Do "Fora, Dilma!" ao "Fica, Dilma!": visões sobre as manifestações

Nesses dias de manifestações, o Severino conversou com um eleitor desiludido de Dilma, um apoiador da presidente e um adepto do "Fora, Dilma!". Confira o desabafo do primeiro:


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"Foi ela mesma quem mandou o recado Dizendo-o justamente deste jeito: Que eu tenho todo o direito De estar preocupado e irritado Bem, se até Dilma me dá razão Em seu discurso televisionado, Então, achei melhor eu dar vazão Ao que no peito tinha aprisionado: Me sinto hoje bem desencantado Com Dilma, que no início do trajeto Mandato a duras penas conquistado Já trai de tal maneira o seu projeto Mal foi anunciado o resultado Depois que estava ganha a partida Passou a adotar certas medidas Que me deixaram muito revoltado Na campanha, com bastante astúcia, Não revelou as nossas avarias Escondeu que a coisa estava russa E juntou numa categoria (Aquela do 'Nem que a vaca tussa!') O que prometeu que não faria Mas hoje, quando age e discursa, Não lembra em nada a Dilma desses dias Faz tudo o que antes catalogaria Naquele rol do 'Nem que a vaca tussa!' Da sua consciência foi expulsa E até da existência a tal vaquinha Parece ter apagado, sem mea culpa, Todas as suas promessas, quem diria... Hoje, na verdade, o que vejo É uma presidente pragmática, Cortando em direitos, sem nenhum pejo, Enquanto a vaca vai ficando asmática (Pra ver se a economia desempaca, Deixa de escorregar no azulejo) Mas o que tenho visto é a tal da vaca Seguindo cada vez mais rumo ao brejo O governo gasta a torto e a direito Fez um baita rombo orçamentário E para neste caso dar-se um jeito Um ajuste fiscal é necessário O novo ministro da Fazenda Um fruto da Escola de Chicago Prescreveu remédio bem amargo (Liberalismo sob encomenda): Para equilibrar o orçamento Baixou um pacote de maldades Tentando tapar os vazamentos Espalhando pela casa alguns baldes O negócio é que o tal pacote Gerou um grande desassossego Porque em benefícios prevê cortes Como no seguro-desemprego Também corta em pensões por morte E em verba pra financiamentos O que leva a questionamentos E ao retorno do mesmo mote: Se foi a própria Dilma quem disse Não o fazer nem que a vaca tossisse... Arrumem à vaquinha um xarope Que a pobre já deve morrer de tosse Antes mesmo que Dilma subisse De novo aquela rampa do Planalto Subiram, ao contrário do que disse, Os juros, elevados para o alto Subiram, igualmente, alguns preços Como os da gasolina e da energia Outros que, na campanha, não esqueço Ela nunca admitiu que aumentaria A inflação é outra que escapole Tem subido como um cometa Dilma dissera estar sob controle Porém já muito acima vai da meta Sobe também o preço do dólar Perde valor a nossa moeda Enquanto a economia não decola Pelo contrário, o PIB está em queda Mas ali, durante a campanha, Dilma nunca acusou o golpe Como numa mágica façanha A recuperação viria a galope Por favor, alguém veja se apanha Para a nossa vaquinha um bom xarope Dilma me aplicou um belo drible Quem gosta de futebol me saca Por isso hoje lhes digo bem firme: Levei dela o drible da vaca"

 

 

Veja aqui a opinião de um apoiador do "Fora, Dilma!"

 

Veja aqui a opinião de um apoiador da presidente