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Coletivo propõe debate sobre representatividade negra no audiovisual

Coletivo propõe debate sobre representatividade negra no audiovisual

Damballa reúne cineastas em evento aberto ao público para estimular a promoção de políticas públicas que tonem o audiovisual capixaba menos desigual

Publicado em 27 de fevereiro de 2018 às 22:48

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Levantar debates e criar meios de tornar o audiovisual do Estado mais igualitário são apenas alguns dos objetivos do coletivo Damballa, responsável por organizar o encontro “Ações Afirmativas no Audiovisual Capixaba”, realizado nesta quarta-feira (28), no Museu Capixaba do Negro (Mucane), no Centro de Vitória.

O projeto vai reunir profissionais negros da cena local para discutir a necessidade da inclusão de ações afirmativas nos editais da área no Estado. O evento também terá a exibição de quatro filmes produzidos por negros: “Braços Vazios” (Daiana Rocha), “Hic” (Alexander Buck), “Beatitude” (Dell Freire) e “Sombras do Tempo” (Edson Ferreira). A programação é aberta ao público.

O debate é proposto logo após a divulgação de um estudo sobre diversidade e raça, apresentado em janeiro pela Agência Nacional do Cinema (Ancine). O levantamento aponta que 75,4% dos longas-metragens nacionais lançados em 2016 foram produzidos por homens brancos. As mulheres brancas foram responsáveis por 19,7% das produções. Já os homens negros dirigiram apenas 2,1%. Nenhum filme foi dirigido ou roteirizado por uma mulher negra.

A pesquisa, para o cineasta Adriano Monteiro, integrante do coletivo Damballa, vem para qualificar o debate e a busca pelo desenvolvimento de políticas públicas que estimulem a diversidade no meio.

“No Estado, a pesquisa de uma cineasta mostrou que há um retrato do contexto nacional. Levantamos que 80% dos contemplados pelos editais da Secretaria de Cultura são homens brancos. O evento é para levantar uma discussão que já existe em outros locais, para que a gente pare de encarar a desigualdade e a exclusão com normalidade”, destaca Adriano.

O coletivo Damballa foi fundado no ano passado por Adriano, Alexander Buck, Dell Freire e Daiana Rocha, e é o primeiro formado por realizadores negros. A ideia é realizar vários eventos que estimulem o discurso sobre questões raciais no audiovisual, e também uma série de curtas independentes.

“Estamos numa crescete de realizadores jovens negros. Então a ideia é propor ações que estimulem o trabalho destas pessoas, como um pontapé inicial da conversa, para repensar a política do audiovisual local e propor a promoção da diversidade”, conclui.

Ações Afirmativas no Audiovisual Capixaba

Quando: Quarta-feira (28), às 19h. Roda de conversa marcada para as 20h.

Onde: Museu Capixaba do Negro. Avenida República, 121, Centro, Vitória.

Entrada franca.

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Informações: (27) 3222-4560.

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