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'Chaves' e 'Chapolin' no Multishow terão mais de 100 episódios inéditos

'Chaves' e 'Chapolin' no Multishow terão mais de 100 episódios inéditos

Capítulos dos seriados mexicanos serão exibidos diariamente e em ordem cronológica

Publicado em 20 de maio de 2018 às 15:57

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Os seriados Chaves e Chapolin estreiam no Multishow. (Divulgação/Multishow)

Repetidos incontáveis vezes pelos protagonistas de “Chaves” e “Chapolin” ao longo de quase quatro décadas na TV brasileira, os bordões “Foi sem querer querendo”, “Isso, isso, isso”, “Ninguém tem paciência comigo” e “Não contavam com minha astúcia” serão ouvidos a partir de amanhã, às 23h, no Multishow. O canal por assinatura comprou da mexicana Televisa um pacote com os mais de 500 episódios dos dois seriados, já exibidos à exaustão pelo SBT desde os anos 1980.

Deste pacote, cerca de 140 episódios são inéditos por aqui (são mais de 90 episódios de “Chapolin” e mais de 40 de “Chaves”). Para entender o tipo de tratamento que daria às séries, o Multishow recrutou um grupo de fãs dos programas — criados em 1971 e hoje considerados verdadeiros cults — e promoveu mesas de discussão com eles. O canal decidiu exibir as duas atrações diariamente, em ordem cronológica e no horário noturno.

— Alguns episódios originais traziam esquetes raras, que também iremos exibir — conta a diretora de programação e conteúdo digital do canal Tatiana Costa, que explica o interesse do Multishow pelas produções. — O humor é um dos nossos pilares. A gente entendeu, através de pesquisas, que “Chaves” e “Chapolin” fazem parte do inconsciente coletivo do nosso telespectador. Mesmo sendo uma franquia exibida há quase 40 anos no Brasil, os programas têm um tipo de humor atemporal.

MEMES E FESTAS INFANTIS

Além de ter comprado os direitos de exibição dos seriados para a TV paga (os episódios terão um selo com o ano de produção de cada um deles), o Multishow irá disponibilizar todo o conteúdo na plataforma Multishow Play após a exibição na TV. A intenção do canal, conta a diretora de programação, é dar um novo tratamento ao programa estrelado e criado pelo ator Roberto Bolaños, morto aos 85 anos, em 2014.

— Nossa intenção não foi comprar um enlatado e botar na programação. Vamos trabalhar hashtags do programa em nossas redes sociais. Os memes na web mantêm a franquia viva até hoje. As duas séries têm fãs muito ativos na internet. O perfil “Chapolin Sincero”, no Instagram, possui mais de 13 milhões de seguidores. Os personagens são ainda temas de festas infantis, e há vários produtos licenciados com a imagem deles — lista Tatiana.

Além da versão dublada em português, o público do canal poderá optar pelo áudio original em espanhol. Todo o material foi digitalizado, e a dublagem dos episódios inéditos reuniu o elenco de dubladores brasileiros ainda vivos.

Morto em 1995, Marcelo Gastaldi, dublador de Chaves, foi substituído por Daniel Müller, que já dublou episódios exibidos pelo SBT.

— A gente teve uma preocupação grande com a dublagem, que é icônica. As únicas vozes novas serão as de Dona Clotilde e do Professor Girafales. E tudo passou pela aprovação dos fãs que recrutamos — conta a diretora de programação. — A gente também refez boa parte da sonoplastia dos episódios. Reconstruímos efeitos, por exemplo.

FÃS FAMOSOS

Com um público que ultrapassa gerações, “Chaves” e “Chapolin” têm vários nomes famosos entre seus fãs. No ar atualmente na novela “Deus salve o rei”, Tatá Werneck, que teve o bolo e os docinhos do seu aniversário de 34 anos, no ano passado, decorados com os personagens das séries, é uma entusiasta das produções.

— Cresci assistindo a “Chaves”. Eu me lembro de não conseguir descolar da TV. Sabia todos os episódios de cor, mas não entendia exatamente por que era tão viciante. Hoje percebo que o humor do seriado e o trabalho dos atores são atemporais. Uma criança dos anos 1980 e de hoje em dia, mesmo com todas as mudanças na qualidade apresentada, vai entender do que se trata. Não ofende ninguém. É simples, e por esse motivo é uma das obras mais geniais. Amo todos os personagens. Mas amava mais Chaves, Seu Madruga e Chiquinha — enumera Tatá.

Amigo da atriz, o ator e mágico Gabriel Louchard, que tem um quadro com os personagens de “Chaves” na parede do escritório de sua casa, costuma trocar impressões sobre os programas com Tatá.

— A gente faz um jogo de perguntas e respostas sobre as séries. Ela me manda mensagem com parte de uma frase e tenho que concluir. “Chaves” é uma inspiração para muitos humoristas. É um programa que tem uma magia que não se explica muito. Até hoje, se eu tiver de bobeira, vou assistir aos episódios, e vou rir do mesmo jeito. Não importa o fato de conhecer todas as piadas — completa Louchard, que elege Seu Madruga como personagem preferido. — Ele é meio malandro, um mexicano meio carioca.

O humorista Rafael Infante é outro fã da produção mexicana. E destaca o trabalho dos dubladores brasileiros:

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— É muito genial a dublagem, que não perde em nada o ritmo original. Se você pensar, os personagens são quase caricatos. Mas, apesar dos estereótipos, todos aqueles tipos existem.

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