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Após ser atacada na Ufes, estudante diz que não deixará de ir às aulas

Após ser atacada na Ufes, estudante diz que não deixará de ir às aulas

Estudante de 20 anos foi atacada por um desconhecido na manhã desta terça-feira (12), mas afirma que não quer ser vencida pelo medo

Publicado em 12 de março de 2019 às 15:42

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Prédio onde caso aconteceu na Ufes. (Eduardo Dias)

Depois de passar por momentos de terror e ser atacada por um homem desconhecido dentro da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), no Campus de Goiabeiras, em Vitória, uma estudante de arquitetura, de 20 anos, diz que não quer ser abatida pelo medo e que vai continuar indo para as aulas normalmente. O ataque a jovem aconteceu na manhã desta terça-feira (12), por volta de 6h30, poucos minutos antes do início das aulas.

“Não quero ser vencida pelo medo. Foi uma coisa ruim, mas eu sei que isso pode acontecer com qualquer um. Infelizmente, me sinto insegura na Ufes, mas não posso deixar de ir para a aula. Amanhã (quarta-feira) eu já não teria aula, mas na quinta-feira eu vou normalmente”, contou a jovem.

Após ser atacada na Ufes, estudante diz que não deixará de ir às aulas

A estudante pediu para não ter o seu nome revelado, mas contou como o crime aconteceu. Ela diz que estava sentada em uma cadeira dentro do prédio onde estuda, quando foi surpreendia por trás e começou a ser enforcada com um golpe de "mata leão". A jovem conseguiu gritar e a primeira pessoa a prestar socorro foi uma auxiliar de serviços gerais, que trabalha fazendo a limpeza do prédio. A funcionária da Ufes deu vassouradas no homem que estava enforcando a jovem e também gritou por ajuda. Dois homens ouviram os gritos das duas e chegaram ao local para deter o agressor. Apesar do susto, a jovem não teve ferimentos e foi liberada para prestar depoimento. O homem responsável pela agressão foi identificado pela polícia como Deivid Pereira, de 24 anos. Ele foi detido e encaminhado para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ), em Vitória.

A auxiliar de serviços gerais, responsável pelo primeiro socorro a jovem, também deu detalhes de como tudo aconteceu. Já na delegacia, momentos antes de prestar o depoimento, a mulher recebeu agradecimentos da família da estudante e foi chamada de “anjo da guarda”.

"Eu nunca imaginei encontrar alguma coisa como aquela. Eu pensei 'ela vai morrer na minha frente, eu tenho que fazer alguma coisa'. Acertei ele. Ele não soltava mesmo assim. Eu batia nele e ele não soltava. Eu corri e pedi ajuda. O rapaz veio, socou ele, mas ele não saia. Ele tentou levar ela para fora em uma hora. Eu consegui segurar um pouco".

Auxiliar de limpeza ajudou a salvar universitária . (Eduardo Dias)

A jovem Daiane Vieira estuda na mesma turma da amiga que foi agredida e diz que o medo é um sentimento recorrente entre os alunos da Ufes, principalmente entre as mulheres. “A gente fica abandonada aqui. A gente como mulher se sente insegura. No Cemuni entra quem quiser e quando quiser”, lamentou.

OUTROS CASOS DE VIOLÊNCIA NA UFES

Além do caso ocorrido nesta terça-feira (12), o campus de Goiabeiras, em Vitória, foi palco de outros casos de violência nos últimos meses. Em março do ano passado, assaltantes levaram dois notebooks, um projetor e dinheiro de estudantes que se preparavam para apresentar um trabalho. Também no ano passado, em junho, um homem foi vítima de estupro. O abuso sexual aconteceu no prédio do IC1, no Centro de Ciências Exatas (CCE). Também no mês de junho, duas alunas foram assaltadas e mantidas reféns por um bandido armado dentro de uma sala de aula no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), também em Vitória.

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Por conta desses crimes, a Ufes assinou um convênio com o Governo do Estado para que policiais militares fizessem a segurança na universidade. Nesta terça-feira (12), no momento do ataque, três policiais militares estavam de plantão na universidade e atuaram na ocorrência.

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