Verão

O Gim conquista capixabas e faz sucesso nos bares e praias neste verão

Em casa, nos bares, nos restaurantes mais badalados e na praia, o gim não é só modismo: veio mesmo pra ficar e tem até capixaba produzindo

Sullivan Silva

Publicado em 27/01/2019 às 17h32

As amigas Silvana Araújo e Flávia Vasconcellos adoram tomar gim
As amigas Silvana Araújo e Flávia Vasconcellos adoram tomar gim Foto: Marcelo Prest

Seu aroma seduz, o gosto agrada aos paladares sofisticados, e as poucas calorias atraem aqueles mais preocupados com a forma física. Essas características, associadas à sua leveza, fazem do gim um sucesso em todo o Brasil, principalmente no verão. A bebida ganhou os balcões nos bares e restaurantes mais badalados da cidade, já que rende as mais diversas receitas e está nos encontros de amigos em casa e até mesmo na praia.

Bartender do restaurante Cosmô, Dhiego França notou a mudança de preferência e destaca que as mulheres são as principais consumidoras. “O gim começou a bombar de dois anos para cá. Trabalho com ele a bastante tempo. É um destilado para fazer várias criações, porque é muito aromatizado. Além disso, tem um teor calórico baixo, o que também atrai as mulheres”, afirma ele.

Há quem aprecie a bebida pura, mas entre as principais receitas está a harmonização com frutas adocicadas e cítricas, um mix que agrada à empresária Silvana Araújo, de 43 anos. “É uma bebida leve e refrescante, que vai bem de dia e a noite toda. Além disso, permite misturas que podem ser feitas com água de coco, frutas e flores. Minha receita preferida é com laranja e manjericão. Acho uma combinação perfeita”, disse.

A funcionária pública Flávia Vasconcellos também foi atraída pela refrescância da bebida. “Gosto do sabor, acho leve... Fica com a refrescância e o sabor que escolhemos, sem brigar com os outros sabores. É uma bebida flex. ”, disse.

O bartender David Victor Furlan Pimentel explica que a água tônica potencializa o frescor do gim. Não à toa, o drinque clássico com a bebida é o gim-tônica. “A água tônica têm um sabor mais adocicado e gaseificado, confere um frescor maior ao gim, o que cai muito bem nesse calor”, frisa.

Além das queridinhas receitas clássicas com os uso de água tônica e frutas cítricas, como a laranja e o limão, outra característica que vem chamando a atenção são as inovações com o uso de temperos, como o alecrim, a pimenta e a canela, que agregaram muito sabor e intensidade aos drinques.

“Uso muito os drinques pimentas diversas, sal, e vários tipos de folhas, como o tomilho, rúcula”, pontua o bartender Dhiego França que destaca ainda o uso de pétalas de rosa.

Bacutia ganha barraquinha que oferece drinques com gim

 Tamara Raizer e Ohanna Sgaria: "Faltava isso aqui na Bacutia. A bebida é leve e refrescante. Combina com praia"
Tamara Raizer e Ohanna Sgaria: "Faltava isso aqui na Bacutia. A bebida é leve e refrescante. Combina com praia" Foto: Divulgação

Se os drinques com gim são a cara do verão, eles não poderiam faltar na praias capixabas. E não faltam. Não na Bacutia, em Meaípe, Guarapari, uma das mais badaladas e frequentadas do Estado durante a estação quente. Lá, uma barraquinha faz a alegria dos banhistas que apreciam a bebida entre um mergulho e outro.

O negócio pertence ao engenheiro Marcus Vinicius Casagrande, de 31 anos, que nunca encontrava gim para beber enquanto pegava uma praia. “Um dia, pegando praia com minha esposa Marcella, fiquei com vontade de beber gim tônica. Mas quando fui até os ambulantes do local, nenhum deles trabalhava com essa bebida e nem pretendia trabalhar. Aí tive a ideia de comercializar durante o verão, já que é a bebida do momento, está em todos os lugares”, relata.

E não é que deu supercerto. Tanto que virou point. A arquiteta Tamara Raizer e a miga Ohanna Sgaria que o digam. Elas conheceram e aprovaram os drinques preparados por Marcus Vinicius. “O gim tem sido uma bebida muito consumida, mas a gente não encontrava. Faltava isso aqui na Bacutia. É uma opção mais leve, tem opções com chá de hibisco, coisas saudáveis para uma bebida alcoólica. E isso agrada muito”, disse Tamara, apoiada pela amiga.

