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Novo capítulo: Cais das Artes soma mais R$ 3,8 milhões em gastos

Novo capítulo: Cais das Artes soma mais R$ 3,8 milhões em gastos

Valor é relacionado à licitação de empresa para administrar a obra, que segue parada por decisão judicial. Ao todo, R$ 129,8 milhões já foram gastos

Publicado em 18 de abril de 2018 às 18:00

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Visão aérea das obras (ou ruínas) do Cais das Artes. (CLEFERSON COMARELA/VIXFLY DRONES)

A novela do término das obras do Cais das Artes, em Vitória, ganha um novo capítulo - que ainda está longe de ser o final. O Instituto de Obras Públicas do Espírito Santo (Iopes) publicou no Diário Oficial do Estado que licitou uma empresa para gerenciar as obras do local, que ainda não podem ser retomadas até que seja finalizado processo na Justiça aberto pelo último consórcio da edificação.

De acordo com a publicação, feita na última quarta-feira (11), a Planesp Engenharia é a vencedora desta etapa da licitação - que pode ser contestada por até cinco dias úteis após a publicação oficial. A empresa, que tem sede em Belo Horizonte, Minas Gerais, receberá R$ 3,853,257,21 pela prestação do serviço. 

Empresa para gerenciar obras do Cais das Artes é licitada. (Reprodução/Diário Oficial do Espírito Santo)

Questionado, o órgão se limitou a dizer, por meio de nota, que "está contratando a gerenciadora que vai atuar na realização dos procedimentos preparatórios visando a licitação da obra, quando autorizado pela Justiça". O Iopes ainda esclarece que a obra está judicializada e o prazo do contrato foi encerrado sem que a obra fosse concluída. Além disso, lembra que o consórcio contratado entrou com ação judicial. "Só com a decisão da Justiça é que os trabalhos poderão ser retomados", conclui a nota.

NOVELA

Um teatro de mil e trezentos lugares, três mil metros quadrados de museu, um auditório gigantesco, tudo isso reunido em um grande centro cultural. O Cais das Artes nasceu ambicioso, mas hoje é um dos maiores exemplos de obra pública que começa e

nunca acaba do Espírito Santo.

O projeto do renomado arquiteto capixaba Paulo Mendes da Rocha transformou-se num caixote de concreto abandonado que polui o visual da Enseada do Suá, em Vitória. Mas o problema vai além: a população tem que lidar ainda com o impacto no bolso: R$ 126 milhões já foram gastos e estima-se que cerca de R$ 100 milhões ainda sejam necessários para a conclusão da obra, R$ 20 milhões a mais que o previsto até o fim do ano passado. Ao todo, R$ 226 milhões. Ou seja, embora o canteiro de obras esteja parado há tempos, o custo dele só faz aumentar. Importante lembrar que, originalmente, o investimento total seria de R$ 115 milhões.

A estimativa é do secretário de Estado de Transporte e Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli, e foi feita em entrevista à rádio CBN Vitória. Procurado pelo Gazeta Online, o secretário preferiu não se pronunciar. Os R$ 20 milhões a mais se fazem necessários somente para colocar a obra de volta nos trilhos, ou seja, reparar o que foi danificado durante a paralisação. Quanto mais tempo demorar o retorno, mais cara ficará a intervenção.

A construção do projeto teve início em 5 de abril de 2010, no último ano do segundo mandato de Paulo Hartung como governador. Sua conclusão estava prevista para 2012. Em entrevista ao jornal A GAZETA em junho de 2011, a então coordenadora do Comitê Gestor de Acompanhamento do Cais das Artes, Dayse Lemos, e o então gerente da Ação Cultural da Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Maurício Silva, falaram sobre o projeto.

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"Hoje temos em torno de 40% das obras concluídas. O teatro está com 44%, o museu tem 55%, e a praça, 4%", disse Silva. "A fundação – etapa mais complexa da construção – já foi vencida. As pilastras do teatro estão dentro do mar e aquilo foi um grande desafio para a engenharia", completou Dayse, que pontuou em seguida: "A obra estará concluída no primeiro semestre de 2012".

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