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Moro teria orientado Deltan a não pedir apreensão de celular de Cunha

Moro teria orientado Deltan a não pedir apreensão de celular de Cunha

Diálogos obtidos pelo Intercept mostram que na véspera da prisão do ex-presidente da Câmara procuradores queriam a apreensão da prova, mas foram convencidos do contrário

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 02:42

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(Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Uma troca de mensagens aponta que o procurador Deltan Dallagnol foi orientado pelo ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça Sergio Moro a não pedir a apreensão do celular do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) na época da prisão do político, em 2016.

O diálogo, obtido pelo site The Intercept Brasil, foi publicado nesta segunda-feira (12) pelo site BuzzFeed News. De acordo com a reportagem, Deltan e Moro conversaram um dia antes da prisão de Cunha, em 19 de outubro de 2016, sobre o assunto.

"Queríamos falar sobre a apreensão de celulares. Consideramos importante. Teríamos que pedir hoje", escreveu Deltan. Moro respondeu: "Acho que não é uma boa".

Na mesma conversa, Deltan pede para se reunir com Moro para "explicar razões" do pleito, entre outros temas.  Os dois acertam um rápido encontro. Cerca de duas horas depois, o procurador escreve: "Entendemos que não é o caso de pedir os celulares, pelos riscos, com base em suas ponderações".

Cunha já havia tido aparelhos apreendidos em uma outra operação derivada da Lava Jato, no fim de 2015, quando ainda era presidente da Câmara

Na época de sua prisão, ele já estava com mandato cassado e não tinha mais foro especial. Eventuais elos com autoridades com foro expostos em suas conversas poderiam até provocar o remanejamento de seu caso para instâncias superiores.

OUTRO LADO

Tanto Moro quanto a força-tarefa do Ministério Público Federal disseram que os celulares de Cunha já haviam sido apreendidos anteriormente, por ordem do Supremo Tribunal Federal.

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O ex-juiz, hoje ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, e a equipe de procuradores disseram que não reconhecem a autenticidade de mensagens obtidas pelo Intercept Brasi e afirmam que o material tem origem em crime cibernético.

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