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Crise argentina pode aumentar até preço do pão no ES. Entenda

Crise argentina pode aumentar até preço do pão no ES. Entenda

Argentinos podem deixar de comprar produtos capixabas, além de dificultar a venda de mercadorias importantes como trigo e laticínios

Publicado em 24 de agosto de 2019 às 19:24

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Eleições na Argentina podem fazer o preço do pão subir no ES. (Carlos Alberto Silva)

A iminente volta de um governo considerado populista na Argentina pode afetar até a economia do Espírito Santo. Os capixabas podem sentir desde a redução das exportações ao aumento do preço do pão de sal. Veja o que pode mudar:

Queda no consumo: Acredita-se que se a chapa formada pela ex-presidente Cristina Kirchner e por Alberto Fernández vencer piore ainda mais a economia Argentina. Com uma economia em frangalhos, o poder de compra dos argentinos tende a cair.

Por que isso é ruim para o ES?

Hoje, o Espírito Santo exporta, predominantemente, commodities para a Argentina. Os destaques são minério de ferro, café, aço e materiais de construção. A queda na capacidade de consumo pode fazer com que a indústria dos hermanos desacelere e eles passem a comprar menos commodities dos capixabas. Outro ponto a ser observado é o chocolate produzido no Estado, que é muito vendido na Argentina. Com a diminuição do consumo, a compra desse alimento também pode cair.

Dificuldade nas exportações: A volta do grupo de Kirchner ao poder pode azedar as relações comerciais, dificultando as exportações. Somente este ano o Estado já comprou mais de US$ 260 milhões em produtos produzidos na Argentina. Os principais produtos são veículos, trigo, vinho e laticínios.

 

Por que isso é ruim para o ES?

Porque os produtos que compramos do país vizinho ficariam mais caros. O trigo que é comprado dos Argentinos, por exemplo, é utilizado para fazer pães e massas no Espírito Santo. Assim, como o trigo fica mais caro, todos os demais produtos tendem a aumentar o preço. Tal situação já aconteceu ano passado, quando uma seca na Argentina reduziu a produção de trigo, o que fez aumentar o preço do produto.

O vinho argentino, assim como os queijos que lá são produzidos e vendidos para o Espírito Santo, também tendem a subir de preço, por conta da possibilidade do cancelamento de atividades comerciais internacionais. A mesma situação pode acontecer com os veículos que são produzidos na terra de Messi e vendidos por aqui.

Isolamento internacional: O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) já fala em deixar o Mercosul se a oposição ganhar na Argentina. Tal medida representaria um rompimento comercial abrupto com país vizinho.

Por que isso é ruim para o ES?

Porque um rompimento geral, além de inviabilizar as importações e exportações diretas do Espírito Santo com a Argentina pode inviabilizar a venda de commodities capixabas para outros Estados brasileiros. A lógica é simples. O Espírito Santo não produz geladeiras, por exemplo, mas vende aço para São Paulo que produz a geladeira e exporta para a Argentina. Assim, um rompimento repentino das relações comerciais pode prejudicar triplamente o Espírito Santo: com as importações, com as exportações e com as vendas de commodities para outros Estados.

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