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Arte sem fronteiras: a experiência das residências artísticas

Arte sem fronteiras: a experiência das residências artísticas

Prática incentiva o intercâmbio cultural entre artistas e promove a difusão e enriquecimento da arte no Espírito Santo e no mundo

Publicado em 18 de maio de 2018 às 22:39

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A arte é uma linguagem universal, e quanto mais se espalha, mais enriquece. Expandir conhecimento e trocar experiências tanto no Brasil quanto no resto do mundo é um dos objetivos das residências artísticas. Importante ferramenta para fortalecimento cultural, elas fornecem estrutura para os artistas de várias áreas desenvolverem suas obras, que chegam a outros lugares por meio de editais públicos ou convites.

Artistas capixabas que já vivenciaram essa prática falam do enriquecimento que a experiência trouxe. Frederico de Oliveira Franco, mais conhecido como Fredone Fone, já levou sua arte para países como Venezuela, Itália, França e Bósnia. Sua primeira viagem para fora do Brasil, em 2012, rendeu a ideia de não só participar de residências, mas também criar um projeto de intercâmbio, batizado de LaTinta, focada em pintura de mural e intervenções urbanas.

“Acho que o maior benefício da residência é a troca com as pessoas dos lugares. No meu caso, isso acontece na rua mesmo. Tenho outra visão de mundo e saio das minhas bolhas. Ir pra esses lugares diferentes me traz uma outra maneira de pensar a arte em espaço público. Me dá a oportunidade de pensar a arte partindo de outros olhares e isso me influencia no próximo trabalho”, explica Fredone.

Ele, que não estudou nenhum idioma e aprendeu durante esses intercâmbios culturais a falar espanhol e inglês, outro ponto positivo da residência, considera o maior desafio conseguir chegar ao local. “Pelo meu trabalho com o grafite já estou acostumado à dificuldades. Na residência é até mais cômodo porque eles te recebem já com o muro definido, as tintas, já está tudo articulado. A maior dificuldade é o antes”, entrega.

Em seu projeto LaTinta, às vezes ele tira do próprio bolso para fazer essa conexão com artistas de fora. “É um projeto pequeno em números, mas que pra mim é algo muito grande pela maneira como funciona. Trazer alguém de lugares como a Suíça para pintar em Serra Dourada, na Serra, é um grande feito”, orgulha-se.

FORA DO MAPA

Quem também já viveu os dois lados dessa história é a artista plástica Kyria Oliveira. Ela, que idealizou o espaço cultural Casa Tutti, no Centro, em Vitória, reservou o primeiro andar do casarão para residência de outros artistas.

“Olhando um catálogo do MinC que fazia o mapeamento da residência artística no Brasil, o que me chamou atenção foi que deixaram o Espírito Santo de fora. Abri meu olho pra isso”, conta.

Por seu espaço já passaram artistas de Moçambique e cineastas portugueses. Quem ocupa atualmente é a artista capixaba Rosilene Ludovico.

Desde o início de março deste ano, o pintor baiano Romário Batista é residente no Vania Caus Art Mosaic, no Centro. Em sua primeira residência, o artista, que traz em suas obras o estilo do neo-expressionismo e a assemblagem, encontrou na residência artística uma oportunidade para se dedicar a um trabalho.

“Entrei em contato com a Vania porque sempre gostei do trabalho dela e pedi algumas orientações para o meu trabalho. Ela acabou me convidando, e nessa experiência, além de todo o suporte material e o patrocínio, recebo também a curadoria dela”, conta.

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Para ele, que vive esse experimento pela primeira vez, a troca e orientação são os fatores mais importantes. “Ela tem uma visão muito mais ampla, me ajuda não só em dicas técnicas mas também nas pesquisas artísticas”, diz Romário que ao final da residência vai realizar uma exposição com seus trabalhos elaborados ali.

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