> >
MP da Liberdade Econômica inclui autorização para desmatamento

MP da Liberdade Econômica inclui autorização para desmatamento

Texto prevê dispositivo para o caso de demora no licenciamento ambiental. Medida Provisória aprovada na Câmara pode ser votada no Senado nesta quarta-feira (21).

Publicado em 25 de agosto de 2019 às 20:07

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Desmatamento: Medida Provisória sobre empresas traz trecho sobre licença ambiental. (Divulgação)

A Medida Provisória da Liberdade Econômica (881), possui dispositivos que autorizam ações de desmatamento automático por empreendedores. Isso deve funcionar no caso de órgãos do meio ambiente atrasarem a emissão de licenças ambientais. Ficam dispensadas ainda de pedidos de licenças casos que sejam considerados de baixo impacto. O texto foi aprovado na Câmara e pode ser votado no Senado nesta quarta-feira (21).

As propostas pegaram de surpresa deputados e especialistas que acompanham o assunto e estavam voltados, até agora, ao texto da Lei Geral do Licenciamento Ambiental, que tramita na Câmara, segundo jornal Estadão. A MP 881, que a rigor tem a missão de instituir a “Declaração de Direitos de Liberdade Econômica”, não vinha sendo acompanhada com detalhes sobre medidas para a área ambiental.

O artigo 3º da MP institui, por exemplo, a autorização de “desenvolver atividade econômica de baixo risco, para a qual se valha exclusivamente de propriedade privada própria ou de terceiros consensuais, sem a necessidade de quaisquer atos públicos de liberação da atividade econômica”.

Segundo o advogado e especialista na área ambiental ouvido pelo Estadão, Maurício Guetta, do Instituto Socioambiental (ISA), esse dispositivo dispensa de licenciamento e de outros atos autorizativos ambientais, como autorização para supressão de vegetação (desmatamento) de toda e qualquer atividade econômica de baixo risco.

Este vídeo pode te interessar

“Os impactos contra o meio ambiente presentes na medida são irreversíveis e de grandes proporções, além de ser flagrante a inconstitucionalidade da aprovação automática de atos ambientais, como a autorização de supressão de vegetação. Eventual aprovação da medida atentaria gravemente contra os anseios da sociedade brasileira pela preservação da Amazônia, hoje em chamas”, disse ao Estado.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais