> >
Peça 'Flores para os Vivos' ganha o palco do Palácio Sônia Cabral

Peça "Flores para os Vivos" ganha o palco do Palácio Sônia Cabral

O espetáculo, que será encenado no domingo (21), faz parte da conclusão do semestre dos alunos do curso de teatro da escola de arte Fafi

Publicado em 17 de julho de 2019 às 18:19

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Cena da peça "Flores para os Vivos" . (Divulgação/Heytor Gonçalves)

Em "Um Bonde Chamado Desejo", escrito no final da década de 1940 por Tennessee Williams, a exuberante Blanche DuBois (eternizada na Broadway por Vivien Leigh) afirma, em um certo momento: "O oposto da morte é o desejo. Você se admira? Como é possível que se admire?".

A morte, usada como paralelo para a quebra de convenções sociais, conexões políticas, desejos lascivos ou mesmo expressões da sexualidade, pontua o exercício cênico "Flores para os Vivos", que será apresentado neste domingo (21), às 18h, no Palácio Sônia Cabral, em Vitória. Antônio Apolinário é o instrutor e orientador do espetáculo. Por sua vez, a composição dos arranjos e a preparação vocal ficou sob a responsabilidade da professora de canto Priscila Reis.

A apresentação serve para marcar o final do segundo semestre da turma de estudantes do curso de teatro da Fafi, o primeiro da escola de artes após a sua reabertura (fechado por dois anos por conta de uma reforma).

Uma das 15 intérpretes da montagem - que conta com oito cenas -, Karolina Lopes revela que a ideia é fazer um mergulho laboratorial, no qual os os alunos-atores experimentam a criação de personagens e vivenciam o processo criativo de um espetáculo teatral.

"Será uma imersão completa no ato de fazer teatro. Além de atuar, os intérpretes são os responsáveis pela trilha sonora, criações de dança e de sapateado e pela mudança dos cenários ao vivo. A montagem conta com cerca de 80 minutos e todos estão sempre presentes, em várias atividades simultâneas", garante.

CLÁSSICOS

Cena da peça "Flores para os Vivos". (Divulgação/Heytor Gonçalves)

Voltando a "Um Bonde Chamado Desejo", o texto é um dos oito selecionados para compor as cenas de "Flores para os Vivos", sempre tendo o luto como epicentro narrativo.

Todos são clássicos da literatura ou dos palcos: "A Casa de Bernarda Alba" (1936) e "Bodas de Sangue" (1932), de Federico Garcia Lorca; "Maria Stuart" (1801), de Friedrich Schiller; "A Falecida" (1953), de Nelson Rodrigues; "A Mais Forte", de August Strindberg (1889); "Gota D’água" (1975), de Chico Buarque de Holanda e Paulo Pontes; e "Eles não Usam Black-tie" (1958), de Gianfrancesco Guarnieri, completam a seleção.

"A escolha dos textos teve como premissa o tema usado para estudo no semestre, o drama. Os alunos, então, citaram nomes de algumas peças. Curiosamente, a morte e o luto sempre permeavam os escolhidos. Foi uma coisa natural, sem decisão prévia", lembra.

Há, também, o apoio da metalinguagem, que serve para aprimorar ainda mais o conhecimento técnico dos alunos. "Bodas de Sangue", por exemplo, foi eternizado também nos cinemas em 1981, com um trabalho primoroso de direção de Carlos Saura e coreografia de Antonio Gades, um filme que popularizou e definiu padrões para a dança flamenca.

Karolina Lopes, inclusive, interpreta a noiva, uma das protagonistas da obra espanhola, em "Flores para os Vivos". "Assisti ao filme e o trabalho de Saura foi uma influência para compor o personagem", conta, afirmando que a peça tem o mérito de desenvolver nos intérpretes a questão de atuação e postura gestual.

A escolha do Teatro Sônia Cabral também foi uma chance dos alunos exercitarem outras habilidades do curso. "Fomos incentivados a trabalhar todo o processo de produção. não só o ato de encenar. Trabalhamos a noção de mercado, pois tivemos que negociar um espaço e propor toda a produção", adianta.

SERVIÇO

 "Flores para os Vivos" 

Onde e quando: Domingo (21),  às 18h, no Teatro Sônia Cabral. Praça João Clímaco, Centro, Vitória

Este vídeo pode te interessar

Ingressos: R$ R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia). Disponível na bilheteria do teatro, de 12h às 18 horas. 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais