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Vizinho diz ter visto uma pessoa dentro do prédio que desabou em Itapoã

Vizinho diz ter visto uma pessoa dentro do prédio que desabou em Itapoã

O edifício caiu por volta das 5h30 da madrugada desta sexta-feira (24)

Publicado em 24 de maio de 2019 às 10:47

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Um vizinho que passava perto do prédio que desabou em Itapoã, em Vila Velha, na madrugada desta sexta-feira (24), afirmou para o Corpo de Bombeiros que havia uma pessoa momentos antes do desabamento dentro do edifício. O pescador Roberto Gomes Coutinho, de 40 anos, passou no local por volta das 4 horas. O prédio caiu às 5h30. O Corpo de Bombeiros está no local verificando a informação com o auxílio de cães. 

Segundo Roberto, havia ainda uma motocicleta no estacionamento do edifício. O morador conversou com a reportagem e afirmou que chegou a falar com ele. “Falei bom dia com ele e ele me respondeu. Ele pode ter saído na hora ou pode estar nesses escombros aí”, declarou.

O Corpo de Bombeiros está contando com auxílio de cães para procurar a possível vítima entre os escombros. Os mesmos animais foram utilizados pelas equipes enviadas para Brumadinho, em Minas Gerais, para o resgate de corpos embaixo da lama da barragem que rompeu na Vale.

Após a chegada dos cães, os trabalhos de localização começaram e, de acordo com o tenente-coronel Wagner Borges, todo o procedimento está sendo feito porque o morador declarou ter visto um homem no local. Na primeira parte um dos cães sinalizou positivamente para o possível presença de uma vítima, algo que ainda precisa ser confirmado.

“Um dos cães indicou o local, com o movimento circular, que dá a entender que pode haver alguma coisa. Então nesse momento fazemos a retirada dos escombros para liberar o odor característico no local e saber se há um corpo com vida ou não”, declarou.

O tenente-coronel explicou também que os animais vão sinalizar com latidos após a retirada dos escombros. “O cão vai descartar ou não definitivamente a presença de uma pessoa debaixo dos escombros. Além do movimento, tem o latido característico do cão. Agora com a retirada dos escombros, o cão faz o latido e conseguimos identificar. Não vai dar para precisar se essa vítima (caso tenha) tem vida ou não, mas o cão dá o direcionamento do local”, ponderou.

Ainda de acordo com o coronel, o cão fez o movimento circular próximo do local onde o pescador indicou que tinha uma pessoa antes do prédio desabar. Isso pode ser um indicativo, segundo Wagner Borges, mas precisa ser confirmado.

“Pode ser um indício, mas ainda é muito cedo. Precisamos retirar os escombros. O cão é uma das ferramentas de trabalho. Nas próximas horas vamos poder precisar se há alguma coisa”, finalizou.

DESABAMENTO

O prédio desabou no bairro Itapoã, em Vila Velha, na madrugada desta sexta-feira (24). O edifício de quatro andares andares está localizado na Rua Milton Caldeira e caiu por volta das 5h30.

Segundo moradores, o prédio estava desabitado há pelo menos 14 anos, desde 2005. Os moradores disseram ainda que havia uma placa de interditado no edifício e que a estrutura apresentava várias rachaduras.

BARULHO ASSUSTADOR

A reportagem do Gazeta Online está no local do desabamento. Moradores contaram que o barulho foi assustador. A manicure Ana Claudia Ferreira e o marido Eduardo Ferreira relataram que, no momento da queda, eles olharam pela janela e a rua estava cheia de poeira. O casal só entendeu o que estava acontecendo depois que desceu e viu o desabamento.

Como era o prédio antes de desabar. (Google Maps | Reprodução)

Há muito entulho e o trânsito está interditado. O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil Estadual estão na Rua Milton Cadeiras.

TESTEMUNHAS

Um idoso passava pela rua no momento do desabamento. 

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Eu estava passando aqui exatamente às 5h35 e comecei a ouvir um barulho. Parei para ver e o prédio estava desabando. Negócio de dois, três minutos e desabou tudo

Luiz Carlos Martins
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"TIPO BARULHO DE TROVÃO"

A estudante Natália Valim Fernandes, 14 anos, contou que estava dormindo (veja vídeo abaixo) quando escutou o barulho e só deu tempo de olhar na janela e viu o prédio caindo.

ESTALOS

A cuidadora de idosos Eva Lúcia, que trabalha perto do prédio, já estava acordada quando a estrutura ruiu. "Eu levantei 5h15, estava na cozinha fazendo café e escutei o estrondo. Pensei: o prédio está desabando. Achei que estava desabando para o lado da casa que eu estou, mas, graças a Deus, desabou para o lado da rua. Graças a Deus, eu creio que nada aconteceu. Creio que não tem morador de rua nesse prédio. Só o susto".

Eva diz que o edifício estava rachado e interditado. 

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Ontem à noite eu estava escutando um estalo, eu durmo com a janela aberta, mas não imaginava que fosse o prédio

Eva Lúcia
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"Estou nervosa, com as pernas moles. Trabalho aqui há 4 anos e nunca vi uma coisa dessa não. Nós tivemos um livramento muito grande, inclusive a senhora idosa que eu durmo com ela. Só o susto que foi demais. Muita poeira no momento, mas graças a Deus está tudo bem", afirma Eva.

CORPO DE BOMBEIROS

De acordo o capitão do Corpo de Bombeiros Ivan Loreto, a equipe tenta confirmar se há ou não vítimas. 

"A gente já fez o isolamento inicial, já verificou se algum outro morador foi afetado diretamente, ferido. Verificamos que, graças a Deus, não foi afetado. Acionamos a Defesa Civil de Vila Velha para verificar as estruturas ao redor para ver se foi afetada a parte estrutural das edificações vizinhas".

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A gente está aguardando o grupamento de cães para fazer o trabalho de buscas, porque os moradores relataram a presença de moradores de rua em semanas anteriores, a gente tem que descartar para poder trabalhar com maquinário

Ivan Loreto, capitão do Corpo de Bombeiros
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"O bombeiro não trabalha com dúvida, a gente tem que trabalhar com certeza. Então a gente vai precisar contar com o apoio do cães", reforça Loreto. 

O capitão disse que, a princípio, não pode dar a informação de que o prédio estava interditado. "O que posso falar é que não tinha ninguém residindo no local. O que eu sei até então é dos moradores da região, nada oficial".

Capitão do Corpo de Bombeiros Ivan Loreto. (Eduardo Dias)

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(Com informações de Eduardo Dias e Bernardo Coutinho)

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