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Como passar pela época do 'atchim'

Como passar pela época do "atchim"

Com as rápidas mudanças de tempo, doenças respiratórias atacam

Publicado em 12 de novembro de 2018 às 01:06

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Mulher espirra: alergias são comuns nesta época do ano. (Divulgação)

Num dia tem sol e calorzão. No outro, esfria e chove. Essa virada constante de tempo, típica na primavera, é a razão de ter tanta gente espirrando ou tossindo nesta época do ano.

Na casa da advogada Carla Rodrigues Ferreira, 39 anos, todo ano é a mesma coisa: é só começar a primavera para as crianças adoecerem. “Meus dois filhos têm asma. E, nesse período, basta virar o tempo para eles terem as crises, que só vão aliviar quando chegar o verão”, conta a mãe do Viktor, de 5 anos, e do Daniel, de 8.

Sim, a estação tem seus encantos. Mas também é sofrida para quem já sofre com alergias e outros problemas respiratórios.

“As mudanças bruscas de temperatura favorecem infecções virais e podem ser desencadeadores de doenças alérgicas em pacientes já alérgicos”, afirma a alergista e imunologista Paula Perini.

De acordo com a alergista e pneumologista Marcia Valéria Bellote, os alérgicos são muito mais sensíveis a essas oscilações térmicas. “Isso ocorre porque eles têm a mucosa respiratória já comprometida pela reação inflamatória.”

Segundo Paula Perini, apesar de o problema de dispersão de pólen não ser muito marcante no Estado, a quantidade de alérgicos impressiona. “Em Vitória, 47% da população infanto-juvenil têm alguma doença alérgica, sobretudo rinite e asma. Acreditamos que com adultos seja a mesma situação. Somos campeões nacionais. No país, essa taxa é de 20%. Por isso, a sensação de que todo mundo é alérgico em Vitória não é mentira”, aponta.

Para ela, uma explicação pode estar nas características da cidade. “É um clima extremamente úmido, com bastante vento e pó preto”.

O problema, diz Paula, é que as alergias podem virar coisa séria. “Elas podem ser simples, mas podem ser graves a ponto de desencadear asma. E asma é uma doença que pode matar”, alerta.

Cuidados

Os pequenos Viktor e Daniel já se acostumaram a conviver com medicamentos para contornar as crises. “Eles sofrem muito! Às vezes, tenho que entrar com medicação de emergência. Em casa, tomamos cuidados. Não tenho nenhum tapete, nem pelúcia ou almofadas por causa disso”, diz a mãe dos meninos.

Marcia cita ainda doenças como sinusite e a conjuntivite como problemas bem comuns nesta época. “A conjuntivite alérgica inicialmente era conhecida como conjuntivite primaveril por se agravar nesta época.”

A prevenção, dizem as médicas, se faz com algumas medidas, entre elas a boa hidratação. “A ingestão de água é um dos mais potentes remédios da natureza. E vale hidratar as vias aéreas nasais com substâncias fisiológicas próprias e o uso de lágrimas artificiais prescritas para umidificar olhos”, indica Marcia.

Pessoas mais suscetíveis a esses problemas devem manter a casa mais arejada e ter acompanhamento de especialista, lembra Paula.

SAIBA MAIS

Problemas comuns

Rinites alérgicas

São causadas por agentes como ácaros, fungos, poeira, pólen. Mudanças bruscas de temperatura podem desencadear o problema, que se manifesta por espirros; coceira no nariz, olhos e garganta; coriza; entupimento nasal. Se não forem tomados certos cuidados, podem evoluir para asma, por exemplo.

Asma

Também é um problema respiratório comum na primavera, marcado por falta de ar, cansaço, tosse. Não tem cura, mas com acompanhamento médico certo é possível controlar as crises.

Faringite

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Comum neste período, a faringite estreptocócica é causada por uma bactéria e se espalha facilmente pelo ar. A pessoa sente dor na garganta, tosse insistente e seca, perda de voz.

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