Uma doença respiratória rara deixou o ator José Mayer internado por 30 dias no último mês. Ele foi diagnosticado com granulomatose de Wegener, um problema grave que, se não for diagnosticado a tempo, pode levar à morte.
Trata-se de uma doença autoimune na qual o corpo começa a rejeitar os próprios vasos sanguíneos, mas acaba afetando vários órgãos, como rins, pulmões, vias aéreas.
De acordo com a reumatologista Andreza Tironi Schiffler, a granulomatose de Weneger pertence a um grupo de vasculites sistêmicas, das várias que existem e que afetam predominantemente os vasos, que se inflamam e sofrem um processo de necrose. Tem um anticorpo que causa tudo isso em pessoas que têm predisposição a doença autoimune. A gente não sabe por que isso é desencadeado, explica ela.
Essa inflamação, diz, pode acontecer em qualquer parte do corpo. O paciente pode ter desde uma alteração no nervo óptico, com perda de visão, até uma alteração em um vaso sanguíneo de um vaso periférico e parar de mexer o pé, cita Andreza.
IDENTIFICAÇÃO
Por isso, nem sempre ela é fácil de ser identificada, segundo a pneumologista Karina Tavares Oliveira. A doença geralmente começa a dar sinais pelos pulmões, com congestionamento e sangramento nasal, falta de ar, febre. O que leva muita gente a achar que é pneumonia. Só descobrem o problema porque a pessoa não melhora com os antibióticos.
Apesar de ter sintomas pulmonares no início, a doença é multifocal. O impacto no pulmão é muito grande. Se o paciente for de mais idade, diabético, com problema cardíaco, a situação pode se complicar mais, diz a pneumologista.
A reumatologista destaca que uma das complicações é, por exemplo, um comprometimento dos rins que pode levar a uma insuficiência renal.
Dado esse quadro clínico tão vasto, esse diagnóstico é feito a partir de uma biópsia renal ou pulmonar, por exemplo.
As causas não são ainda tão conhecidas e a granulomatose pode acometer homens, mulheres e crianças. É uma doença rara e crônica, que predomina em indivíduos da raça branca. A incidência é igual entre os gêneros, tanto homem quanto mulher. A idade do diagnóstico costuma ser entre 40 e 55 anos. Mas pode acometer a pessoa em qualquer idade, até mesmo crianças, observa Andreza.
TRATAMENTO
O tratamento é à base de imunossupressores e corticoides, e é para o resto da vida. Mas a pessoa pode levar uma vida normal, trabalhar, destaca Karina.
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