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Cientistas desenvolvem novo dispositivo para proteger mulheres do HIV

Cientistas desenvolvem novo dispositivo para proteger mulheres do HIV

Implante vaginal diminui número de células que vírus da Aids pode atacar no trato genital

Publicado em 18 de abril de 2018 às 11:15

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O implante desenvolvido pelos pesquisadores do Canadá: dispositivo foi inspirado por imunidade natural que algumas pessoas têm contra a vírus . (Divulgação/Universidade de Waterloo)

Cientistas da Universidade de Waterloo, no Canadá, desenvolveram um novo dispositivo para ajudar a proteger mulheres da infecção pelo HIV, o vírus causador da Aids. A ferramenta, um implante vaginal, diminui o número de células que o vírus pode atacar no trato genital da mulher.

Diferentemente dos métodos convencionais de prevenção da infecção pelo HIV, como o uso de camisinhas e a profilaxia com drogas antirretrovirais, o implante tira vantagem da imunidade natural de algumas pessoas contra a vírus. O HIV infecta o organismo ao “corromper” as chamadas células T mobilizadas pelo sistema imunológico quando de sua invasão. Assim, quando as células T não são ativadas para lutar contra o vírus, elas não são infectadas e a doença não é passada de uma pessoa para outra. Esta inatividade das células T é conhecida como quiescência imunológica.

- Sabemos que algumas drogas, quando tomadas oralmente, nunca chegam ao trato vaginal, então este implante pode ser uma maneira mais confiável de encorajar as células T a não responderam à infecção, e assim também prevenir a transmissão de forma mais barata e confiável – diz Emmanuel Ho, professor da Escola de Medicina da universidade britânica e um dos pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento do implante. - O que não sabemos ainda é se isso pode ser uma opção única para a prevenção da transmissão do HIV ou se pode ser melhor usada em conjunção com outras estratégias de prevenção. Pretendemos responder a essas questões em futuras pesquisas.

O implante foi inspirado em estudos prévios envolvendo trabalhadoras da indústria do sexo no Quênia. Lá, Ho e seu colega de pesquisas Keith Fowke, da Universidade de Manitoba, também no Canadá, observaram que muitas destes mulheres tinham relações com clientes soropositivos mas não contraiam o vírus. Posteriormente, eles descobriram que elas tinham células T que eram naturalmente imunoquiescentes.

- Observando isso, nos perguntamos se seria possível induzir farmacologicamente esta imunoquiescência com medicações que melhor alcançassem o ponto da infecção – conta Ho. - Assim, ao levarmos a medicação exatamente onde ela é necessárias, esperamos aumentar as chances de induzir a imunoquiescência.

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O implante é composto por um tubo oco e dois “braços” flexíveis que ajudam a mantê-lo no lugar. Ele contém hidroxicloroquina (HCQ), que é lentamente espalhada pelo material poroso do tubo e absorvida pelas paredes do trato vaginal. Os implantes foram testados em um modelo animal e os cientistas observaram uma redução notável na ativação das células T, o que significa que o trato vaginal estava apresentando um estado de quiescência imunológica. Artigo sobre o desenvolvimento do implante e seus testes foi publicado recentemente no periódico científico “Journal of Controlled Release”.

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