A iminente volta de um governo considerado populista na Argentina pode afetar até a economia do Espírito Santo. Os capixabas podem sentir desde a redução das exportações ao aumento do preço do pão de sal. Veja o que pode mudar:
Queda no consumo: Acredita-se que se a chapa formada pela ex-presidente Cristina Kirchner e por Alberto Fernández vencer piore ainda mais a economia Argentina. Com uma economia em frangalhos, o poder de compra dos argentinos tende a cair.
Por que isso é ruim para o ES?
Hoje, o Espírito Santo exporta, predominantemente, commodities para a Argentina. Os destaques são minério de ferro, café, aço e materiais de construção. A queda na capacidade de consumo pode fazer com que a indústria dos hermanos desacelere e eles passem a comprar menos commodities dos capixabas. Outro ponto a ser observado é o chocolate produzido no Estado, que é muito vendido na Argentina. Com a diminuição do consumo, a compra desse alimento também pode cair.
Dificuldade nas exportações: A volta do grupo de Kirchner ao poder pode azedar as relações comerciais, dificultando as exportações. Somente este ano o Estado já comprou mais de US$ 260 milhões em produtos produzidos na Argentina. Os principais produtos são veículos, trigo, vinho e laticínios.
Por que isso é ruim para o ES?
Porque os produtos que compramos do país vizinho ficariam mais caros. O trigo que é comprado dos Argentinos, por exemplo, é utilizado para fazer pães e massas no Espírito Santo. Assim, como o trigo fica mais caro, todos os demais produtos tendem a aumentar o preço. Tal situação já aconteceu ano passado, quando uma seca na Argentina reduziu a produção de trigo, o que fez aumentar o preço do produto.
O vinho argentino, assim como os queijos que lá são produzidos e vendidos para o Espírito Santo, também tendem a subir de preço, por conta da possibilidade do cancelamento de atividades comerciais internacionais. A mesma situação pode acontecer com os veículos que são produzidos na terra de Messi e vendidos por aqui.
Isolamento internacional: O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) já fala em deixar o Mercosul se a oposição ganhar na Argentina. Tal medida representaria um rompimento comercial abrupto com país vizinho.
Por que isso é ruim para o ES?
Porque um rompimento geral, além de inviabilizar as importações e exportações diretas do Espírito Santo com a Argentina pode inviabilizar a venda de commodities capixabas para outros Estados brasileiros. A lógica é simples. O Espírito Santo não produz geladeiras, por exemplo, mas vende aço para São Paulo que produz a geladeira e exporta para a Argentina. Assim, um rompimento repentino das relações comerciais pode prejudicar triplamente o Espírito Santo: com as importações, com as exportações e com as vendas de commodities para outros Estados.
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