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'Três Anúncios para um Crime' traz história de transformação

"Três Anúncios para um Crime" traz história de transformação

Com sete indicações ao Oscar, filme conta com atuações magistrais e estreia nesta semana no Estado

Publicado em 13 de fevereiro de 2018 às 20:19

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É fácil se relacionar com histórias de vingança – todos, afinal, já sentiram ao menos uma vez aquela vontade de se vingar de alguém que lhe fez mal. De “Oldboy” (2003) aos dois volumes de “Kill Bill”, passando por clássicos como “Era Uma Vez no Oeste” (1968), os “acerto de contas” sempre movimentaram a cultura pop.

Filme Três anúncios para um crime. (Divulgação)

“Três Anúncios para um Crime”, em pré-estreia no Estado (a estreia oficial é na quinta-feira), é uma história de vingança, mas com uma pegada diferente. Não tem um Charles Bronson atirando em todos que cruzam o seu caminho, mas tem Mildred (Frances McDormand) agitando a pequena cidade de Ebbing ao colocar três outdoors cobrando as autoridades sobre as investigações a respeito do cruel assassinato de sua filha – a polícia não conseguiu encontrar o culpado.

Os anúncios, claro, irritam a polícia local, principalmente o xerife Willoughby (Woody Harrelson), diretamente citado em um dos outdoors, e o matuto Dixon (Sam Rockwell), um policial preconceituoso com um histórico de atos racistas. Mildred se torna, então, um incômodo na pequena cidade e um motivo de constrangimento até dentro de casa.

Cenário

“Três Anúncios para um Crime”, em certos pontos, lembra muito pontos da filmografia dos irmãos Coen. A relação imediata com “Fargo” (1996) se dá pela presença de Frances McDormand, que protagoniza os dois longas (e é casada com Joel Coen), mas as semelhanças vão além e se fazem mais presente na ambientação, na violência e no humor fino extraído de situações trágicas.

O diretor e roteirista Martin McDonagh (“Na Mira do Chefe”) faz um ótimo trabalho com seus personagens e permite que os atores brilhem. Indicados ao Oscar, tanto McDormand quanto Harrelson e Rockwell conduzem a trama com maestria. Se identificar com a dor de Mildred é tão fácil quanto odiar Dixon, mas o texto encontra saídas para mostrar que nada é tão simples.

McDonagh, no entanto, faz algumas escolhas que não se justificam. Alguns personagens, por exemplo, surgem em situações estranhas, mas cômodas para o roteiro, ou seja, o diretor toma atalhos de gosto discutíveis apenas para ajudar seu texto a caminhar.

Sorte do diretor que, como já foi dito, McDormand, Harrelson e Rockwell entregam atuações magistrais. A impressão deixada por ele ao final da exibição é positiva e deixa no espectador a impressão de ter acompanhado uma grande jornada.

 

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