma. “O que vejo é uma disputa eleitoral democrática, em que esse grupo se formou para defender uma candidatura. Acabando as eleições, nós temos a responsabilidade institucional de conduzir a cidade harmonicamente com o governo do Estado, com o governo federal e com quem quiser ajudar. O barco tem remo para todos que quiserem remar.”

Um tom abaixo do adotado na convenção de Luciano há dois meses, Casagrande preferiu manter o foco sobre a atual eleição municipal, mas frisou que os agentes que compõem essa aliança em Vitória possuem projeto para o Estado:

“Não vou tratar de polo, mas de pessoas que têm identidade nas práticas políticas. Se é polo, se vai ter projeto próprio ou não, ainda é cedo para dizermos qualquer coisa numa visão estadual. As pessoas que estão neste movimento têm experiência política, lealdade e transparência nas relações, e têm projeto para o Estado. Agora, isso não é um assunto que está sendo debatido nessa proporção e com esse intuito. O que estamos fazendo agora é nos unindo, preocupados neste momento com a eleição na Capital.”

Luciano visa Amaro

Discursando em seu jantar de adesão, Luciano mandou uma indiretíssima a Amaro Neto e um recado a quem cogita votar no deputado por razões que ele considera erradas. “Urna não é local de protestos. Tudo bem que a pessoa esteja chateada com a política. Agora, na eleição para prefeito, a pessoa vai entregar a cidade dela para alguém e não pode achar que pode brincar com o voto. A pessoa está chateada e resolve viajar. Mas não vai viajar em um ônibus dirigido por um motorista sem carteira de habilitação. Ninguém faz isso”, metaforizou.

A coluna perguntou a Luciano se o alvo da metáfora era Amaro. Ele preferiu ser mais sutil, mencionando a tal “ameaça” que cita com recorrência na campanha de rádio e TV – o mais perto de alvejar Amaro que ele chega a fazer na propaganda. “Não. Estou fazendo um discurso em defesa da cidade desde o início da campanha. Vitória precisa ser defendida de qualquer ameaça. Para isso, precisamos que as pessoas votem de forma consciente e de forma muito cuidadosa.”

Magno no estilo Magno

Surpreendente e histriônica, a presença do senador Magno Malta (PR) em evento de apoio à candidatura de Max Filho, na última quarta-feira, rendeu um festival de notas e de cenas inusitadas.

Um a menos

Magno está seguro de que, em 2018, o governador PH concorrerá ao Senado com ele e apoiará Ricardo Ferraço à sua própria sucessão no governo do Estado. A troca de posições prevista por Magno entre Hartung e Ferraço pode, em tese, aliviar a concorrência para ele mesmo em seu projeto de ficar no Senado.

“Fácil nunca foi”

Serão duas as vagas em disputa e, com Ferraço fora do páreo, a reeleição de Magno fica menos dura, mas nem por isso fácil, em sua visão: “Eu não sei, até porque nunca disputei eleição fácil no Espírito Santo. A eleição aqui sempre foi todos contra um e um enfrentando todos. E já sou senador pela 2ª vez. Então, do jeito que vier, pra mim tá bom”.

Ministro no sufoco

Diante do ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), o senador apertou-o sem o abraçar em sua vez de discursar no palanque. “Ministro, Vila Velha não foi construída por um engenheiro. Está abaixo do nível do mar. Mas, com oito estações de bombeamento, nós resolvemos o problema das enchentes. Se o senhor puder fazer duas, faça duas. Se puder fazer três, faça três...” E por aí foi.

Terror em Recife

Como bom contador de causos, Magno ainda recordou o episódio em que ele e Araújo se conheceram. “Peço desculpas porque, quando nos conhecemos, eu presidia a CPI do Narcotráfico. E o senhor, muito garoto, presidia a Assembleia de Pernambuco. Eu fui lá pra prender um deputado que era um matador. Cheguei, toquei o terror... depois fui embora e deixei o problema pro senhor resolver.”

Hartung com Marcelo?!?

Em Cariacica, apesar de o PDT estar com Juninho, Rodrigo Coelho gravou vídeo de apoio a Marcelo Santos, a pedido do ex-colega na Assembleia. Segundo o secretário estadual de Desenvolvimento Social, antes de gravar o depoimento, ele consultou Paulo Hartung. O governador, diz Rodrigo, não só o incentivou a atender ao pedido de Marcelo como pediu a ele expressamente que entrasse na campanha do deputado peemedebista.

Rodrigo de prontidão

Em Cachoeiro, Rodrigo está mesmo com Jathir Moreira (SDD), apesar de o seu PDT estar com Marcos Mansur (PSDB). O secretário está nas ruas com os candidatos do PDT a vereador. Só vai aparecer em público ao lado de Jathir se for preciso – ou seja, se Victor Coelho (PSB) ameaçar a vitória do ex-vice-prefeito.

Audifax: “Saí perdendo”

De volta à campanha desde a última sexta, Audifax Barcelos rechaça a tese de que tenha lucrado eleitoralmente com a comoção gerada em torno de seu estado de saúde, que o obrigou a se afastar por 42 dias. “Por um lado, fiquei triste por tudo isso. Era um momento importante para mim, até para comparar os resultados e os princípios. Eu perdi com isso. Eu me organizei para isso, me preparei para fazer o debate. Queria discutir a questão da Guarda. Nossa vontade de ir para esse debate era muito grande.”

A última do Magno

Diante de uma plateia formada por apoiadores de Max Filho, Magno Malta lembrou aos presentes, na última quarta-feira: “Apoiei Max Mauro na eleição para o governo (contra Paulo Hartung) em 2002. E, se aquela disputa tivesse mais dez dias, nós teríamos vencido!” Ao lado do senador no palanque, o vice-governador César Colnago (PSDB), hartunguista de carteirinha, fez que sim com a cabeça. Se até ele admite...

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