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Chuva: as lições que Florianópolis aprendeu com tragédias passadas

Chuva: as lições que Florianópolis aprendeu com tragédias passadas

Cidade criou várias frentes de prevenção e monitoramento

Publicado em 16 de abril de 2019 às 02:43

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Florianópolis criou Centro de Operações e investiu em radares meteorológicos. (Reprodução/TV Globo)

Tempestades nem tão intensas, mas muito devastadoras atingem várias regiões brasileiras desde o início do ano, totalizando dezenas de mortes. Somente no Rio de Janeiro, foram 10 na última semana. Mas cidades do Brasil e do mundo mostram que é possível se preparar para a nova realidade do clima e evitar transtornos.

Alguns lugares aprendem com a tragédia. Florianópolis, em Santa Catarina, já tinha enfrentado até um furacão, o único registrado no Atlântico Sul, e enchentes históricas. Em 2008, a tragédia atingiu 70 municípios e deixou 135 mortos.

Florianópolis criou Centro de Operações e investiu em radares meteorológicos. (Reprodução/TV Globo)

A reação foi em várias frentes, uma dela é o Centro de Operações integrando todas as áreas do governo e organizações não governamentais envolvidas em prevenção e resposta a desastres.

Polícia Militar e Bombeiros criaram grupos especializados. No vale de Itajaí, onde acontecem as grandes cheias, barragem de contenção estão sendo elevadas para segurar as chuvas mais intensas. “Se não levar em consideração as mudanças climáticas, o investimento vai ser feito errado”, disse.

O Estado investiu em radares meteorológicos que cobrem todo o território e os meteorologistas recebem também imagens de satélite a cada cinco minutos. Mas a grande aposta foi na formação de líderes comunitários.

O fotógrafo Marcelo Ferreira se tornou agente comunitários após uma tragédia: a mãe morreu soterrada. Ele aprendeu a evitar novos desastres. “Através da Defesa Civil conseguimos mostrar o núcleo comunitário da Defesa Civil e tem 21 pessoas da comunidade formada”, disse.

Florianópolis investiu R$ 35 milhões. Em 2008 foram registrados 230 ocorrências graves que alguém morreu ou teve grande perda material. No ano passado foram menos de 20.

FORA DO PAÍS

Em Hong Kong, embaixo do campo de futebol fica um tanque de armazenamento de água da chuva com capacidade para 60 mil m3. China vai construir 16 cidades esponja. (Reprodução/TV Globo)

 

Do outro lado do mundo, a cidade de Hong Kong se preparou para tempestades. A cidade tem praticamente a mesma população do Rio, tanta chuva quanto o Rio e um agravante: há tufões. Nas últimas décadas o volume de chuva só aumentou, mas cenas como essa têm se tornado cada vez mais raras. A cidade investiu em mecanismos de controle de enchentes.

Embaixo de um campo de futebol fica um dos três tanques de armazenamento de água da chuva da cidade. Nele cabem 60 mil metros cúbicos de água, mais que o triplo de capacidade do piscinão da Praça da Bandeira, no Rio

Os moradores recebem alerta no celular informando que vem tempestade, a intensidade dela e se há risco de alagamento ou deslizamento. Muros de contenção, barrancos concretados e construções com solos permeáveis fazem parte do plano.

Uma experiência ainda mais radical toma forma na China, numa região que há séculos convive com a água. A construção de 16 cidades esponja, que têm um chão diferente. O conceito de estrada esponja é substituir superfícies como asfalto e concreto por superfícies que pode absorver a chuva ou água de rios e lagos alagados.

Em Hong Kong, embaixo do campo de futebol fica um tanque de armazenamento de água da chuva com capacidade para 60 mil m3. China vai construir 16 cidades esponja. (Reprodução/TV Globo)

A água penetra no solo e passa por um sistema de filtragem que imita a natureza, depois é liberada lentamente para os rios e lagos, isso vai resolver o problema de falta de água potável e alagamento. A cidade também possui telhados verdes e muitas árvores. Tudo junto deixa a cidade preparada para as mudanças climáticas.

BONS EXEMPLOS

Santa Catarina

- Investimento

- Centro de Operações integrado com todas as áreas do governo e organizações.

- Investimento em radares meteorológico.

- Grupos especializados Polícia Militar e Bombeiros

- Criação de barragens de contenção no Vale de Itajaí

- Formação de líderes comunitários

Hong Kong

- Taque de armazenamento

- Criação de três tanques de armazenamento.

- Alerta a moradores sobre tempestades

- Muros de contenção, barrancos concretados e construções com solos permeáveis.

China

- Criação de 16 cidades

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- Construção de 16 cidades esponja, onde as estradas substituem superfícies como asfalto e concreto e absorve água da chuva.

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