Taça de acrílico

A “barraquinha do gim” funciona de sexta a domingo na Bacutia. No local são comercializados quatro tipos de drinques, todos eles com gim-tônica, a R$ 25. Barato não é, mas o gim usado é o inglês Tanqueray, comercializada em todo o mundo. Além disso, a bebida é servida em um taça de acrílico e caso o cliente retorne paga R$ 20.

A princípio, a ideia do engenheiro era oferecer drinques com gin na praia somente durante o mês de janeiro, mas devido ao sucesso, o projeto deve ficar no local até depois do carnaval, na primeira quinzena de março. “Após isso vamos pensar em novos planos para trazer o projeto para a Grande Vitória e atender a novas demanda. O sucesso foi surpreendente”, finaliza Marcus Vinicius.

No conforto de casa

O empresário Gustavo Brandão costuma preparar drinques com gim para   receber os amigos em casa
O empresário Gustavo Brandão costuma preparar drinques com gim para receber os amigos em casa Foto: Marcelo Prest

O empresário Gustavo Brandão, de 31 anos, é apaixonado por gim, e toma a bebida desde 2012 quando fez um curso para a preparação de drinques. Bem receptivo, costuma preparar as receitas para oferecer a seus amigos em reuniões e encontros de conversas descontraídas no conforto de sua casa.

“O gim cai superbem em uma tarde com amigos, piscina e eventos vespertinos. Também acho ótimo quando temos a opção da bebida em casamentos e festas de formatura. É uma boa pedida para essas ocasiões”, afirma o empresário.

Gustavo prefere os drinques no verão, mas acredita que pode ser consumido de forma prazerosa durante todo o ano, dependendo da receita. Na época mais quente do ano, as frutas cítricas ganham destaque em suas preparações pessoais. Outro detalhe é o uso de outro tipo de bebida, só que fermentada.

“Costumo fazer o meu próprio gim. Costumo fazer com frutas vermelhas e espumante. Também gosto da combinação com água tônica, um clássico, e com frutas bem cítricas”, disse Gustavo, que destaca que a bebida têm que ter sabor equilibrado.

“O paladar tem que ser bem apurado, é preciso saber degustar a bebida pra sentir todas os seus toques”, conclui.

Gim produzido no ES

Luiz Flávio e Ari começaram como amantes da bebida, mas o que era para ser um hobby virou um negócio
Luiz Flávio e Ari começaram como amantes da bebida, mas o que era para ser um hobby virou um negócio Foto: Ricardo Medeiros

O sucesso do gim despertou a atenção de empresários de olho em um mercado consumidor que só cresce. E em dezembro o primeiro gim capixaba começou a chegar nos bares e restaurantes do Estado. O empreendimento é dos sócios Luiz Flávio e Ari Oliveira e a bebida é fabricada em Vitória.

“Somos dois apreciadores do gim. A princípio pensamos em fazer apenas por hobby, mas sabendo do potencial resolvemos profissionalizar o negócio. Fomos para São Paulo fazer um curso e começamos a adquirir os equipamentos”, contou Ari.

Ari é fotógrafo de gastronomia e Luiz Flávio designer gráfico, e a criação da dupla foi o gim Dry Cat, que pode ser encontrado em dois tipos: london dry, destilado a seco, preparado com seis ingredientes e com 46% de álcool, e o seco, destilado com a infusão de 11 ingredientes e 42 % de álcool.

 Antes de lançar o produto no mercado, os empresários iniciaram a divulgação no instagram e desde então procura só aumenta. “Fizemos uma experiência. Criamos um produto visualmente agradável e lançamos um instagram para testar a aceitação antes de ele ser lançado. Teve um boom de interessados antes mesmo de a gente ter o produto para pronta entrega. Foi nesse ponto que chamamos nossa engenheira para o criar”, relata Ari.

O gim é uma bebida de origem holandesa feito com uma fruto chamado zimbro e cereais neutros. Como o Brasil é um país de clima tropical, os empresários acreditam no potencial do consumo da bebida em outras épocas do ano, inclusive no inverno, e preparam o lançamento de novos tipos da bebida, como o de hibisco.

“Ele passa do verão para o inverno com muita facilidade. No verão você bebe um gim tônica com ingredientes refrescantes para o dia. Mas se você migrar para um local de temperatura mais fria pode mudar a receita”, disse Ari.