Como forma de protesto e de fé, o padre Kelder Brandão vai realizar na noite desta quarta-feira (3), uma celebração no local onde um corpo foi encontrado carbonizado na manhã desta quarta (3), na Avenida Robert Kennedy, no Bairro Itararé, em Vitória.
Em entrevista ao Gazeta Online, o padre contou que estava passando pelo bairro, quando se deparou com a cena do crime. Segundo ele, o caso aconteceu a 50 metros de uma igreja.
De acordo com o religioso, o objetivo da celebração é fazer um contraponto da situação de morte e pecado. "Ser cristão é celebrar a fé de Cristo sobre a morte e o pecado. O que a gente viu foi um sinal de pecado muito forte, de desumanização plena. Hoje eu vi que tem coisas mais desumanas no mundo".
Diante do caso, ele relembrou da greve da Polícia Militar no Espírito Santo, que aconteceu em fevereiro de 2017, onde 219 pessoas morreram assassinadas.
MISSA EM SÃO PEDRO
No dia 13 de abril de 2014, o religioso também realizou uma missa onde o pedreiro Sérgio Rodrigues dos Santos foi morto a tiros na Rodovia Serafim Derenzi, em Vitória. O crime aconteceu a poucos metros onde acontecia uma procissão em comemoração ao Domingo de Ramos.
Os fiéis seguiam em procissão pela rodovia, quando se depararam com o corpo da vítima. Chocado, o padre resolveu então celebrar a missa de Ramos na cena do crime. Um altar improvisado foi montado em frente ao corpo do pedreiro, coberto por um lençol. Cerca de 70 pessoas, entre fiéis e curiosos, formaram um círculo em volta de Sérgio. Enquanto alguns tocavam violão, outros cantavam músicas de adoração.
O CASO DESTA QUARTA-FEIRA
Durante a madrugada, um vigilante de um almoxarifado do Governo do Estado, que fica bem ao lado da rua, relatou ter ouvido muitos tiros na região do Bairro da Penha por volta das 6 horas, mas que não ouviu gritos na avenida onde o corpo foi encontrado.
O vigilante viu muita fumaça e fogo perto do local onde trabalha e resolveu checar o que estava acontecendo, quando avistou o corpo em chamas pelo muro e chamou a polícia. No local onde a pessoa foi deixada pegando fogo há muitos entulhos e lixo acumulado.
MÃOS AMARRADAS
A perícia verificou que o corpo era de um homem. Antes de morrer, a pessoa teve as mãos amarradas e estava com um cobertor enrolado ao corpo, o que preservou parte do rosto.
A Polícia Civil acredita que o homem tenha sido morto ou ao menos espancado antes de ser carbonizado. Mais detalhes como a causa da morte só serão desvendados por meio da perícia mais detalhada do Departamento Médico Legal (DML), para onde o corpo foi encaminhado.
Com informações de Daniela Carla e Mayra Bandeira
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