> >
Deputados André Corrêa e Chiquinho da Mangueira são presos em ação da PF

Deputados André Corrêa e Chiquinho da Mangueira são presos em ação da PF

Secretário de governo de Pezão, do Rio de Janeiro, também foi detido na operação que investiga novas denúncias de corrupção e esquema de compra de votos

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 14:27

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Polícia Federal cumpre mandado de prisão. (Estadão)

Os deputados do Rio de Janeiro, André Corrêa (DEM) e Chiquinho da Mangueira (PSC), foram presos na manhã desta quinta-feira (08). Eles são alvos da Operação "Furna da Onça" , da Polícia Federal, que tem como objetivo prender acusados de envolvimento um esquema de compra de votos com dinheiro de propina e distribuição de cargos iniciado no primeiro governo de Sérgio Cabral , em 2007, e mantido até hoje. Outros cinco deputados do RJ são procurados.

Vinicíus Farah, vice-presidente do Detran-RJ, também foi preso na operação. Ele disputou as eleições este ano e foi eleito deputado federal neste ano com 57.707 votos pelo MDB. Além dele, entre os outros mandados de prisão temporária expedidos encontram-se o atual presidente do Detran, Leonardo Silva Jacob, e o secretário estadual do governo Pezão, Affonso Monnerat, ambos envolvidos na chamada farra de cargos do Detran. Monnerat foi preso no início da manhã.

A operação, que começou no início da manhã desta quinta, é um desdobramento da "Cadeia Velha", que há um ano prendeu o então presidente da Alerj, Jorge Picciani, e outros dois deputados. Ao todo, a operação desta quinta visa cumprir 22 mandados de prisão.

Os deputados que tiveram as prisões temporárias pedidas são André Corrêa (DEM), Coronel Jairo (Solidariedade), Luiz Martins (PDT), Chiquinho da Mangueira (PSC), Marcelo Simão (PP), Marcos Abrahão (Avante) e Marcos Vinícius Vasconcelos Ferreira, o Neskau (PTB). Também foram aprovadas as prisões preventivas dos deputados Jorge Picciani, Edson Albertassi e Paulo Mello, que já se encontram presos desde novembro do ano passado, por conta da operação anterior. Picciani vai continuar em prisão domiciliar, favorecido por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).

Prisão de deputado em condomínio da Barra

André Corrêa foi preso no início da manhã, em seu condomínio, na Barra da Tijuca. Um carro da PF chegou ao local cedo, por volta de 6h20, e demorou cerca de 3 horas no local antes de sair com o parlamentar em direção à Sede da PF, no Centro do Rio.

Apesar da prisão, a movimentação no condomínio Oceanfront Resort, onde vive Corrêa, era tranquila na manhã desta quinta. Havia principalmente entrada e saída de vans escolares e de funcionários. Segundo moradores, o motivo é a frequência desse tipo de ação que acontece no bairro.

Aspas de citação

Trabalho aqui há 10 anos e já vi vários, esse tipo de operação é comum aqui na Barra

Segurança do condomínio
Aspas de citação

O segurança diz que até estranhou a falta de pontualidade dos agentes nesta quinta. "Normalmente eles chegam às 5h59".

No ano passado, Corrêa foi um dos parlamentares mais veementes na sessão da Alerj que definiu pela soltura de Picciani, Paulo Mello e Edson Albertassi, todos do MDB. A decisão foi posteriormente anulada pela justiça. No último mês, Corrêa foi reeleito.

Propina de R$ 20 mil a R$ 100 mil

De acordo com as investigações, em troca de propina mensal, que variava de R$ 20 mil a R$ 100 mil e cargos, os deputados votavam sistematicamente a favor dos interesses de Cabral e Picciani, incluindo o boicote à CPI dos Ônibus, revogação das prisões decretadas pela “Cadeia Velha” e a aprovação das contas do governo. Por determinação do tribunal, serão cumpridas ainda buscas e apreensões em mais de 40 endereços, entre os quais gabinetes da Alerj.

Os 22 envolvidos são acusados de corrupção ativa e passiva e de formação de organização criminosa - os demais crimes, como lavagem de dinheiro, serão apurados no decorrer das investigações. As principais provas colhidas pela força-tarefa da Procuradoria Regional da República da 2ª Região (PRR-2), em parceria com a Polícia Federal, para fundamentar a “Furna da Onça”, são a delação do ex-operador do esquema Cabral Carlos Emanuel de Carvalho Miranda, homologada pelo ministro Dias Toffoli, somada às provas colhidas nas delações dos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, Cláudio Barbosa, o Tony. No sistema financeiro paralelo que a dupla operava, o ST, apareceram depósitos em nome de assessores dos parlamentares citados por Miranda.

Este vídeo pode te interessar

As investigações também encontraram provas do favorecimento a deputados em planilha com o loteamento de cargos do Detran, apreendida no ano passado no gabinete de Albertassi, e em lista de distribuição de cargos apreendida no gabinete de Paulo Melo.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais