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Coreia do Norte fechará local de testes de mísseis

Coreia do Norte fechará local de testes de mísseis

Kim Jong-un revelou que poderá viajar a Seul num futuro próximo, numa continuação do degelo entre os dois países

Publicado em 19 de setembro de 2018 às 10:47

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Kim Jong-un e Moon Jae-in atravessam de mãos dadas a fronteira entre a Coreia do Norte e a do Sul, na primeira cúpula entre os dois países desde 2007 . (Governo sul-coreano )

O líder norte-coreano Kim Jong Un afirmou nesta quarta-feira (19) que pode viajar a Seul num futuro próximo, no que seria a primeira visita de um governante da Coreia do Norte à capital sul-coreana desde a divisão da península. Também concordou em fechar um local de testes de mísseis, além de assegurar que permitirá inspeções internacionais, segundo seu colega sul-coreano.

— Prometi ao presidente Moon Jae-in que visitarei Seul num futuro próximo — disse Kim durante a entrevista coletiva ao final da reunião de cúpula em Pyongyang.

Moon Jae-in, que visitou a capital norte-coreana com o objetivo de relançar as negociações sobre a desnuclearização da Coreia do Norte Península, avaliou que a visita de Kim poderá ocorrer ainda este ano, sempre e quando não a impeçam "circunstâncias particulares".

O presidente sul-coreano anunciou ainda que a Coreia do Norte aceitou "fechar de forma permanente" a área de testes de mísseis de Tongchang-ri, também conhecida como Sohae, "na presença de especialistas dos países afetados".

A Coreia do Norte concordou ainda em permitir inspetores internacionais para observar um desmantelamento permanente às instalações principais de mísseis, e adotará passos adicionais como o fechamento se seu principal complexo nuclear de Yongbyon se os Estados Unidos tomarem medidas recíprocas, disse nesta quarta-feira o presidente da Coreia do Sul Moon Jae-in.

— A Coreia do Norte e a Coreia do Sul concordaram em se tornar um território de paz sem armas nucleares e ameaças nucleares — disse Moon após a conclusão de conversas com o líder norte-coreano, Kim Jong-un.

A Coreia do Norte é alvo de múltiplas sanções do Conselho de Segurança da ONU devido a seus programas nuclear e balístico, proibidos, e já realizou vários lançamentos de mísseis a partir de Tongchang-ri. Mas também anunciou disparos a partir de outras instalações, como o Aeroporto Internacional de Pyongyang, o que relativiza o alcance dos compromissos de Kim.

O presidente sul-coreano também afirmou ainda que a Coreia do Norte poderá fechar o complexo nuclear de Yongbyon, desde que Washington adote as "medidas correspondentes", uma medida também formulada de forma vaga.

 

Moon e Kim se encontraram em abril para uma primeira reunião muito simbólica na Zona Desmilitarizada (DMZ) que divide a península.

Em junho aconteceu o encontro histórico, em Cingapura, entre o líder norte-coreano e o presidente americano Donald Trump. Na reunião, Kim reiterou o compromisso norte-coreano a favor da desnuclearização da península, mas sem entrar em detalhes.

Washington e Pyongyang, porém, divergem sobre o que significa exatamente o compromisso.

O governo americano exige "uma desnuclearização definitiva e completamente verificada", enquanto o regime norte-coreano quer uma declaração oficial dos Estados Unidos para encerrar a guerra da Coreia, que terminou em 1953 com um simples armistício.

Neste contexto, uma visita de Kim a Seul - inédita desde o fim da guerra - permitiria ao Norte e ao Sul a retomada de projetos de cooperação.

O dirigente norte-coreano deseja que seu país se beneficie da potência econômica do Sul, enquanto Moon pretende afastar da península o fantasma de um devastador conflito intercoreano.

AMPLA COBERTURA

O jornal Rodong Sinmun, órgão oficial do Partido Comunista que governa o Norte, fez uma grande cobertura da reunião, com a publicação de 35 fotos em quatro de suas seis páginas na edição desta quarta-feira.

A primeira página tem imagens do cumprimento entre os dois governantes no aeroporto de Pyongyang e da aclamação, cuidadosamente coreografada, durante a passagem de Kim e Moon pelas ruas da capital.

Pyongyang quer passar uma imagem de modernidade, o que se reflete em vários eventos previstos no programa oficial.

Nesta quarta-feira, Moon e sua delegação deveriam jantar em um restaurante de frutos do mar recentemente inaugurado ao lado do Taedonggang, o rio que atravessa a capital.

O local fica diante da colina Mansu, onde as estátuas gigantes do fundador da Coreia do Norte, Kim Il Sung, e de seu filho e sucessor, Kim Jong Il, dominam a paisagem.

Moon também deve comparecer a um "espetáculo das massas", com milhares de figurantes nas arquibancadas do Estádio Primeiro de Maio.

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