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Sucesso com Dream Team do Passinho, Lellê anuncia carreira solo

Sucesso com Dream Team do Passinho, Lellê anuncia carreira solo

Atriz, cantora e dançarina acaba de lançar o single "Mexe a Raba"; confira a entrevista

Publicado em 14 de junho de 2019 às 22:39

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Nascida na comunidade da Praça Seca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, a cantora, atriz e dançarina Lellê começou a carreira artística bem novinha, aos 11 anos. Na época, já fazia sucesso no bairro e entre os amigos, graças às habilidades nos passos e na coreografia que desenvolvia. Anos depois, ganhou o mundo junto aos companheiros de Dream Team do Passinho, fenômeno que passeia pelo pop e pelo funk. 

Agora, quase cinco anos depois de estourar com o grupo, que fez sucesso com "Aperta o Play", Lellê acaba de anunciar carreira solo, com o lançamento do single "Mexe a Raba". A artista participou também de produções como "Mister Brau", "Malhação", "Totalmente Demais" e "Segredos da Justiça", todos da TV Globo.

Em entrevista por telefone ao Gazeta Online, Lellê falou sobre a decisão de seguir a carreira sozinha aos 21 anos, sobre a produção do single e os próximos planos. Confira o bate-papo:

Como tomou a decisão de seguir carreira solo?

Olha, foi muito mais tranquilo, porque sempre foi conversado no grupo. Não era um assunto intocável. Sabíamos que estávamos juntos por um propósito, mas cada um tinha um projeto paralelo. Os meninos ficaram ansiosos junto comigo por esse projeto solo, já ouviram todas as músicas que gravei, participam dos processos, das coreografias. Cresci muito com eles, como pessoa e como artista. O Dream Team do Passinho foi uma escola para mim. Se não tivesse esse tempo junto com eles, não chegaria onde estou.

Seu single tem pitadas de black music, mas você também se puxa um pouco para o pop... Como define sua sonoridade?

Depois que comecei o meu processo de autoconhecimento como mulher negra, comecei a pesquisar a música negra. As histórias das pessoas negras vão se perdendo ao longo dos anos, e isso é bizarro. Então para saber da sua própria história, da história da cultura do seu povo, tem que pesquisar. E quando comecei a pesquisar sobre artistas e sons que gostaria de fazer, vi que existiam muitas referências. Temos muitos artistas com discurso combativo, mas temos a o soul trap, a música preta como entretenimento, coisas que influenciam na moda, em vários aspectos. O soul, quando surgiu, não era muito aceito nos Estados Unidos. As pessoas estavam ali de forma política, não era para dizer "olha o quanto sou bonito", mas sim para dizer "olha como eu existo, olha como também faço algo". Trazer essa nova onda e continuar essa história é muito legal. O trap tem passado por essa rejeição.

É uma novidade, isso aconteceu com o funk, com o samba, então resolvi apostar nesse gênero potente, ao mesmo tempo com um discurso sobre festa, sobre o momento, sobre extravasar, mexer a raba, se divertir mesmo. Nosso momento político está muito louco e as pessoas estão ficando doentes e esquecendo de se divertir. Eu acredito que quando a gente não deixa de falar sobre nossa luta e sobre outras coisas relacionadas, abrimos outras portas. Perguntaram várias vezes se eu queria mesmo dar o nome de "Mexe a Raba", porque eu poderia perder algumas coisas com isso, mas eu não me importo. A favela é isso, de onde eu vim é isso, é "batekoo", fazemos acontecer! (risos)

Você reuniu uma equipe majoritariamente negra para trabalhar neste single. Como foi dar esse passo?

Eu queria fazer um clipe negro, algo de música negra. Para passar essa mensagem para que as pessoas se sentissem representadas, quis ter essas pessoas comigo. Ver aqueles rostos com expressões tipo "caraaaca, olha isso!" é inexplicável. É inclusivo, é o negro ver "estou aqui". Eu me proporcionei isso e acho que também pude fazer a outras pessoas. Meu sucesso não é só para mim, não é só meu e eu entendo muito isso. Proporciono esses momentos, me sinto abençoada. Estou tão realizada de poder fazer com que esse momento chegue a outras pessoas também... Por ser muito nova, eu entendo que é uma responsabilidade muito grande. Eu entendo minha representatividade. Minha vida me levou para isso e eu jamais me imaginei como referência de alguém. Dançava porque me divertia e a música me escolheu. Sei que não posso deixar que esse fardo tome conta da minha vida inteira. Quero ter a liberdade de errar também, quero que as pessoas entendam isso. Estamos aqui para mudar o cenário, vemos outras mulheres ocupando espaços, fazendo que as coisas aconteçam sem esquecer o lado humano.

E daqui para frente, tem mais trabalhos previstos também como atriz?

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Sim, tem um filme que vou fazer agora, chamado "Rico de Amor". A minha personagem é a Monique, que trabalha em uma empresa e ama o trabalho, mora em uma comunidade, e conhece o filho do dono, que é um alucinado. Ele é interpretado pelo Danilo Mesquita, que é um amor de pessoa. Vai ser incrível!

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