> >
'Agora eu quero justiça', diz mulher que teve filha abusada por ex-vereador

"Agora eu quero justiça", diz mulher que teve filha abusada por ex-vereador

A mãe disse que o suspeito ofereceu bombons para a filha

Publicado em 13 de julho de 2018 às 22:57

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Deusdete Gomes da Silva. (Divulgação/PM)

Um mulher que trabalhou na casa do ex-vereador Deusdete Gomes da Silva, 60 anos, que foi preso em São Paulo acusado pela polícia de abusar sexualmente de, pelo menos, 14 crianças no município de Mucurici, disse que ele também abusou da filha dela e agora pede por justiça.

A autônoma, de 35 anos, disse que já trabalhou como doméstica na casa do ex-vereador quando ainda era adolescente. "Quando eu tinha 17 anos, trabalhei como doméstica na casa, mas nunca sofri abuso e não poderia imaginar que ele faria isso com minha filha. O Deusdete que eu conhecia era uma pessoa íntegra. Ele foi ex-vereador no mandato passado. Conhecia como uma pessoa do bem. Nunca vi nada que pudesse suspeitar dele", desabafou. 

De acordo com a mulher, há dois meses começou a surgir informações em Mucurici de que o ex-vereador estava oferecendo balas e bombons para crianças. "Meu cunhado disse que ele havia oferecido bombom pra minha sobrinha, mas a menina ficou desconfiada e disse que não gostava de doce. Ele me alertou para eu conversar com a minha filha também. Mas, no início, eu achei que era apenas um boato e que as pessoas estavam falando demais", disse.

Há cerca de 15 dias, a mãe conta que chamou a filha para conversar e ficou estarrecida ao saber que ela foi uma das vítimas. "Meu filho de 11 anos e minha filha de 9 anos estavam brincando na pracinha, aqui perto de casa. Nesse momento, ele estava passando de carro e ofereceu os bombons para eles e insistiu para que as crianças entrassem dentro do carro, onde as levou até a casa dele", disse.

Ao chegar na casa do suspeito, a mãe conta que o ex-vereador tentou despistar o filho mais velho para abusar da filha. "Ele deu dinheiro e falou para meu filho comprar pão pra ele e ficou a sós com minha filha. Ela contou que após o irmão sair, Deusdete colocou ela no colo e passou a mão nela", explicou.

Após o irmão retornar, a menina teria pedido para ir embora da casa do ex-vereador. "Minha filha ficou assustada e os dois foram embora da casa dele. Quando ela retornou, não notei nada de anormal nela, mas percebi que, de uns tempos para cá, ela e o irmão passaram a trancar a casa sempre que eu saía. Eles não deixavam a porta e a janela abertas. Quando soube, procurei o Conselho Tutelar, que nos atendeu e conversou com minha filha e comigo. Eles disseram que vão fazer o acompanhamento psicológico com ela", disse.

JUSTIÇA

A mãe disse que apesar de ser doloroso para ela e a filha reviverem o caso, a luta por justiça para a punição do acusado é fundamental para que outras crianças não sejam vítimas.

"Eu fico arrasada em saber disso. É uma coisa que eu tinha muito medo de acontecer com minha filha e só quem passa por isso é que sabe a dor de uma mãe e uma filha. Minha vida virou de ponta cabeça. Eu estou muito mal com isso. Era uma coisa que eu não queria acreditar que estava acontecendo, mas a gente como mãe tem que ir à luta, não ficar calada e denunciar para que isso não aconteça mais com nenhuma outra criança. Agora eu quero justiça", finalizou.

PRESO

O ex-vereador Deusdete Gomes da Silva foi preso por policiais civis paulistas, na localidade de Perus, em São Paulo, na tarde de quinta-feira (12) acusado pela polícia de abusar sexualmente de, pelo menos, 14 crianças no município de Mucurici, no Espírito Santo.

O suspeito já foi professor de matemática, vereador e tesoureiro da prefeitura de Mucurici por oito anos. Antes de ser exonerado pela prefeitura no dia 28 de junho, ele trabalhava como comissionado em uma biblioteca do município, onde cometia os abusos, segundo a polícia.

De acordo com o titular da Delegacia de Polícia de Montanha, Wesley dos Santos, as vítimas eram meninas entre nove e 11 anos de idade.

Este vídeo pode te interessar

“Segundo relatos das vítimas, ele utilizava bombons como forma de atraí-las até a biblioteca da escola, onde ocorriam os abusos. A primeira vítima nos procurou há cerca de um mês e, gradativamente, foram aparecendo outros pais para denunciá-lo", disse.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais