Lamento informar, mas se você, leitor, veio aqui atrás de uma crítica de Vingadores: Guerra Infinita, que promete ser o maior dos filmes de super-heróis, não vai encontrar. Não é que não queiramos, mas a verdade é que apenas 23 minutos do filme foram liberados para a imprensa antes da data de estreia mundial, na próxima quinta-feira (26) com aquela já clássica sessão de meia-noite do dia anterior. Portanto, faremos, sim, críticas do filme neste mesmo no Divirta-se, no C2 do jornal A GAZETA, do Gazeta Online e na rádio CBN, mas agora vamos falar de como a Marvel saiu da ruína financeira para se tornar uma das maiores talvez a maior produtora de cultura pop do mundo em 10 anos.
Em 1993, a venda de histórias em quadrinhos nos EUA despencou em mais de 70%, o que deixou a Marvel em maus lençóis. A Casa das Ideias só foi salva em 1997 após uma fusão com a empresa de brinquedos Toy Biz, cujo presidente, Avi Arad, se tornou também presidente da Marvel.
Os ativos da companhia eram suas propriedades intelectuais e, por isso, a saída para saldar as dívidas era ganhar dinheiro em cima delas. A Fox comprou direitos de adaptação de X-Men, Demolidor e Quarteto Fantástico, a Sony brilhou com Homem-Aranha até a New Line se deu bem com o obscuro Blade.
Após alguns X-Men e Homem-Aranha lançados com sucesso, o mercado já era outro. Em 2005, então, a Marvel anunciou que passaria a produzir e a lançar seus próprios filmes; mas logicamente não poderia contar com alguns de seus personagens mais populares, devidamente licenciados a outros estúdios. Avi Arad não acreditou na ideia do universo compartilhado e se afastou da empresa abrindo mais espaço para Kevin Feige, o homem por trás de todo o sucesso da Marvel hoje.
HOMEM DE FERRO
Era hora de assumir riscos: com os personagens que lhe restaram como garantia, a Marvel conseguiu um empréstimo para bancar o arriscado Homem de Ferro um filme de um personagem até então secundário, com um ator com passado problemático (Robert Downey Jr.) e um diretor vindo do cinema independente (Jon Favreau).
Acontece que o filme foi um sucesso de crítica e público que àquela altura estava acostumada com a sisudez do Batman de Christian Bale e Christopher Nolan e abraçou o tom leve e divertido da estreia da Marvel Studios.
Daí em diante foi universo compartilhado para cá, universo compartilhado para lá... O modelo Marvel de negócios se tornou o sonho de todo estúdio após o estrondoso sucesso de Vingadores (2012), que reuniu todos os personagens até aquele momento no fim da fase 1 do planejamento dos filmes.
O sucesso permitiu que personagens secundários como o Homem-formiga, Doutor Estranho e os Guardiões da Galáxia tivessem seus filmes. Além disso, trouxe o Homem-aranha de volta para casa e, claro, encheu os bolsos de muita gente (e esvaziou os nossos). Tudo isso para chegar a este momento: a estreia de Vingadores: Guerra Infinita, o epítome dos últimos dez anos de filmes de superpoderosos em tela.
O QUE SABEMOS?
Sabemos pouco, muito pouco. Pelas prévias, vimos que é tudo lindamente grandioso. É muito legal também ver personagens antes distantes agindo juntos e interagindo.
A grande vantagem é que após 17 filmes, já conhecemos todos os personagens, então o roteiro não precisa gastar parte dos 149 minutos do filme (o mais longo da Marvel) para desenvolver seus heróis. Mas sabe quem ainda não conhecemos bem? Thanos, o vilão que vem sendo anunciado há seis anos e é tido como o protagonista do filme; a história, inclusive, deve contada sob seu ponto de vista (se os diretores não estiverem pregando uma peça no público).
Isso significa que os irmãos Anthony e Joe Russo, diretores do filme, podem desenvolver bem seu vilão e mostrar porque é preciso que todos os poderosos e muitos outros se juntem para combatê-lo. Vale lembrar que os vilões mal-desenvolvidos são as maiores críticas aos filmes da Marvel, ou seja, temos aqui mais um ponto para elevar a expectativa.
TOP 10 MARVEL NO CINEMA
1 "Vingadores" (2012). Talvez não seja propriamente o melhor, mas é o mais importante por mostrar que aquela coisa universo compartilhado pode funcionar muito bem.
2 "Capitão América: Soldado Invernal" (2014). O primeiro filme dos irmãos Russo pela Marvel talvez seja o melhor do estúdio. É a primeira incursão do universo compartilhado pelo cinema de gênero no caso, os filmes de espionagem.
3
"Guardiões da Galáxia" (2014)
. Carisma é uma palavra chave para o sucesso da Marvel, e nenhum dos seus filmes tem tanto carisma quanto o dirigido por James Gunn.
4 "Pantera Negra" (2018). Representatividade importa, mas o filme não faria tanto barulho se fosse ruim. Wakanda tem tudo para ser um dos destaques de Guerra Inifinita
5 "Capitão América: Guerra Civil" (2016). Assim como os filmes dos Vingadores, um filme evento. Ótimas sequências de ação e a estreia do Homem-aranha no universo cinematográfico Marvel.
6 "Thor: Ragnarok" (2017). Se os dois primeiros Thor não deram tão certo, a solução é reinventar tudo em uma comédia de ação colorida e engraçada.
7
"Homem de Ferro"
(2008)
. Não é perfeito, mas é o responsável por dar o tom de todo o universo. Pouca coisa não é. Além disso, salvou a carreira de Robert Downey Jr. e a própria Marvel.
8 "Guardiões da Galáxia 2" (2017). Não é tão bom quanto seu antecessor, mas é mais um passo ao caminho do cinema autoral na Marvel.
9 "Homem-formiga" (2015). Problemático, passou por vários problemas de filmagens, diretor foi mandado embora, mas o resultado é ótimo. Mais um respiro dentro do universo Marvel em forma de um filme de assalto.
10 "Homem-Aranha: De Volta Para Casa" (2017). Já falamos de carisma, não é? É muito bem ver Peter Parker novamente como um moleque travesso na escola. O Cabeça de Teia deve crescer muito dentro do universo ainda.
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