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Dieta dos pais antes da gravidez influencia saúde da criança

Dieta dos pais antes da gravidez influencia saúde da criança

Cuidados com alimentação devem começar anos antes da gestação

Publicado em 17 de abril de 2018 às 09:33

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(Divulgação)

O bom desenvolvimento de uma criança depende da dieta adotada por seus dois genitores nos anos anteriores à gestação. Ou seja, regimes detox adotados apenas pela mãe às vésperas da gravidez têm efeito reduzido sobre a saúde da criança. Essa é conclusão de uma pesquisa britânica publicada pela revista “The Lancet” nesta segunda-feira, em uma série de três artigos científicos.

Os dados indicam que o consumo de álcool e de cafeína nos anos anteriores afeta os filhos. Casos de obesidade ou de má nutrição de um dos pais também podem levar a potenciais danos genéticos, metabólicos e físicos durante a gestação. Todos esses fatores podem levar a criança a correr maiores riscos, ao longo da vida, de desenvolver doenças cardiovasculares, alterações metabólicas, baixa imunidade e doenças neurológicas.

A principal autora da série, Judith Stephenson, professora de Saúde Sexual e Reprodutiva na University College London, afirma que o período pré concepção, até então entendido como os três meses anteriores a uma gestação, pode ser visto de três formas, que envolvem prazos diferentes. A perspectiva biológica abrange a formação do feto e leva em consideração as semanas anteriores ao início do desenvolvimento embrionário; a perspectiva individual analisa a intenção de engravidar da mãe nos meses anteriores à gestação; e a perspectiva de saúde pública toma períodos mais longos, que abarcam os anos anteriores à fecundação, podendo remeter à adolescência dos pais. Stephenson explica os impactos da alimentação de ambos os pais nos anos anteriores à gestação:

— É um momento crítico, quando a saúde dos pais, incluindo peso, metabolismo e alimentação, pode influenciar o risco de futuras doenças crônicas nas crianças. Precisamos reexaminar a política de saúde pública para ajudar a reduzir esse risco. Embora o foco atual em fatores de risco, como tabagismo, seja importante, também precisamos de novos impulsos para que ambos pais se prepararem nutricionalmente para a gravidez.

Coautora dos três estudos, a pesquisadora Mary Barker, da Universidade de Southampton, no Reino Unido, sugere aos casais que planejam engravidar e aos sistemas públicos de saúde que trabalhem juntos para ajudar a melhorar a qualidade de vida daqueles que serão gerados. Seu estudo propõe a estruturação de uma rede de apoio à redução da obesidade e de melhoria da nutrição desde a idade escolar. O objetivo seria formar gerações de pais e mães cada vez mais saudáveis.

A pesquisadora argumenta que os adolescentes devem ser provocados a uma reflexão sobre alimentação que traga a noção das consequências de seus hábito atuais na vida adulta e para seus filhos. Ela afirma que é preciso mudar a mentalidade atual, que individualiza a responsabilidade da saúde da criança sobre as gestantes e futuras mães:

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— As intervenções na saúde durante o período anterior à concepção têm foco limitado à responsabilidade individual, não abordando diretamente as influências sociais. Melhorar a saúde geral da população, bem como aumentar a conscientização sobre a importância desse período anterior à concepção, pode ajudar a melhorar a saúde das futuras gerações. É responsabilidade de todos apoiarmos nossos jovens adultos a se tornarem, de forma bem-sucedida, pais de crianças saudáveis e longevas.

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