Após separação

Empresária se casa pela 2° vez com o marido em cenário de cinema no ES

Larissa Hastenreiter e o funcionário público Bruno Lorenzutti fizeram a cerimônia dois anos após a separação

Laila Magesk

Publicado em 11/05/2018 às 09h40

"Só por um milagre de Deus". Sem acreditar em uma reconciliação, era esse o pensamento da empresária Larissa Hastenreiter, 33, sobre reatar a união com o marido, o funcionário público Bruno Lorenzutti. O que ela não esperava é que, dois anos após a separação, o milagre aconteceria, com contornos de contos de fadas e em um cenário de tirar o fôlego nas montanhas do Espírito Santo.

Mais madura e decidida, ela se casou pela segunda vez com o seu primeiro amor, que conheceu aos 12 anos de idade no prédio do pai em Vila Velha. No segundo 'sim', o casal teve tudo que tinha direito, como  ensaio fotográfico de noivos e despedida de solteira.

Para tornar a cerimônia ao ar livre em uma fazenda com a Pedra Azul ao fundo ainda mais simbólica, do céu nublado saiu a luz do sol sobre os noivos. A filha do casal acompanhou o momento da benção dada pelo mesmo pastor 14 anos antes. No mês das noivas, a convite do Gazeta Online, a própria Larissa, nos conta como esse amor forte sobreviveu a tantas mudanças.

COMEÇO

Eu tenho 33 anos. Me casei muito cedo da primeira vez. Conheci o Bruno com 12 anos. Comecei a namorar com ele aos 14. Casei com o primeiro namorado. Depois de cinco anos de namoro, nós nos casamos. Muito jovens. Eu com 19 anos e ele 21. Nós casamos porque Bruno perdeu o pai, ele já não tinha a mãe. Acabou que a gente meio que antecipou as coisas. Ele tava sozinho. Acho que foi a vida que caminhou para que a gente casasse mais cedo.

A SEPARAÇÃO

Tivemos a nossa filha com 5 anos de casamento. Quando fizemos 12 anos de casados, tivemos a crise do nosso casamento. Senti a necessidade de viver um pouco sozinha. Eu já tinha vivido mais com ele do que sozinha. Me bateu uma crise de que eu precisava viver fora daquela relação. Aquela crise de casamento que algumas pessoas superam, mas, pra gente, por ter casado muito jovem, eu tive a necessidade de me ver sem o casamento. Aí nos separamos em 2015. Nesse período, eu tive um relacionamento, Bruno teve outro. Não nos separamos no papel, mas nos separamos de corpos. Morávamos em casas diferentes.

PAQUERA

Depois de um ano de separados, a gente voltou a se paquerar. Eu já estava só, ele só. A gente voltou a se encontrar e surgiu um namoro, como se fosse o primeiro. Mas era um namoro escondido da filha, porque a gente não podia criar uma expectativa. É muito engraçado. Às vezes, quando a gente se via, ela ia no quarto, e a gente dava um beijinho na sala. A gente não se beijava na frente dela porque a gente ainda não tinha certeza.

O RETORNO

Esse nosso retorno foi muito legal. A gente fez uma terapia de casal, onde vimos que foi fundamental para tratar algumas coisas que a falta de diálogo foi deixando acontecer a separação. A gente viu que faltou o diálogo. Faltou a gente conversar melhor sobre as coisas. Entramos na terapia namorando. Ele escreveu no banheiro: 'Quer namorar comigo pro resto da sua vida?', de batom no espelho. Foi uma paquera novamente, sair para jantar, como se a gente tivesse se conhecendo. Depois do pedido oficial, falamos para a filha que estávamos namorando.

ERA PRECISO UM MARCO

Decidimos voltar, mas surgiu a necessidade de ter um marco na nossa vida, de uma coisa muito boa, porque foram dois anos bem difíceis. Então decidimos fazer uma benção. Eu trabalho com esse mundo de casamento. No nosso primeiro, nós fizemos somente um jantar. Mas não foi a nossa cara, porque a gente não era o que a gente é hoje. Éramos duas crianças. Decidimos fazer uma benção mais intimista, para 150 pessoas, o pastor foi o mesmo. Foi muito legal. A mesma música tocou no primeiro casamento. A gente reviveu aquele momento depois de 14 anos, no dia 26 de agosto de 2017. A primeira vez foi 20 de setembro de 2003. Este ano a gente faz 20 anos juntos entre namoro e casamento. Bruno foi a minha primeira paixão.

