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Medidas de Maduro devem acelerar hiperinflação na Venezuela

Medidas de Maduro devem acelerar hiperinflação na Venezuela

Ao aumentar os salários de forma tão agressiva e anunciar uma taxa de câmbio criptografada, Maduro parece estar reconhecendo a derrota do governo na batalha para sustentar moeda

Publicado em 20 de agosto de 2018 às 11:14

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Nicolás Maduro. (Miraflores | Xinhua | AE)

O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, aumentou os salários pela quinta vez este ano e disse que o objetivo é fixar os preços para a incipiente conversão a uma criptomoeda no país, parte de um pacote de medidas que, segundo economistas, deve acelerar a hiperinflação.

Ele estabeleceu o novo salário mínimo mensal em 1.800 bolívares soberanos, a nova moeda que entra em vigor hoje. Isso representa um aumento de 3.000% em relação ao salário de pouco mais de 5 milhões de bolívares estabelecido em junho, ainda na moeda antiga, mas o valor continua em torno de US$ 30 na taxa amplamente utilizada do mercado paralelo.

Para aumentar a confusão, Maduro disse que tem a intenção de fixar salários, preços e pensões em petro – uma criptomoeda anunciada em fevereiro que ainda não começou a circular.

O líder socialista está tentando recuperar a economia do país da Opep diante de sanções financeiras dos EUA, uma crise da dívida externa e uma queda na produção de petróleo a níveis inferiores aos dos anos 40.

Ao aumentar os salários de forma tão agressiva e anunciar uma taxa de câmbio criptografada, Maduro parecia estar reconhecendo a derrota do governo na batalha para sustentar a moeda, disseram economistas.

Ao estabelecer uma taxa para o petro, Maduro estava, implicitamente, levando a taxa de câmbio do país para 6 milhões de bolívares por dólar americano, algo mais próximo das taxas de câmbio amplamente utilizadas no mercado paralelo e mais distante da atual taxa oficial de 248.832 bolívares por dólar. Economistas disseram esperar mais turbulência financeira.

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“O objetivo é admirável, mas ilusório, pelo menos enquanto o governo continuar imprimindo dinheiro para financiar os gastos descontrolados e aumentar os salários. Os próximos dias serão muito confusos, tanto para os consumidores quanto para o setor privado”, disse Asdrubal Oliveros, diretor do instituto de pesquisas Ecoanalítica.

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