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'Acordei boiando na enchente', diz grávida que mora em Vila Velha

"Acordei boiando na enchente", diz grávida que mora em Vila Velha

Móveis da moradora ainda eram os doados da última enchente

Publicado em 20 de maio de 2019 às 22:54

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Daniele perdeu os poucos móveis que conseguiu comprar depois da chuva de 2018. (Bernardo Coutinho)

Daniele Dias Santos, de 28 anos, está desempregada, grávida de cinco meses e acordou no sábado (18) boiando com o filho e o marido dentro de casa, em Jardim Marilândia, bairro de Vila Velha. Os dois colchões de solteiro improvisados em que ela dormia já eram doados desde a última enchente que carregou tudo do imóvel, em 2018, e por mais um ano ela lamentou o fogão, geladeira, armários e pertences pessoais indo por água abaixo. Ela, que teve que se mudar para um apartamento provisório alugado, é só uma das centenas de pessoas que foram direta e indiretamente afetadas - mais um vez - pelas fortes chuvas que atingiram a Grande Vitória no último fim de

Nos últimos anos, de acordo com ela, o volume de água que entra dentro de casa só vem aumentando e dessa vez, para Daniele, foi o pior ano. "Eu e meu esposo ficamos acordados até umas três da manhã, da sexta para o sábado, para ver como ia se comportar a chuva. Quando decidimos que poderíamos dormir nem no nosso quintal tinha água acumulada ainda. Eu acordei às cinco da madrugada, com o meu filho e meu marido no colchão, boiando dentro do quarto. Não deu para salvar nada, igual à última enchente, um ano atrás", fala.

Desde as últimas chuvas, Daniele relata que nem conseguiu comprar tudo de novo e estava priorizando as coisas do quarto do filho, para dividir os móveis com o bebê que vem aí. "Comprei o guarda-roupas novo e estava prestes a comprar o berço e outros móveis para o neném. Ainda bem que não comprei... Mas mesmo assim estou muito triste, todos os anos a mesma coisa", lamenta. Ela diz que os colchões de solteiro improvisados como cama de casal e alguns outros móveis menores dos quartos foram doados por vizinhos e conhecidos na última ocasião em que perdeu tudo.

"Já tinha perdido cama, colchão... Uma situação muito complicada. Já não tenho mais armários, estantes, móveis de sala e quarto, banheiro", conta.

MUDANÇA

Na noite desta segunda-feira (20), a casa da Daniele e a rua em que ela mora, a Travessa Tabuleiro II, em Jardim Marilândia, ainda estavam alagadas e, por isso, ela não podia voltar para casa com o marido. Antes de voltar para o local, ela terá que arranjar gente para ajudá-la a limpar tudo e ver o que dá para salvar do que ficou no imóvel. Por enquanto, ela se mudou com a família para o apartamento de um conhecido na região, que fica no mesmo bairro.

"Meu filho também está sem aula, ele estuda aqui no bairro, mas não sabemos quando vamos voltar. Meu marido é garçom, trabalha, e eu não estou conseguindo fazer muito esforço por causa da gravidez, então vou depender dos amigos e família para ajudar a limpar tudo lá", afirma, indicando que o local ficou com água barrenta até mais da metade da parede.

Daniele detalha que nesse apartamento provisório está morando com o esposo, o filho, uma sobrinha e a sogra, que também foram afetados. "O dono do bar alugou para a gente, mas também não sei quanto vai custar. Porque não sei quanto ficaremos e não sei quanto custa, mas foi o jeito que encontramos", continua. A mulher ainda terá que fazer alguns exames por conta do bebê. "Tive contato com a água suja e tenho medo de que possa ter contraído alguma doença", finaliza.

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