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'Cão Sem Plumas', com Deborah Colker, chega ao ES em março

"Cão Sem Plumas", com Deborah Colker, chega ao ES em março

Peça, que mostra um Brasil maltratado, é inspirada em poema de João Cabral de Melo Neto

Publicado em 20 de fevereiro de 2018 às 16:57

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"Cão Sem Plumas" chega ao Espírito Santo em março; Deborah Colker é bailarina e coreógrafa que coordena e protagoniza a dança do espetáculo. (Cia de Dança Deborah Colker/Divulgação)

Nos dias 31 de março e 1º de abril, Vitória recebe o espetáculo "Cão Sem Plumas", da renomada bailarina e coreógrafa Deborah Colker. A montagem é baseada em poema de João Cabral de Melo Neto e fala de um Brasil maltratado, será apresentada no Teatro da Ufes após sua turnê internacional.

Publicado em 1950, o poema acompanha o percurso do rio Capibaribe, que corta boa parte do estado de Pernambuco. Mostra a pobreza da população ribeirinha, o descaso das elites, a vida no mangue, de “força invencível e anônima”. A imagem do “cão sem plumas” serve para o rio e para as pessoas que vivem no seu entorno.

"O espetáculo é sobre coisas inconcebíveis, que não deveriam ser permitidas. É contra a ignorância humana. Destruir a natureza, as crianças, o que é cheio de vida", dispara Deborah Colker, bailarina e coreógrafa que protagoniza na apresentação. 

No espetáculo, a dança se mistura com o cinema. Cenas de um filme realizado por Deborah e pelo pernambucano Cláudio Assis – diretor de longas-metragens como Amarelo Manga, Febre do Rato e Big Jato – são projetadas no fundo do palco e dialogam com os corpos dos 13 bailarinos que participam da coreografia. Na trilha sonora original estão mais dois pernambucanos: Jorge Dü Peixe, da banda Nação Zumbi e um dos expoentes do movimento mangue beat, e Lirinha (ex-cantor do Cordel do Fogo Encantado, poeta e ator), além do carioca Berna Ceppas, que acompanha Deborah desde o trabalho de estreia, Vulcão (1994).

Os bailarinos se cobrem de lama para criarem uma alusão às paisagens que o poema descreve, e seus passos evocam os caranguejos. O animal que vive no mangue está nas ideias do geógrafo Josué de Castro, autor de "Geografia da Fome" e "Homens e Caranguejos", e do cantor e compositor Chico Science, principal nome do mangue beat. O movimento mesclava regional e universal, tradição e tecnologia - justo como Deborah faz.

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Minha história é uma história de misturas

Deborah Colker, bailarina e coreógrafa
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Para construir um bicho-homem, conceito que é base de toda a coreografia, a artista não se baseou apenas em manifestações que são fortes em Pernambuco, como maracatu e coco. Também se valeu de samba, jongo, kuduro e outras danças populares. "Minha história é uma história de misturas", defende.

SERVIÇO

"CÃO SEM PLUMAS" com Deborah Colker

Quando: 31 de março e 1 de abril

Onde: Teatro Universitário - Av. Fernando Ferrari, s/n, campus da Ufes, Goiabeiras, Vitória

Ingressos: R$130 (setor A / Inteira); R$ 65 (setor A / meia); R$110 (setor B / Inteira); R$ 55 (setor B / meia); R$90 (balcão / inteira) e R$45 (balcão / meia) - funcionários da Petrobras têm direito a meia entrada.

Classificação Livre

Duração: 1 hora e 10 minutos

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Mais informações: WB Produções - (27) 99577-0137

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