Projetos inovadores garantem qualidade de vida

Estado mantém serviços essenciais e trabalha com criatividade


Estado mantém serviços essenciais e trabalha com criatividade

Professora Jéssica com seus alunos durante atividade interdisciplinar
Professora Jéssica com seus alunos durante atividade interdisciplinar
Foto: Arquivo pessoal

Períodos de crises severas, com desemprego elevado e com a população perdendo poder de compra, acabam por ampliar a demanda por serviços públicos em todas as esferas. E, se a administração pública não está preparada, quem sai prejudicado é justamente quem mais precisa do Estado: a população. É por isso que o governo do Espírito Santo insiste numa premissa: manter as contas equilibradas. 

Não gastar mais do que arrecada tem sido fundamental para o Governo manter regularidade nos serviços básicos, como os de Educação, Saúde, Segurança e Assistência Social, além de levar inovação à prestação desses e outros serviços.

“O equilíbrio fiscal tem que ser objetivo permanente da administração pública. Ele é a base para o desenvolvimento sustentável. Quando as finanças do Estado ou do país estão desorganizadas, a economia como um todo se desorganiza e nos leva a uma recessão como esta que vivemos no Brasil", explica o secretário estadual de Economia e Planejamento, Regis Mattos.

Para manter as contas equilibradas e direcionar mais recursos especialmente para serviços essenciais à população, o governo reduziu as despesas de custeio. De acordo com dados do governo, comparando o período entre janeiro e dezembro de 2014, com o mesmo período de 2016, as despesas de custeio do Executivo caíram, em termos reais, 18,42%, representando uma economia de R$ 490,2 milhões no mesmo período.

O secretário destaca que não necessariamente a fartura de recursos, comum nos períodos de bonança, é que garante bons serviços. Por isso, defende que o ajuste fiscal promove responsabilidade social, e não que uma coisa inviabiliza a outra.

 

Desenvolvimento sustentável

“É a responsabilidade fiscal que permite manter a regularidade dos serviços de Educação, Segurança, Saúde e Assistência Social funcionando adequadamente. É o equilíbrio fiscal que nos permite o desenvolvimento sustentável. Basta olhar os exemplos dos Estados que não têm equilíbrio fiscal. Têm precariedade nos serviços mais básicos e não pagam salários em dia", comenta.

Como os brasileiros e os capixabas exigem cada vez mais serviços públicos de qualidade, além da demanda crescente, o Estado também precisa promover serviços inovadores e com bom resultado. São alvo de gerenciamento intensivo do Escritório de Projetos do Governo, dentro da Secretaria de Estado de Economia e Planejamento, 21 projetos estruturantes. Entre eles, a Escola Viva; o Ocupação Social; a implantação do Sistema de Abastecimento de Água Reis Magos, obra que vai beneficiar diretamente 150 mil moradores da Serra, contemplando também moradores de Vitória e de Cariacica, municípios abastecidos pelo sistema do Rio Santa Maria, que terá um incremento de 20% em sua atual capacidade; a construção do Hospital Geral de Cariacica, cujo projeto está em fase de finalização; e o programa Governo Digital.

 

A vida das pessoas

Entre os beneficiados por alguns desses projetos, há relatos de satisfação. Como o de Gabriel Barbosa, o Pingo, 15 anos, aluno do segundo ano da Escola Viva do bairro São Pedro, em Vitória, que estuda em tempo integral e sente que a estrutura de ensino estimula melhor seu aprendizado.

“A diferença é muito grande para outras escolas. Aqui, trabalhamos nosso emocional, o físico. Ajudam a gente até com problemas de casa. Em escolas de tempo regular é só a aula mesmo. Aqui, podemos escolher, trabalhar o nosso protagonismo", diz ele.

O adolescente se refere às disciplinas eletivas da Escola Viva, que compreendem um assunto específico trabalhado num contexto interdisciplinar. Cada aluno escolhe a que mais lhe interessa. Como deseja tornar-se um arquiteto, Pingo escolheu a eletiva de Pontes, na qual faz cálculos, pontes e maquetes.

“Minhas notas já eram boas, mas aumentaram. Eu era imaturo. Hoje tenho muito mais responsabilidade, sou mais focado", comenta.

Relatos como esse satisfazem os professores da Escola Viva. Jéssica Galon da Silva Macedo, 29 anos, é professora de Artes há cinco. Passou por outras escolas e redes públicas, mas hoje está mais empolgada com os resultados.

“O grande diferencial é que este modelo acredita no sonho do aluno. São desenvolvidas atividades que estimulam os alunos a crescerem. E quando vemos um aluno mudando sua atitude, sendo mais humano e solidário, isso é muito gratificante para nós, professores", diz Jéssica Galon.

Obviamente, diz a professora, esses resultados também são obtidos em outras escolas. Mas há diferenças entre elas e a Escola Viva. "Nas outras escolas percebo que isso acontece, mas com atitudes mais isoladas. Não é institucionalizado como aqui. E o aluno consegue perceber que há essa valorização dele. O projeto de vida dos estudantes é o centro do nosso modelo pedagógico", afirma.

Na área da Saúde, outro projeto que o governo inclui na relação de inovadores é a Rede Cuidar, que consiste na implantação de unidades de atendimento integral à saúde, com abertura da primeira unidade prevista para este ano. A ideia é ampliar a oferta de consultas e exames, integrar as equipes da atenção primária às equipes da atenção especializada e evitar que pacientes saiam do interior e passem horas na estrada para terem atendimento na Grande Vitória.

A iniciativa melhoraria muito a vida do trabalhador rural Eraldo Nascimento Ribeiro, 47 anos. A cada 30 dias, ele saía de Nova Venécia a uma e meia da manhã para uma consulta de poucos minutos com uma hematologista no CRE Metropolitano, em Cariacica.

São cinco horas de viagem. E, como precisa esperar todos os pacientes que também vêm do interior serem atendidos, só chega em casa de volta às 22h.

"Estava cansativo pra mim. Pedi pra passar as consultas para a cada dois meses. Mas vai ter unidade em Nova Venécia. Além de me ajudar, ajudará muita gente, de várias cidades. Tem gente que sai de lugares mais distantes do que eu", explica seu Eraldo.