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Michel Teló sobre atuar: 'Confesso que achei que seria mais difícil'

Michel Teló sobre atuar: "Confesso que achei que seria mais difícil"

Em entrevista, cantor fala sobre a estreia no teatro e sobre a possibilidade do quadro no Fantástico virar programa solo: "Quem sabe um dia?"

Publicado em 12 de janeiro de 2018 às 00:47

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Acostumado com apresentações em público há mais de 20 anos, Michel Teló, um dos artistas de maior sucesso de sua geração, tem experimentado um jeito novo de pisar nos palcos. Em turnê com o musical “Bem Sertanejo” há quase um ano, o cantor tem se sentido bem à vontade em sua primeira experiência como ator, mostrando toda a sua versatilidade.

“Confesso que achei que seria mais difícil. Consegui ir rápido, pegando o ritmo, aprendendo os textos e as posições no palco”, conta Teló, em entrevista ao C2.

O espetáculo tem três horas de duração, contando a história da música sertaneja desde a sua origem caipira, no século XVII, até chegar ao universo pop do sertanejo universitário.

Além de Michel Teló (centro), musical conta com grande elenco. (Bruno Fioravanti /Divulgação)

O musical, que chega a Vila Velha na próxima semana, com sessões na sexta-feira (19) e no sábado (20), tem também mais de 50 canções no repertório, com sucessos de Tonico e Tinoco, Sérgio Reis, Chitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé Di Camargo e Luciano e Jorge & Mateus, entre outros. Uma viagem pelo interior do Brasil, com Teló interpretando o protagonista da montagem.

“É um projeto de altíssimo nível. Faço um tropeiro no começo. Depois, no segundo ato, tem vários personagens. Foram meses de ensaio, de muita preparação”, lembra ele.

Com o mesmo nome do quadro do “Fantástico”, da Rede Globo, o espetáculo já virou show e livro. O quadro, que já teve duas edições no dominical, não tem previsão de ganhar uma nova temporada em 2018. Segundo o músico, é um desafio conseguir conciliar a agenda dos artistas que participam da atração.

Mas o sucesso do quadro é tão grande que jornalistas especializados em televisão chegaram a ventilar a possibilidade dele virar um programa solo na grade da Globo.

“Quem sabe um dia? Isso tem que conversar muito. Não é algo tão simples para você colocar um programa na TV aberta. Mas a gente pode sonhar com isso, sim. A gente vai sonhando e quem sabe um dia realiza”, comenta.

Apesar da aprovação nos palcos como protagonista do musical, o músico descarta atuar na TV e no cinema. “Já estou com bastante trabalho”, brinca Teló.

E, claro, precisa arranjar um tempo para a família, uma das mais queridas – e seguidas – das redes sociais. O sertanejo é casado com a atriz Thaís Fersoza e pai dos pequenos Teodoro, de 5 meses, e Melinda, de 1 ano e 5 meses, que bombam nos vídeos postados pelo casal.

“Recebo os vídeos dos dois, que Thaís grava com o celular, e fico vendo o dia inteiro, no avião, na estrada. É uma maneira que a gente usa para matar a saudade quando está trabalhando.“

Confira a entrevista com Michel Teló

Cantor, compositor, instrumentista... e agora ator. Em entrevista ao C2, Michel Teló fala sobre a experiência de atuar nos palcos com o musical e sobre o futuro do quadro no Fantástico. 

Qual o diferencial desse espetáculo para o show que você apresentou em Vila Velha no mês de setembro? 

Agora é um espetáculo musical, teatral. São três horas de espetáculo, tem primeiro e segundo ato. São 11 atores e cantores. É uma outra concepção, um projeto totalmente diferente, de altíssimo nível, bem brasileiro, bem sertanejo, o que é bem bacana.

Michel Teló e Thais Fersoza publicam foto de Melinda beijando o irmãozinho. (Reprodução)

Como foi para você atuar? Qual o seu maior desafio na preparação do musical?

Atuar é algo novo. Participei de banda a minha vida inteira. No Tradição, eu gostava de brincar. Mas ali é uma atuação de três horas de espetáculo.  A parte musical eu estava em casa porque faz parte da minha vida, mas foi um desafio muito bacana. Estou muito feliz de estar fazendo.  Me preparei durante meses, com ensaios, conversas com Gustavo Gasparini, que escreveu a peça. Ele foi genial. Chegou o texto, comecei a decorar a parte dos textos, me colocar mais dentro do projeto. Devagarinho eu fui decorando. Vou confessar que imaginei que seria mais difícil, mas por fazer parte disso, de fazer parte da música sertaneja desde sempre, consegui ir rápido, pegando o ritmo, aprendendo os textos e as posições no palco.

Já pensou em investir mais na carreira de ator? Atuar no cinema, em novelas...

Não. (Risos) Já estamos com bastante trabalho nessa parte de cantor, de shows, de programas. Tem The Voice, tem o Bem Sertanejo, no Fantástico. Todo final de semana, pelo menos de sexta a domingo, a gente está na estrada. Estou bem feliz com esses projetos.

Sobre o quadro do Fantástico, tem uma repercussão muito positiva. Tem previsão de novas temporadas?

Fizemos uma temporada em 2013 e outra em 2017. Realmente, é um projeto que o pessoal gosta muito. Teve uma aceitação muito bacana. A gente gosta de dar um tempo maior para ele. Para acertar a agenda de todos os artistas é um desafio muito grande, para ajeitar roteiro. É algo que a gente faz com muito carinho e com muita preparação. Creio que esse ano ainda não tenha edição do "Bem Sertanejo".

Chegou-se a falar em transformar o quadro em programa solo. Existe algum projeto de ter um programa fixo sobre sertanejo?

Quem sabe um dia? Isso tem que conversar muito. Não é algo tão simples para você colocar um programa na TV aberta. Mas a gente pode sonhar com isso, sim. A gente vai sonhando e quem sabe um dia realiza.

O espetáculo também traz a discussão sobre uma "rivalidade" imposta muitas vezes entre o sertanejo pop e o caipira raiz. Chegou a enfrentar preconceito por causa do sertanejo universitário? 

Isso existe desde sempre. Se a gente for analisar, quando a música sertaneja era só viola e passou a ter a influência da Jovem Guarda, com a inclusão de bateria, baixo e guitarra, já surgiram as críticas.  Quem começou isso foi Chitãozinho e Xororó, foi Léo Canhoto e Robertinho. Mas acho importante essa modernização. A música sertaneja teve que acompanhar a galera que se mudou para a cidade. Se a música sertaneja não se modernizasse,não estaria nesse momento tão especial que vive hoje. E as críticas sempre vão existir. Faz parte e sempre vai ter. Eu também recebi críticas na época do estouro do "Ai Se eu te pego", mas são pessoas que, muitas vezes, não conhecem sua história, que não conhecem sua vivência.  Mas, graças a Deus, com o trabalho que eu venho fazendo, tenho recebido cada vez mais o carinho e o respeito das pessoas.

Sua família é uma das mais queridas - e seguidas - nas redes sociais. Como você lida com a exposição na internet? Com as críticas e brincadeiras, inclusive com os seus filhos?

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Quando você se torna uma pessoa conhecida por todos, é normal. A gente tem realmente uma imagem muito forte. Graças a Deus, as pessoas têm um carinho muito especial pela minha família, pela Thaís, pela Melinda, pelo Theodoro. Isso é maravilhoso. Claro, como em tudo, tem pessoas que querem demonstrar o carinho, tem quem critique. Mas é muito mais mensagens de carinho e energia positiva que chegam. As pouquíssimas negativas a gente acaba nem vendo.

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