Se reinventar é uma arte complexa e arriscada; por que, afinal, mudar o que sempre funcionou? O primeiro God of War foi um dos jogos que definiram o PlayStation 2, e o segundo só aumentou o mito de Kratos. O espartano se tornou, ao lado de Nathan Drake, de Uncharted, um dos rostos dos consoles da Sony e ajudou a impulsionar as vendas do PlayStation 3 com God of War 3.
A fórmula, porém, se desgastou God of War: Ascension não agradou nem público nem crítica. O formato hack and slash linear já não atraía tantos jogadores, que demonstravam preferências por tramas mais desenvolvidas e jogabilidade mais imersiva. A solução, então, foi se reinventar.
As primeiras imagens da versão 2018 de God of War mostravam um cenário diferente, um Kratos envelhecido e com um companheiro de jornada, o filho Atreus.
Situado no universo da mitologia nórdica, o novo jogo traz tudo diferente, a começar pela câmera. Aquele velho esquema de várias câmeras, de acordo com o ambiente, ficou para trás; em seu lugar, uma câmera única que acompanha Kratos e Atreus durante toda a trama.
Kratos é um novo homem, tendo encontrado o amor e deixado no passado os dias de luta. Pai e filho começam a jornada em luto após a perda da esposa de Kratos, que se vê obrigado a cuidar do filho com quem não tinha tanta intimidade (ele claramente se mostra, por exemplo, desapontado com a falta de habilidade do filho em combate). A trama levará ambos até o ponto mais alto da montanha, local em que desejam despejar as cinzas da falecida. O caminho não será nada fácil.
AÇÃO
O fato de o jogo investir mais no lado pessoal de Kratos e em sua relação com Atreus não significa que ele tenha esquecido da ação, ele só a transformou e deu mais peso a ela.
Apesar da decepção inicial do pai, Atreus logo se transforma em um interessante aliado capaz de atordoar inimigos com seu arco e garantir a Kratos oportunidades preciosas de ataque.
Sempre envergando seu poderoso machado, uma espécie de Mjolnir (martelo de Thor), Kratos agora tem combates menos acelerados esqueça, portanto, aquela apertação frenética de botões e passe a pensar em estratégias para derrotar os inimigos mais poderosos.
O MUNDO
O jogo inicialmente parece tão linear quanto seus antecessores. Isso muda, porém, à medida que vamos conhecendo mais daquela montanha. O novo God of War não só permite explorações como as incentiva mesmo sem ser necessariamente um mundo aberto.
Outra novidade é o sistema de desenvolvimento do personagem, num esquema que muito se aproxima dos RPGs, com árvores específicas de habilidades. Isso molda a maneira como o jogador escolhe jogar.
God of War é daqueles jogos em que vale a pena observar cada detalhe. Graficamente impressionante e com tempo para contemplação, a nova aventura de Kratos é um jogo como os primeiros da série, que definem uma geração de consoles.
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