Crianças

Capixabas criam brinquedos que ensinam o respeito à diversidade

Uma publicitária e uma artesã estão criando as peças dos projetos

Ana Luíza Dias de Oliveira

Publicado em 03/02/2019 às 08h26

Brincadeira é sinônimo de diversão, mas também inclui aprendizado e representação social. Pensando nisso, duas marcas surgiram no mercado com o objetivo de ensinar as crianças, de forma divertida, a importância do respeito à diversidade.

A marca Megusta Monstrinhos foi iniciativa da publicitária Luiza Maciel e nasceu como forma de ela conseguir uma renda extra. Como cresceu em meio às criações artísticas do pai e os retalhos de costura da mãe, resolveu criar os brinquedos. “Lembrei-me de uns toy arts que tinha feito uma vez com uns retalhos em casa, e aí comecei a fazer alguns monstrinhos pra vender quando eu cursava a universidade”, comentou Luiza.

Hoje, a Megusta Monstrinhos é gerida por ela e sua mãe, Janete Maria de Melo. A marca cresceu e já comercializa diversos produtos, como bonecos, bolsinhas, almofadas, pôsteres dos monstrinhos – em parceria com a marca Na Casa da Joana – e bonequinhos de pano, em parceria com a banda infantil No Seu Abracinho. Os produtos são destinados ao público infanfil, mas por seu conteúdo educativo atingem também jovens e adultos.

Os bonecos da Megusta Monstrinhos possuem personalidade e referência, afim de transmitir uma ideia de autoaceitação e respeito às diferenças. “Meus monstrinhos são inspirados nos humanos, essa é a ideia central. Se sentir monstrinho significa sentir-se diferente, único, e gostar disso. Tento sempre passar essa ideia com personagens marcantes para fazer com que as pessoas se identifiquem e adotem essa ideia”, contou a publicitária.

Além disso, a inspiração para criação de cada monstrinho vem de diferentes pessoas e lugares, intensificando o conceito da marca. “Gosto muito de personagens que possuem personalidade forte. Com os meus toys, quero transmitir para as pessoas a importância de sermos diferentes, princípio que nos leva também à tolerância, ao amar e a entender o próximo do jeito que ele é, e não como gostaríamos que fosse”, relatou.

Brincar como antigamente

Em contrapartida ao universo da confecção industrial de brinquedos, a artesã Silvia Barbosa produz fantoches e outras peças em feltro, peças que garantem a diversão dos pequenos. Formada em artes plásticas pela Universidade Federal do Espírito Santo, ela atuou durante 25 anos como professora de Artes. “Desde pequena fazia trabalhos manuais e sempre adorei bordar. Agora que estou aposentada retomei minhas atividades aproveitando a experiência de anos em contato com as crianças, e resgatando o prazer pelo bordado a mão”, destacou Silvia.

A artesã Silvia Barbosa começou a produzir fantoches depois que se aposentou.   A ideia é representar a criança, seus pais, irmãos e até animais de estimação.
A artesã Silvia Barbosa começou a produzir fantoches depois que se aposentou. A ideia é representar a criança, seus pais, irmãos e até animais de estimação. Foto: Divulgação

Suas peças são criações exclusivas e podem ainda representar algum familiar ou a própria criança. "A ideia é representar a criança, seus pais, irmãos e até animais de estimação, instrumentos musicais e tudo o que seja de interesse da criança para compor os kits, que também podem ser usados em brincadeiras", contou. As peças podem ser adquiridas através de encomendas, mas a artista também aposta nas vendas através no Instagram.

Os fantoches atuam como algo novo no mundo da diversão infantil. Principalmente em tempos onde a tecnologia domina a atenção da criançada. “As crianças gostam muito, pois são brinquedos diferentes dos quais elas estão habituadas a manusear. É criativo e lúdico. Os fantoches podem ser os de modelo convencional, em forma de luva, ou ainda em forma de palito, muito procurados por serem de mais fácil manuseio pelas crianças”, disse Silvia.