> >
'O Estrangeiro' traz ação e suspense político

"O Estrangeiro" traz ação e suspense político

Com Jackie Chan no elenco, filme tem trama de vingança

Publicado em 11 de janeiro de 2018 às 22:19

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura

Jackie Chan é um dos atores mais conhecidos mundo afora principalmente, por fazer suas próprias cenas de ação, sem dublês. Mas, apesar de toda essa popularidade, ele estava sumido dos cinemas americanos há alguns anos. De repente foi anunciado que o ator faria colaboração com o diretor Martin Campbell (“Cassino Royale”) em um filme de vingança envolvendo conspirações políticas – para quem acompanha as carreiras tanto de Campbell quanto de Chan, um anúncio que trazia no mínimo uma curiosidade.

Pierce Brosnan e Jackie Chan no filme "O Estrangeiro". (Diamond Films/Divulgação)

Eis que “O Estrangeiro” chega aos cinemas contando a história de Quan (Jackie Chan) que, após ver sua filha ser assassinada em uma atentado terrorista, busca vingança. Paralelamente ocorrem diversas conspirações políticas que podem ou não ter relação com o atentado.

Felizmente ou infelizmente, dependendo do ponto de vista, o maior defeito do filme é a sua divulgação. A obra foi vendida como um filme de vingança estilo “De Volta ao Jogo” (2014) e “Busca Implacável” (2008), porém o principal foco do roteiro é nas implicações e impactos de um atentado terrorista com ênfase em duas abordagens: pessoal e política.

Pessoal

Esse lado do filme tem como foco a vingança de Quan contra Liam (Pierce Brosnan). Falar que Chan faz de forma excepcional as cenas de ação do filme é um pleonasmo, mas o que realmente chama a atenção é sua interpretação dramática, que dá muito peso ao seu personagem e faz o público sentir seu sofrimento e sua perda. É através de suas ações em relação ao personagem de Brosnan que a ambiguidade moral do personagem se revela: estaria ele buscando justiça ou se tornado o mesmo tipo de pessoa que tirou a vida de sua filha?! Essa abordagem traz a maioria do peso dramático e o impulso narrativo do filme.

Política

Porém... nem tudo são flores, e é na subtrama política que o filme desanda. A forma com que o texto é trabalhado não tem o peso nem o impulso narrativo necessário para ajudar no ritmo da narrativa, que se torna lenta e massante. Nem a ótima atuação de Brosnan (apesar de seu péssimo sotaque irlandês) impede que o filme fique inchado com uma quantidade excessiva de subtramas sem desenvolvimento, como um caso amoroso familiar e o desejo de vingança da mulher de Liam pela perda de seu irmão.

Isso faz com que o debate antes eficiente sobre a relação entre política e o terrorismo, se torne redundante.

Apesar dos problemas e da queda na metade do segundo ato, o filme recupera ritmo e peso com uma ótima cena de ação no terço final. Em contrapartida, o texto força um relacionamento mal-desenvolvid e deixando um gosto amargo ao término da projeção.

Técnica

“O Estrangeiro” tem uma fotografia limpa e clara que ajuda na cenas de ação permitindo ter total percepção de espaço em todas as cenas.

Por último, vale comentar a cena do atentado inicial, que o diretor escolhe por mostrar indiretamente, pelo olhar de um terceiro, mostrando como seria a visão do público diante da morte de uma inocente.

“O Estrangeiro” é um filme de atuações fortíssimas, ótimas cenas de ação, mas que se arrasta em alguns momentos. Apesar de se recuperar e ganhar certo fôlego, termina como uma obra que mesmo não figurando entre os melhores filmes de Chan ou Campell, vale ser conferida.

Este vídeo pode te interessar

 

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais