Pedra Menina: 10 motivos para conhecer e amar esse paraíso no Caparaó

Aos pés da entrada capixaba do Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a localidade tem paisagens exuberantes

Publicado em 23/02/2018 às 10h12
Atualizado em 28/01/2020 às 11h50

Uma pintura em forma de distrito. Para onde se olha, essa é a impressão de quem visita Pedra Menina, em Dores do Rio Preto. Aos pés da entrada capixaba do Parque Nacional do Caparaó, localizado na divisa dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo, a localidade tem paisagens exuberantes.

A primeira delas é logo na chegada, quando o visitante se depara com o paredão de rochas em tom azulado que cerca esse paraíso de montanhas e águas claras. O cheiro de mato também traz aquela sensação gostosa de cidade do interior. As demais belezas são fáceis de serem encontradas: o verde da vegetação, os fedegosos amarelos, as quaresmeiras e o inesquecível pôr do sol.

Tudo isso sem ainda nem citar o parque, que por si só, é um espetáculo de todos os ângulos; os cafés especiais e premiados, além dos simpáticos moradores.

O CAMINHO

Eu, repórter do Gazeta Online, saí de Vila Velha na última sexta-feira (16) pela manhã e segui de carro para o local. O meu trajeto começou na Rodovia do Sol, depois continuou pela BR 101, onde passei por Iconha e Cachoeiro de Itapemirim. Já na BR 482, deixei para trás Alegre e Guaçuí, ainda no Espírito Santo. Em seguida, continuei na mesma rodovia até Espera Feliz, que fica em Minas Gerais. É isso mesmo, para chegar a Pedra Menina, passei pela cidade mineira. Aliás, essa divisa entre os estados é presente em diversos pontos da viagem, que durou pouco mais de quatro horas.

Vou citar um exemplo. Logo que cheguei, fui almoçar no restaurante da Tia Nena (R$ 18 o prato), bem no estilo casa de avó do interior, com fogão à lenha, netos ao redor e comida caseira. Ele fica à esquerda no caminho de subida para o parque. Apesar de ser colado em Pedra Menina, como atravessa uma pequena ponte, já faz parte de Minas Gerais. Por esse lado, em uma estrada mais estreita, também se chega à entrada capixaba do parque. Mas achei melhor subir pela estrada do lado capixaba - é um pouco mais larga. Fiquei de sexta a domingo e vou contar abaixo os motivos para você conhecer e também se apaixonar pelo destino.

1 - VISTAS INCRÍVEIS

O maciço do Caparaó, que rodeia o distrito, deixa a paisagem maravilhosa. Para quem gosta de tirar fotos, é perfeito. O verde vibrante da vegetação fica lindo nos registros. Nesta época do ano, há vários fedegosos - eu estava achando que eram ipês-amarelos, mas o nome certo é fedegoso. Quem me explicou foi o biólogo Helimar Rabello, que também passeava no local. São diversos e em vários pontos do vale. Também tem quaresmeiras, que são roxas, e plantações de café arábica por todos os lados. E não importa o horário do dia, se tem sol ou não, o visual é massa.

2 - CAFÉ ESPECIAL

Pedra Menina tem café de qualidade. A bebida especial possui um sabor mais doce e dá para tomar sem açúcar. Ela tem um toque que, no meu paladar, lembrou um pouco a rapadura e o açúcar mascavo. Segundo a produtora e degustadora de café Cecilia Nakao, esse sabor tem relação com o grão, que é colhido mais maduro e não é tão torrado, como acontece com o café produzido em grande escala. As características do solo e do clima da região também contribuem para essa característica especial. No distrito, há produtores premiados, como é o caso do Afonso Abreu de Lacerda, que ganhou o Coffee of The Year Brasil 2016 e prêmios da Abic - Associação Brasileira da Indústria de Café, entre eles o de 'Café Campeão Nacional de Qualidade 2016'. Na cafeteria da família, uma estante exibe os grãos e variados prêmios. Lá tomei um café espresso - é com 's' mesmo porque vem do italiano, explica Cecília - médio (R$5) muito saboroso e comi biscoitinhos de nata (R$ 6), que a esposa do Afonso faz. São uma delícia. O ambiente é simples e parece uma casa de interior.