MILAGRE

Foi muito intensa essa benção. Eu nunca achei que a gente pudesse voltar. Eu já tinha perdido todas as esperanças, na verdade, eu não tinha esperança. Como partiu mais de mim, eu não pensava que isso fosse acontecer. Pra mim, foi o milagre de Deus mesmo.

AMOR MAIOR DO QUE IMAGINAVA

Eu não tinha a noção de que talvez eu o amasse tanto. Eu precisava de me distanciar para perceber o quanto era importante. Hoje o meu olhar para o casamento, para a vida, para o que quero para a minha vida... Eu amadureci tanto em dois anos. Hoje eu tenho certeza absoluta do que eu quero. A gente está planejando outro filho, já abri a fábrica. É a família mesmo que quero. Talvez ele já tivesse essa visão e eu não. Tenho uma visão diferente do que é a família, do quanto é importante essa união, a gente tentar superar juntos. Sei que outros momentos ruins vão vir, mas é importante a gente estar junto.

MUDANÇAS

A maturidade ajuda muito. O diálogo melhorou demais. Quando vejo que alguma coisa está desandando, eu falo: 'Vamos conversar'. Não deixe para depois, de forma alguma. A gente não pode achar que é perder tempo falar. Se te chateou, tem que sentar na hora e falar. Hoje o nosso diálogo é muito bom. A gente deu uma pausa na terapia, mas já estamos retornando. É um momento que você tira para poder melhorar, entender o outro. A gente mudou o pensamento de trabalhar muito e se curtir pouco. Na correria, às vezes, sobra pouco tempo. Hoje a gente sabe controlar mais do que antes. A gente trabalha mais, mas sabe priorizar mais.

FUTURO

Na semana passada, sentamos para traçar o que a gente quer como objetivo de vida, como ir ao cinema à tarde, passar um final de semana em Pedra Azul, almoçar juntos em casa. Hoje a gente tem esse resgate. É um almoço em família de uma hora, mesmo saindo correndo do trabalho. Nossa filha está com 9 anos, sonhando com o irmãozinho.

A nossa história é linda. A gente tem um plano de se casar pela terceira vez quando a gente fizer 20 anos de casados, em Pedra Azul. Se Deus quiser, na nossa futura casinha. A gente ama Pedra Azul. Vamos começar a construir lá. A gente sempre gostou de lá. O que a gente quer de vida é um dia poder viver lá, buscando essa paz, a família. Deus faz o impossível na vida da gente. Eu falei só um milagre de Deus, e sem acreditar. Deus fez tudo tão bonito.

A CERIMÔNIA

Eu queria a cerimônia mais linda do mundo. Quando cheguei na fazenda, estava chovendo de manhã, muita chuva. Falei que Deus já tinha feito o impossível que era unir a gente. Não tinha plano B, era todo aberto o casamento. Eu falava que Deus ia soprar aquela nuvem da pedra, para aparecer a Pedra Azul, e que seria um dia abençoado. Na cerimônia veio o ponto chave. Entro eu, todo mundo na cerimônia, minha filha entra e o céu totalmente nublado. De repente, o pastor estende a mão para dar a benção, ele coloca um lenço em volta da gente, ele estende a mão. Nessa hora, saiu um raio de sol e iluminou somente a gente. Você não faz ideia do que foi. Eu choro. Se alguém teve dúvida, não existe. Foi lindo, lindo, lindo.

OUTROS CASOS

Foi uma pessoa na minha loja, acompanhada de uma pastora. No final do atendimento, ela veio me agradecer, me perguntou como poderia me agradecer, e eu falei com ela pra gente fazer uma oração. A pastora falou que o meu casamento, que estava próximo, não seria apenas para a minha família, mas seria um testemunho para outros: 'Lares vão ser restaurados no seu casamento'. Eu fiquei até emocionada com isso. No dia, na festa, dois homens que estavam pensando em separar da esposa chegaram até a mim e falaram que eu tinha mudado a vida deles. Um falou até na frente da esposa. Que resgate. A palavra do pastor tocou todo mundo. E o terceiro homem me escreveu. A palavra de Deus é perfeita.