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Câncer do Intestino : Veja como se proteger

Câncer do Intestino : Veja como se proteger

Doença pode ser evitada com bons hábitos de vida e exames

Publicado em 22 de setembro de 2018 às 20:06

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Dona Elieze Coser já teve câncer do intestino, mesma doença que afetou e causou a morte do marido dela. (Vitor Jubini)

Dona Elieze Bonfim sempre teve uma boa saúde. Tinha uma dorzinha aqui, outra ali, mas achava que era normal da idade e se ocupava sempre cuidando de doentes na família. Foi num exame de rotina, quatro anos atrás, que ela descobriu um câncer. Não qualquer câncer: o tumor era no intestino, o mesmo que causou a morte do marido dela, em 2003. “Ele ficou seis anos tratando a doença. E eu acabei tendo a mesma coisa”, relatou ela, que tem 72 anos.

Se hoje dona Elieze está aqui para contar essa história é porque ela teve ajuda logo. O câncer de intestino é um dos mais comuns no Brasil e, assim como os demais, é perigoso se descoberto tardiamente. Mas é altamente curável quando detectado cedo.

Ele tem uma vantagem em relação aos demais: pode ser evitado com bons hábitos de vida e exames específicos, como lembra uma campanha realizada este mês por entidades como a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia e Sociedade de Gastroenterologia.

“A campanha tem o objetivo de conscientizar as pessoas sobre esse câncer, que é bastante prevenível. Queremos mostrar que elas podem descobrir se têm uma lesão e removê-la antes que vire um câncer”, explica o gastroenterologista e endoscopista Áureo Paoliello.

Segundo ele, a doença se inicia a partir dos chamados pólipos, pequenas lesões no intestino, que, se não removidas, podem evoluir silenciosamente para o câncer.

“Esses pólipos evoluem lentamente. Podem levar entre 10 e 15 anos para virar um câncer. Eles ocorrem em qualquer pessoa, em qualquer idade, mas a partir dos 40 anos a incidência é maior”, completa a proctologista Martha Sperandio.

Os sintomas, quando aparecem, podem indicar um câncer em estágio mais avançado. “A pessoa deve ficar atenta se há sangramento nas fezes, um emagrecimento repentino, anemia, dores abdominais ou alterações do comportamento intestinal. Ou seja, se ela tinha um intestino que funcionava bem e de repente passou a sofrer com prisão de ventre ou diarreia, é um sinal de alarme”, cita Paoliello.

EXAMES

Daí a importância da realização de exames, como a pesquisa de sangue oculto nas fezes e a colonoscopia a partir dos 45 anos. O primeiro deles, como o nome diz, vai investigar se há presença de sangue nas fezes, algo que não pode ser visto a olho nu. Esse teste, porém, não determina a causa do sangramento. Por isso, em caso positivo, é preciso fazer a colonoscopia. “Ela é feita por meio de um aparelho que examina o intestino à procura de lesões que, se encontradas, são removidas na hora”, diz Martha.

O exame, segundo Paoliello, só precisa ser repetido a cada cinco anos. Mas pessoas que tiveram registro de pólipos podem precisar repetir a colonoscopia num intervalo menor.

FIQUE POR DENTRO

A doença

O câncer colorretal, ou câncer do intestino, é o segundo tipo de câncer mais frequente nas mulheres e terceiro nos homens

Novos Casos

No biênio 2017/2018, serão 36.360 novos casos, um aumento de 6% em relação ao ano passado (Inca)

Como se desenvolve

É uma doença silenciosa que se desenvolve a partir de um pólipo benigno no intestino que pode evoluir lentamente (de 10 a 15 anos) para um câncer

Investigação

Entre os exames que podem apontar problemas no intestino estão a pesquisa de sangue oculto nas fezes - feito por um exame simples de coleta de fezes - e a colonoscopia

Frequência

Na maioria dos casos, a colonoscopia só precisa ser repetida a cada cinco anos. Pessoas que tiveram registro de pólipos podem ter que repetir num intervalo menor

Quando fazer

A recomendação é que pessoas sem histórico de câncer colorretal na

família procurem um especialista a partir dos 45 anos. Se houver casos na família, esse acompanhamento deve ter início por volta dos 35 anos

Sinais

Mudança repentina e persistente dos hábitos intestinais, como diarreia, constipação e fezes com sangue e escuras, além de dor abdominal, anemia, fraqueza e perda de peso são alguns dos principais sintomas

Prevenção

Deve-se ter uma alimentação fica em fibras e peixes, evitando ingestão exagerada de carne vermelha, embutidos e outros alimentos gordurosos. É preciso ingerir pelo menos 2 litros de água por dia, evitar uso de álcool e cigarro e praticar atividade física regularmente

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