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Copa colorida? Daltônicos têm dificuldade para acompanhar alguns jogos

Copa colorida? Daltônicos têm dificuldade para acompanhar alguns jogos

Publicado em 23 de junho de 2018 às 23:42

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Daltônico, Felipe é fã de futebol e tem acompanhado os jogos. (Marcelo Prest)

A Copa do Mundo promove, a cada quatro anos, um festival de cores das bandeiras de diversos países que “pintam” televisões ao redor do planeta. Mas o festival de camisas coloridas não é para todo mundo. Cerca de 5% da população mundial sofre com daltonismo, condição visual que impede a pessoa de identificar algumas cores. No Brasil, estima-se que cerca de oito milhões tenham a doença. A maioria é formada por homens, em quem é mais fácil a condição se manifestar.

No primeiro jogo do Mundial da Rússia, entre a anfitriã e a Arábia Saudita, muitos internautas daltônicos relataram nas redes sociais dificuldade para diferenciar os dois times. Isso porque os donos da casa estavam de camisa vermelha e calções brancos, enquanto o adversário estava todo de verde, que é a cor também do campo. Embora existam três tipos do daltonismo, o mais comum acarreta dificuldade de ver, justamente, essas duas cores: verde e vermelho.

O professor universitário Felipe Dallorto é daltônico, assistiu ao primeiro jogo do mundial e também teve dificuldade em saber quem era quem. “Eu consigo ver alguns tons de verde e de vermelho, então, enquanto eles estavam parados deu para diferenciar. Mas, quando o jogo começou, eu não sabia quem estava atacando”, explica.

Ele lembra que, em geral, a própria Fifa orienta que as seleções evitem usar uniformes que podem confundir o público, mesmo que a audiência seja em menor quantidade, como é o caso dos daltônicos.

“Eu achei estranho deixarem isso acontecer, pois há o recurso do segundo uniforme para evitar que isso ocorra”, comenta o professor, que afirma que não teve problema para assistir a outros jogos.

Diagnóstico

A oftalmologista Thayse Sperandio explica que o diagnóstico da doença é feito por testes aplicados no consultório, o mais comum deles é o teste de cores de Ishihara.

“São telas, cada uma com padrão de cores e números, e se a pessoa vê todos os números, ela tem visão normal com relação a cores. Se não vê todas, a gente parte para os diferentes tipos de daltonismo”, explica a médica.

Os três tipos são protanopia, o mais comum, que causa a diminuição ou ausência total do pigmento vermelho. Nesse caso, o verde tende a parecer semelhante ao vermelho.

O outro tipo é deuteranopia, quando a pessoa não é capaz de distinguir a cor verde. Por fim, o tipo mais raro é o tritanopia, em que a pessoa tem dificuldade para reconhecer as cores azul e amarelo, e não enxerga a cor laranja.

De acordo com a médica, a doença não tem tratamento, mas também não causa transtornos aos pacientes.

“O único transtorno que o daltonismo causa é a dificuldade com as cores, e isso ainda é algo com o qual os pacientes conseguem se adaptar”, argumenta a oftamologista.

Tipos

Protanopia

É o tipo mais comum e causa a diminuição ou ausência da distinção da cor vermelha. Neste tipo, o verde tende a parecer semelhante ao vermelho.

Deuteranopia

Neste caso de daltonismo, a pessoa não é capaz de distinguir a cor verde.

Tritanopia

É o tipo mais raro. Neste, a pessoa tem dificuldade para reconhecer o azul e amarelo, e não enxerga a cor laranja. Quem tem este tipo de visão não perde totalmente a noção do azul, mas

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o enxerga em tonalidades diferentes.

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