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'Era meu troféu', diz pai de jogador de futebol morto após boate

"Era meu troféu", diz pai de jogador de futebol morto após boate

Pedro Ícaro foi morto a tiros depois de uma briga em uma boate de Vila Velha

Publicado em 7 de julho de 2019 às 17:11

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Pedro Ícaro Nunes, 21 anos, jogava futebol. (Reprodução/Facebook)

O pai do jogador Pedro Ícaro, o comerciante Orlenilson de Freitas, 50 anos, contou que não concordava com a saída dos filhos para a boate, porém, a mãe autorizou. Ele disse que Pedro Ícaro era um rapaz de fazer amizade fácil e que desviou o foco do futebol após um namoro.

Como era Pedro Ícaro?

Meu filho fazia amizade com todos, se dava muito bem. Pedro era um filho como eu pedi a Deus, saudável, educado e respeitoso. Demos boa educação e tinha um coração bom, apesar do temperamento forte e contestador. Porém, sempre obediente.

O senhor tinha autorizado que eles saíssem?

No sábado, os meninos pediram à mãe para sair. Minha esposa me comunicou que tinha deixado. Pediram à ela exatamente porque sabiam que eu não deixaria. As brincadeiras eram mais com a mãe do que comigo.

Por que Pedro Ícaro se afastou um pouco do futebol?

No final do ano em que jogou no Peru, quando tinha 17 anos, ele veio passar o Natal com a gente. Pedro dava catequese e, ao saber que o irmão ia para um retiro, foi acompanhá-lo. Conheceu uma moça, acabou namorando e ele desistiu de voltar para o Peru, onde só assinaria contrato aos 18 anos pois o time só aceitava com a maioridade. O namoro não deu certo, pois ele era muito ciumento e meu filho voltou a tentar jogar bola aqui. Esse ano disputou o campeonato capixaba pelo Vilavelhense e atualmente estava em um negócio com o irmão após o fim do campeonato.

Como foi que soube o que havia acontecido?

Às 5h08 meu telefone tocou. Eu já sabia que era algo errado, pois eu não queria que eles tivessem saído. Não dizia nada na ligação, apenas ouvia um barulho no fundo. Retornei a ligação mais de 10 vezes, acredito que era o caçula socorrendo o Pedro e que não conseguia se comunicar. Sai de casa e fui pra Delegacia Regional que tem perto de casa, onde um policial disse que tinha acontecido tiros na frente de uma boate. Mas eu nem liguei uma coisa na outra. Até que me ligaram e disseram que o Pedro tinha sido baleado.

O senhor esteve com o suspeito?

Fiquei lá esperando o suspeito que a PM disse que tinha detido e foi quando passei pelo preso. Olhei no fundo do olho dele e falei que eu era o pai do menino que havia baleado. Ficou me encarando, mas não disse nada.

Como vai ser daqui pra frente sem Pedro?

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Nada que a gente disser, nada que a gente fizer, vai trazer meu filho de volta. Eu espero que quem fez isso com meu filho tenha Deus no coração, saiba que tirou a vida de um filho e junto de um pai e de uma mãe. Me tirou muito, tirou o meu troféu. Eu quero Justiça como qualquer cidadão.

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