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Governo Bolsonaro quer transformar Receita Federal em autarquia

Governo Bolsonaro quer transformar Receita Federal em autarquia

Equipe do Ministério da Economia prepara estudo sobre modelos de outros países. Com mudança, estrutura ganharia mais independência e seria blindada da influências políticas

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 06:34

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Receita arrecada R$ 113,3 bi em maio, melhor resultado em 5 anos. (Ricardo Medeiros)

Para proteger a Receita Federal de influências políticas, o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) estuda transformar o órgão em uma autarquia, modelo similar a das agências reguladoras. Hoje, a estrutura é uma secretaria especial e, com a mudança, teria mais independência. Para isso, o ministro da Economia, Paulo Guedes, encomendou à sua equipe avaliações sobre o que é feito em outros países. 

O levantamento foi iniciado após  episódios em que a atuação do Fisco foi contestada por integrantes do Judiciário e do Legislativo. A informação é do "Estadão".

O modelo americano é um dos que está em análise. A Receita Federal dos Estados Unidos (IRS) é uma agência do governo vinculada ao Departamento do Tesouro. O diretor do órgão é indicado pelo presidente do país e tem mandato de cinco anos. No Brasil, o secretário da Receita também é indicado pelo presidente, mas não tem mandato fixo.

Nos últimos meses, investigações de auditores fiscais sobre autoridades têm gerado controvérsia. O episódio mais recente foi a abertura de um procedimento pelo órgão para investigar 133 contribuintes, inclusive contas ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e de suas mulheres.

No início do mês, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes suspendeu a apuração do Fisco. Nesta segunda-feira, em entrevista ao programa Roda Viva, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse haver excessos na atuação do órgão .

REAÇÃO

Segundo o jornal "O Globo", auditores fiscais reagiram mal à proposta do governo. Eles vêem no estudo uma reação às investigações conduzidas pela Receita que atingiram ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal de Contas da União (TCU).

"O órgão de fiscalização tributária no modelo de agência e podendo ter várias pessoas de fora, afasta o órgão do interesse público e deixa mais próximo do interesse político. A ideia de trazer pessoas de fora é para trazer o aparelhamento do órgão. No meio desse tiroteio todo não me parece ser o momento mais adequado para isso", disse à publicação o presidente da Associação dos Auditores da Receita (Unafisco), Mauro Silva.

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