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Autoridades americanas aprovam antidepressivo em forma de spray nasal

Autoridades americanas aprovam antidepressivo em forma de spray nasal

Esketamina pode dar esperança aos pacientes adultos que resistem aos remédios disponíveis, como o Prozac; médico ressalta que tratamento deve ser administrado em um centro de saúde

Publicado em 6 de março de 2019 às 12:04

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(HolgersFotografie/Pixabay)

As autoridades dos Estados Unidos aprovaram o lançamento no mercado de um remédio apresentado como uma revolução no tratamento da depressão, uma doença minimizada por muitos, mas devastadora para os que são diagnosticados com o ela.

A agência americana de medicamentos (FDA, na sigla em inglês) seguiu as recomendações de especialistas e aprovou a esketamina em forma de spray nasal, que será comercializada com o nome de Spravato pela Janssen, a unidade farmacêutica da Johnson & Johnson's.

A esketamina pode dar uma nova esperança aos pacientes adultos que resistem atualmente aos remédios disponíveis, como o Prozac. O novo fármaco, pensado para pessoas que já testaram outros medicamentos, é apresentado como uma revolução no combate à depressão.

Pierre de Maricourt, médico do hospital Sainte-Anne de Paris, que participou de dois testes clínicos de fase 3 do medicamento, financiados pela Janssen, elogiou a aprovação do remédio. Ele destacou a "significativa efetividade e a velocidade de ação da esketamina em poucos dias, quando leva de seis a oito semanas para um antidepressivo convencional".

"Nosso programa de pesquisa sobre a esketamina em forma de spray nasal demonstra uma relação de risco-benefício positiva para os adultos que sofrem uma depressão resistente aos tratamentos atuais", disse Husseini K. Manji, diretora de terapias de neurociências na Janssen. O laboratório afirma que a molécula permite combater os pensamentos suicidas.

Maricourt ressaltou que o tratamento deve ser administrado em um centro de saúde para monitorar o paciente. Além disso, a FDA restringiu a distribuição do remédio, com uso sob vigilância médica, em razão do "potencial de abuso" do medicamento.

Kim Witczak, que representa os consumidores no painel da FDA e denuncia os efeitos colaterais dos antidepressivos desde a morte de seu marido, votou contra a autorização de venda por considerar que os testes podem ser insuficientes. A esketamina está relacionada à ketamina, que é usada como um anestésico em humanos e animais, mas que também é um narcótico.

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), quase 300 milhões de pessoas sofrem de depressão, uma doença que limita a capacidade de uma vida cotidiana normal, mas que tem sua gravidade frequentemente subestimada ou confundida com uma depressão passageira. Os casos mais graves podem levar ao suicídio. 

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