O setor da saúde, um dos poucos que sobreviveu à crise sem grandes perdas, segue atraindo investimentos. Diante da demanda cada vez mais em alta e de um setor sem grandes players, hospitais e clínicas do Espírito Santo se tornaram a bola da vez dos fundos de investimento do país e do exterior.
A sociedade entre a empresa americana H.I.G Capital e o grupo que administra o Hospital Meridional, fechada na última quinta-feira, é um exemplo desse momento de entusiasmo do segmento. Com sede em Cariacica, o Meridional hoje tem mais de 400 leitos em cinco hospitais no Estado e é o quinto maior grupo hospitalar privado no país.
Mas o plano é crescer mais. O presidente da H.I.G. Brasil e América Latina, Fernando Marques Oliveira, confirma que o grupo tem planos de expandir seus serviços e sua abrangência geográfica organicamente e via aquisições. O valor do negócio não foi divulgado.
O grupo não é o único que atraiu o interesse de fundos estrangeiros. O Vitória Apart Hospital é outro que está em negociação para receber um aporte financeiro. Há uma expectativa de que o Pátria Investimentos faça o investimento para se tornar sócio do hospital. O martelo foi batido em assembleia de acionistas, realizada ontem.
Mas o anúncio oficial sobre a concretização ou não do negócio é esperado só para a segunda-feira, 11. O Pátria e o hospital informaram que não comentam o assunto. Eles não falam em valores, mas, um aviso aos acionistas publicado no Diário Oficial de 1º de junho, o Vitória Apart informa que uma das deliberações aprovadas em uma assembleia realizada em maio foi o aumento do capital social da companhia de até R$ 51,7 milhões. Na assembleia de ontem, a deliberação foi sobre a homologação desse aporte.
Outro hospital que tem recebido sondagens de investidores é o Metropolitano, na Serra. A empresa informou que, como vem acontecendo com muitos de médio e grande porte no país, tem sido procurado por investidores com interesse na compra ou na composição de sociedade. Mas não há nenhuma definição sobre o tema, disse, em nota.
Em março do ano passado, a empresa paulista Alliar anunciou a aquisição da Multiscan Imagem e Diagnóstico, contrato assinado em conjunto com sua subsidiária Centro de Diagnósticos por Imagem (CDI), ambas com atuação no Estado.
Para o doutor em contabilidade e professor da Fucape, Fernando Caio Galdi, é simples entender o interesse dos fundos em hospitais do Estado: o setor de saúde é um dos que mais cresce na economia. A tendência é cada vez mais as pessoas investirem em saúde. É um setor em franca expansão. Fundos têm recursos para investir em inovação, renovação e processos. E normalmente ajudam na gestão, definem metas, tornando ela mais eficiente, analisa.
Outra questão é que o Espírito Santo não tem grandes players no segmento, como há no Rio ou em São Paulo, ressalta o sócio da Valor Investimentos, Paulo Henrique Corrêa. São duas coisas: o potencial do mercado e os grandes players querendo se consolidar comprando empresas locais. Isso aconteceu na Educação, como ocorreu com a Kroton. (Com informações de Laila Magesk)
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