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Série 'Everything Sucks!' traz overdose de nostalgia à tela

Série "Everything Sucks!" traz overdose de nostalgia à tela

Nova série da Netflix se passa em 1996 e se sustenta com referências à época

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 22:20

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A Netflix parece ter mesmo embarcado na onda da nostalgia. Não bastaram duas temporadas de “Stranger Things” (2016 e 2017), que trouxeram diversas referências da cultura pop dos anos 1980, tornando a série um dos grandes fenômenos da plataforma de streaming, foi preciso mais.

Série Everything Sucks!. (Netflix/Divulgação)

Retire a fantasia e o suspense, os atores carismáticos e pule para a década seguinte. Aí temos “Everything Sucks!”, cuja primeira temporada foi disponibilizada na última semana. Criada por Ben York Jones e Michael Mohan, a série se passa em 1996, na cidade norte-americana de Boring (em tradução literal, “chato”, ou entediante mesmo). Na pacata Boring, como em todas as cidades do mundo, não importa a época, há também os adolescentes entediados, que tentam se ocupar como podem.

Na Boring High School, duas atividades se destacam: o grupo de teatro, composto pelos “vilões” da trama, e o grupo do vídeo, do qual fazem parte os ou “losers”, como costumam dizer.

Adolescência

No centro da história estão Kate (Peyton Kennedy) e Luke (Jahi Di’Allo Winston). Kate personifica a típica adolescente “excluída” no ensino médio: filha do diretor da escola, não pertence a nenhum grupo. A jovem se vê às voltas com sua sexualidade: ela sente atração por outras meninas, e ao mesmo tempo em que começam suas descobertas, ela luta contra isso.

Nessa tentativa de inclusão, ela começa um namorico com Luke, que mostra logo no início que se interessa por Kate – um amor puro de adolescência que logo se transforma numa grande amizade, um dos grandes valores da série (assim como em “Stranger Things”). Luke é o especialista do grupo de vídeo, e junto a Kate, Tyler (Quinn Liebling) e McQuaid (Rio Mangini), torna-se um dos principais alvos de bullying na escola – outro tema bastante abordado no roteiro, como não poderia deixar de ser.

Série Everything Sucks!. (Netflix/Divulgação)

Do outro lado, temos o casal popular da Boring High School, que também lidera o grupo de teatro e, até metade da história, rivaliza com Kate, Luke e cia.: Emaline (Sydney Sweeney) e Oliver (Elijah Stevenson), responsáveis por algumas vilanias de dar dó dos protagonistas.

Paralelamente, acompanhamos outra trama que, em certos momentos, chama mais a atenção do que a principal: o romance entre o viúvo Ken (Patch Darragh), pai de Kate, e Sherry (Claudine Mboligikpelani Nako), mãe de Luke que fora abandonada pelo marido anos atrás. É muito bonita, aliás, a forma como o roteiro constrói a relação dos dois, escapando dos clichês.

Erros e trunfos

Antes que o leitor chegue ao final, é bom dizer: “Everything Sucks!” não é uma grande série. A tal onda do saudosismo precisa ser dosada, se não cansa. Pelo menos metade da primeira temporada tenta gritar o tempo todo para o telespectador “ei, nós somos uma série nostálgica!”, e acaba se esforçando mais do que devia.

Mas o programa tem seus trunfos, a começar pela própria nostalgia, por mais contraditório que seja. Referências de todos os tipos não faltam: fitas cassete ainda em alta, a popularização dos CDs, a propagação da internet, o uso do discman, entre tantas outras. Porém, as referências musicais talvez sejam o que a série tem de mais legal: Alanis Morissette, Oasis, The Offspring, The Cranberries, Weezer e Tori Amos estão entre os nomes da música que mais se destacaram naquele recorte da década. Destaque para a cena em que Luke e Kate desbravam pela primeira vez “(What’s the Story) Morning Glory?”, disco do Oasis da época e que já conhecemos tão bem.

“Everything Sucks!” se arrasta por pelo menos seis episódios. Por eles serem curtos – cerca de 20 minutos cada –, é perfeitamente possível conseguir chegar à reta final da série, quando o roteiro começa a acertar, principalmente na trama individual de Kate e sua descoberta como uma garota homossexual. Assista se estiver com tempo de sobra.

Ouça abaixo a trilha sonora da série:

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