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Conheça os alimentos que viciam como drogas

Conheça os alimentos que viciam como drogas

Gordura, açúcar e glutamato provocam uma falsa sensação de bem-estar e fazem o organismo se tornar dependente

Publicado em 26 de agosto de 2019 às 06:46

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Fabiana Andrade: para fugir dos doces, sacia a vontade com barrinhas de proteína com sabores que imitam até sobremesa. (Carlos Alberto Silva)

Sensação de bem-estar, saciedade e até uma falsa ilusão de felicidade. É incrível, mas os efeitos que um hambúrguer, chocolate ou qualquer sobremesa com açúcar podem ter no organismo são tão preocupantes quanto os de uma droga ilícita. É que muitas dessas comidas têm substâncias chamadas de verdadeiros “venenos” por especialistas e devem ser evitadas ao máximo, porque viciam e, depois de um uso prolongado, é difícil se desapegar delas.

Disso a empresária Fabiana Andrade, de 33 anos, lembra bem. Há 10 anos ela decidiu mudar de vida e investiu em uma alimentação regrada com exercícios e suplementações na medida certa. Mas antes disso não era tão certinha assim. “Decidi mudar porque optei por uma vida saudável e atualmente eu tenho muito equilíbrio em tudo”, garante.

Ela relata que até para os carboidratos, que são os vilões da dieta, há uma receita: “Divido as doses em todas as refeições. Só não como nada de carboidrato no dejejum.”

Para substituir os doces, Fabiana come barrinhas de proteínas que são facilmente encontradas no mercado. “Tem sabor beijinho, torta de banana, sabores que imitam sobremesas e me fazem muito bem. Como o ‘doce’ e, como têm muita proteína, servem como um lanche que me sacia por algumas horinhas”, ressalta.

De acordo com a nutricionista Estela Reginatto, não é de se estranhar que os alimentos que têm açúcar, gorduras e glutamato monossódico (sódio usado como realçador de sabor em alimentos industrializados) viciam. Essas substâncias liberam dopamina e serotonina, que dão essa sensação de excitação e felicidade. Mas isso gera um vício cerebral. Depois de um tempo, o corpo da pessoa pede por aquele alimento. “É por isso que, às vezes, o paciente é viciado em determinado hambúrguer, determinado tempero pronto porque cada item tem uma concentração diferente”, fala, indicando que nesses casos a dependência que se cria é pelo glutamato monossódico.

Essa substância é usada em molhos, também, como o shoyo e ketchup. Eles, além de serem ricos em sódio, que é prejudicial à saúde, têm o glutamato e acabam viciando. “Aí não tem muito segredo. O jeito é a pessoa ir diminuindo o uso desses alimentos aos poucos para não ter nenhum dano mais significativo à saúde”, completa Estela.

MÚSICA

 Para a nutricionista Letícia Matrak, o que pode ser feito para se livrar do vício é, também, encontrar uma alternativa à comida. “A música aumenta a produção de dopamina e endorfina. Exercício físico também. O ideal é tentar mudar o foco quando sentir o desejo de comer esses alimentos com essas outras atividades”, sugere.

 Para as frituras, Letícia crê que a maior parte pode ser substituída por versões assadas. Já o chocolate 70% cacau, por exemplo, pode ser o grande aliado para dizer adeus ao açúcar: “Ele dá sensação de saciedade com menos quantidade”.

 Estela também lembra que os nibs de cacau (amêndoas do fruto fragmentadas e torradas) podem ser usados nesses casos.

DETOX

O próprio organismo se encarrega de “limpar” o organismo desses alimentos. Mas o suco verde, por exemplo, é capaz de ajudar no bom funcionamento do intestino, que é o nosso segundo cérebro. “Consumir alimentos naturais, tomate, cacau, que são ricos em triptofano, kefir e chás, são uma boa forma de ajudar a fazer a limpeza do intestino”, fala Estela.

Letícia concorda e diz ainda que frutas como abacaxi e insumos como limão e gengibre também conseguem turbinar esse processo de detox. “Cerca de 70% da serotonina, que dá a sensação de prazer, é produzido no intestino. Beber bastante água, chá verde, hibisco, chá diurético como a cavalinha e até chá de boldo também são bem-vindos”, finaliza.

CUIDE-SE!

Fique longe

Os alimentos que viciam são aqueles que têm grandes quantidades de gordura, açúcar, sal, glutamato monossódico e farinha refinada. Algumas substâncias que estão presentes neles liberam dopamina, que dá sensação de prazer e relaxamento, exatamente como acontece com as drogas. Entre eles estão chocolate, pães, macarrão, sorvete e doces. O sorvete é quase um combo, pois reúne gordura saturada e açúcar. Refrigerantes e cafés também entram na lista de alimentos viciantes.

 Como substituir?

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Alimentos ricos em gorduras podem ser feitos sem óleo. As farinhas também podem ser trocadas pelo que é integral. Usar temperos naturais, como alho, tomilho, cúrcuma, açafrão e outros é uma boa maneira de fugir do sal e glutamato monossódico. Aumentar a ingestão de água e sucos naturais ajudam na troca do refrigerante e auxiliam na hidratação.

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