3 - PARQUE NACIONAL DO CAPARAÓ

Para os aventureiros, o Parque Nacional do Caparaó é o destino ideal. Trilhas, cachoeiras, acampamentos e o famoso Pico da Bandeira são atrativos. A entrada capixaba fica a 1.420 metros de altitude. Quando fui, não estava cobrando ingresso. Na sexta-feira e no sábado, tinha um atoleiro pouco antes do primeiro acampamento, localizado a três quilômetros da portaria capixaba. Então, o carro para por ali. Não subi o Pico de 2.892 metros de altitude, mas a nossa repórter Bárbara Oliveira chegou até o topo e conta como foi.

4 - CACHOEIRA DOS SETE PILÕES

Do primeiro acampamento do parque pelo lado capixaba, o da Macieira, uma trilha de aproximadamente 200 metros leva à cachoeira dos Sete Pilões. A água é transparente, em tons de verde, com um paredão escuro de pedra e muita beleza. Não custa lembrar que é bem gelada.

5 - CACHOEIRA DO AURÉLIO

Ainda partindo do acampamento da Macieira, mas em outra direção, fui até a cachoeira do Aurélio. A placa informa que fica a 1 quilômetro de trilha, mas acredito que a distância seja maior. O grau de dificuldade dela é superior ao da cachoeira dos Sete Pilões. A mata é fechada em algumas partes, o caminho é alto e estreito. Sim, fiquei com medo e pensei em voltar pelo menos duas vezes, porque parecia que nunca iria chegar, mesmo ouvindo o barulho de água, o que indicava a proximidade do destino.

Ao me aproximar da queda d'água, encontrei duas senhoras com mais de 60 anos. Elas fizeram a trilha, mas acharam melhor não descer a pedra íngreme, que dá acesso à cachoeira. Elas me recomendaram tirar o tênis para não escorregar. Obedeci e deu certo. Mas poucos minutos depois de ver aquela queda linda e alta, de águas limpas em meio à mata fechada, começou a chuviscar. Então, rapidamente, subi de volta a pedra, com a ajuda do meu marido.

Nesse meio tempo, chegou um casal. Eu fui embora. A chuva aumentou e soube depois que a menina acabou caindo, mas não se machucou com gravidade. Vale o alerta com o tempo, que muda com facilidade no parque, e as condições naturais do local, que possui partes alagadas. Segundo informações encontradas no site do parque, a área não é apropriada para banho, apenas para observar a paisagem.

6 - CONTATO COM A NATUREZA

Pássaros de diferentes espécies (periquitos maracanãs, maritacas, tucanos, jacus, arapongas, colibris e saíras), montanhas, cachoeiras além das do parque, como a do Chiador e a do Vale a Pena, que ficam na região ao redor do distrito, proporcionam esse contato próximo com a natureza. Também é fácil ver hortênsias em Pedra Menina.

7 - HOSPEDAGEM EM CONTA

Há opções de hospedagem de cama e café, que custam a partir de R$ 40,00 a pernoite, como o repórter Sullivan Silva se hospedou em setembro do ano passado. Na pousada que fiquei, os valores variam entre R$ 170,00 e 270,00, dependendo das comodidades do quarto. O meu fazia parte de um casarão com mais de 100 anos, paredes de madeira e piso de assoalho.

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8 - O POVO

Um sorriso no rosto e aquele bom dia, boa tarde e boa noite fazem parte da rotina do povo do distrito. Solícitos a explicar o caminho da cachoeira mais próxima, os moradores refletem o jeito simples e encantador do local.

9 - PAZ E TRANQUILIDADE

O silêncio da região é ótimo para dormir e descansar. Para quem deseja fugir do barulho da cidade, dá para ler um livro ou se perder no tempo apreciando as montanhas com uma xícara de café e um pedaço de bolo. Mas se você não consegue se desconectar totalmente, pode ficar tranquilo: a internet funciona. Lá também tem uma bar bem descolado montado em contêineres.

10 - COMIDA

Por falar em delícias, azeite de café - ele existe e é saboroso -, picanha na pedra, petiscos, brownie com sorvete, pizza, bolos de milho, amendoim e chocolate, saladas e lanches estão nos cardápios de restaurantes e cafeterias da região. A comida é boa e, quando aliada à bela vista do vale e da rocha que dá nome ao distrito, fica ainda melhor.

Com todas essas qualidades, Pedra Menina, até breve!

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