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'La Casa de Papel' mostra que nem só de língua inglesa vive as séries

'La Casa de Papel' mostra que nem só de língua inglesa vive as séries

Série espanhola traz grupo de assaltantes em um elaborado plano para invadir a Casa da Moeda

Publicado em 15 de janeiro de 2018 às 22:25

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Série "La Casa de Papel" . (Netflix/Divulgação)

O que seria melhor do que assaltar um banco cheio de dinheiro? Bem... talvez só um elaborado golpe diretamente na fonte onde o dinheiro é produzido – a expressão “tempo é dinheiro” nunca significou tanto quanto na série “La Casa de Papel”, cuja primeira temporada está disponível na Netflix, ou algo parecido. Minissérie espanhola de 15 capítulos, a trama ganhou outro formato por aqui; a gigante do streaming pegou os 9 primeiros episódios e os reeditou em 13 partes, algo como uma temporada. A “segunda temporada”, com os 6 episódios restantes (no original), deve chegar por aqui entre abril e maio, mas enquanto isso já há uma baita série para ser assistida.

A trama acompanha oito assaltantes que, como dito anteriormente, planejam um elaborado golpe na Casa da Moeda em Madrid. Eles precisam ficar lá dentro o maior tempo possível para poder produzir o dinheiro e, claro, colocar em execução um ousado plano de fuga.

PERSONAGENS

Enquanto alguns assaltantes são deixados meio de lado, outros ganham arcos completos e bom desenvolvimento. Um dos grandes méritos da série é ter um ritmo acelerado desde o primeiro episódio – mesmo que ainda não conheçamos os personagens, já passamos a nos importar com eles.

Como o público já conhece a identidade dos assaltantes desde o início, o que dá o tom da série não é o mistério, mas a dinâmica entre eles e a detetive Raquel Murillo (Itziar Ituño), responsável por tirar os reféns lá de dentro a salvo e prender os bandidos. Raquel lida diretamente com o líder do grupo, o misterioso Professor (Álvaro Morte), que parece estar sempre um ou dois passos à frente da equipe de investigação.

A história ainda ganha novos contornos com algumas subtramas (dispensáveis) da vida pessoal da detetive, mas nada que mereça destaque – ao final elas servem apenas para o desenvolvimento da personagem e para que o público compreenda melhor alguns de seus atos.

O mais legal de toda a série é a maneira como sua narrativa parece sempre guardar uma surpresa. Apesar de formulaico e de às vezes parecer demais com seus pares americanos, o texto é inteligente o suficiente para prender o espectador e fazer com que ele queira sempre mais – isso funciona muito bem quando o roteiro se aventura pelas histórias regressas dos assaltantes, pois cada um tem um motivo diferente para estar ali, além, claro, dos bilhões de euros.

O que mais difere “La Casa de Papel” das produções americanas do gênero é que ela, desde o começo, sabe aonde quer chegar. Isso significa que tudo, desde o primeiro frame, está ali por um motivo narrativo, ou seja, nada é gratuito apenas para enganar o espectador e gerar uma ansiedade desmotivada – é lógico que os cliffhangers (os famosos ganchos) de um episódio para outro estão presentes, mas o espectador não se sente enganado com suas resoluções.

“La Casa de Papel”, ao menos para o público brasileiro, ainda se beneficia de trazer rostos desconhecidos, que não carreguem o estigma de outros personagens. Assim fica mais fácil a identificação com Tóquio, Rio, Nairóbi e até Berlim (todos os assaltantes usam cidades como pseudônimos) durante a trama.

Mesmo sem trazer algo extremamente inovador ou emocionante, a série cumpre bem seu papel de entreter sem subestimar seu público. “La Casa de Papel” tem bons atores, bons personagens e uma narrativa que funciona muito bem. Não dá para pedir muito mais do que isso.

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