Alisson Becker: o que o goleiro da Seleção Brasileira tem na pele?

Manchas vermelhas no rosto de Alisson podem ser rosácea. Fatores psicológicos, como o estresse e o nervosismo, podem agravar problemas na pele

O goleiro brasileiro Alisson possui rosácea

O goleiro brasileiro Alisson possui rosácea. Crédito: Reprodução/Liverpool FC

A pele avermelhada de Alisson Becker, goleiro titular da Seleção Brasileira, voltou a chamar atenção. Ela já foi assunto na Copa da Rússia, em 2018, e voltou aos holofotes na Copa do Catar.

Ele nunca falou abertamente sobre o que acontece em seu rosto. Questionado pela imprensa, em 2018, sobre a situação e sem dizer do que se tratava as aparentes manchas, o atleta respondeu com bom humor. "Não me incomoda, não! Estou na puberdade. Faz parte", brincou.

Segundo a dermatologista da Unimed Vitória, Yara Santos Rosetti, existem diversos fatores que contribuem para o aparecimento dessa vermelhidão.

“Existe muito a se descobrir sobre a rosácea, mas podemos citar os fatores vasculares, aumento de ácaros na pele e o desbalanço do sistema imunológico (que se torna hiperativo), liberando proteínas inflamatórias. Essas, são hoje, as principais causas dessa condição”, afirmou a médica.

Rei Charles III sofre de rosácea vascular

Rei Charles III sofre de rosácea vascular. Crédito: Reuters/Folhapress

Os sintomas mais comuns estão ligados à pele e olhos. A vermelhidão pode ser difusa ou localizada na bochecha e no nariz, provocando sensação de calor, queimação, inchaço e até o aparecimento de bolinhas vermelhas com pus e vasinhos no rosto. Além disso, é normal que a pele fique mais sensível a mudanças de temperatura. Já nos olhos, os sintomas variam desde vermelhidão, coceira, sensação de “corpo estranho”, secura e lacrimejamento.

De acordo com a Dr. Yara, não existe um perfil específico para apresentar essa condição. Entretanto, ela ressalta que pessoas de pele clara, entre 30 a 50 anos, e descendentes de europeus e irlandeses são mais propícios a terem essa vermelhidão no rosto.

É importante observar ainda quais são os sintomas que aparecem para poder identificar no tipo de rosácea que o paciente tem. “Existem vários tipos de rosácea, como a eritêmato-telangiectásica (vascular), a papulopustulosa, nodular e fimatosa”, disse a médica

NÃO EXISTE CURA

A médica explica que por ser uma disfunção imunológica, é difícil evitar a doença e também não existe cura para ela, mas há maneiras de controlar. Segundo a dermatologista, é fundamental ter um diagnóstico preciso antes de começar a cuidar dessa condição.

“O diagnóstico nem sempre é fácil, a rosácea pode ser confundida com alergia, acne do adulto e dermatite seborreica (seborreia). Não é raro ter sobreposição da rosácea com essas doenças, mas o dermatologista consegue diagnosticar essas diferenças", diz a médica.

Rosto com rosácea

Rosto com rosácea. Crédito: Shutterstock

TRATAMENTO

O tratamento depende da fase em que a doença está. Uma dica é fazer um diário para perceber quais são os gatilhos de piora da rosácea e observar o que contribui para estabilização do quadro. De acordo com a Dr. Yara, essa condição é uma “montanha russa” e possui períodos de melhora e piora.

“Há fatores desencadeantes para a rosácea, como tempo frio ou calor, exercícios físicos, exposição ao sol, estresse, ansiedade, álcool, vento, bebidas quentes e alimentos condimentados. Por isso, uma das recomendações é o uso de filtro solar e sabonetes específicos, pois ajudam a melhorar a barreira da pele”, explicou a médica.

“Dependendo do caso, o tratamento também pode envolver probióticos, medicações específicas antimicrobiana tópica e oral, antiparasitários, como ivermectina tópica e isotretinoína em baixas doses. Além disso, laser e luz pulsada são excelentes para os vasinhos que se formam na pele”, completou.

*Com informações de Felipe Khoury

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