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Juliano Gauche lança terceiro disco solo, 'Afastamento'

Juliano Gauche lança terceiro disco solo, "Afastamento"

Em novo trabalho, capixaba de Ecoporanga se desprende de antigas referências musicais

Publicado em 7 de maio de 2018 às 22:15

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“Neste trabalho, eu trago questões que já estou exorcizando desde o meu primeiro disco, mas as coisas foram ficando mais intensas”, diz logo num primeiro momento o músico, poeta e produtor capixaba Juliano Gauche, que acaba de lançar “Afastamento”, seu terceiro álbum autoral.

Egresso da banda Solana, Gauche radicou-se em São Paulo, onde vive desde 2010. Por lá, depois de todo esse tempo, sentiu a necessidade de colocar para fora algumas visões, memórias e mitos da infância vivida em Ecoporanga, município da região Noroeste do Espírito Santo.

Deste desejo, nasceu “Afastamento”, produzido em parceria com Fernando Catatau, líder do grupo cearense Cidadão Instigado. “Achei que este terceiro disco me pedia um posicionamento mais claro diante das coisas. Tanto em questões emocionais, quanto sociais. Existia um pedido de urgência”, diz Gauche.

O DISCO

Em “Afastamento”, o músico reúne oito faixas com letras que vão desde memórias afetivas, como já dito, a claras desilusões com a realidade observada pela janela do apartamento em que mora, em uma das maiores cidades do mundo.

Na sonoridade, o disco marca uma virada que começou em “Nas Estâncias de Dzyan”, lançado em 2016. Juliano se afastou de influências mais determinantes em sua formação musical e passou a explorar um outro lado do pop, que agora se faz presente em arranjos mais limpos.

Um dos elementos que ficaram pelo caminho foi a bateria convencional do rock, por exemplo. Ainda assim, a missão de catalogar o som de Gauche é difícil, e nem de longe isso é um defeito.

“A intenção era firmar esse caminho que achei no ‘Dzyan’. É parte de um processo. Quando o som chegou no ‘Dzyan’, achei um caminho pela música mecânica. Tive que apostar em um desses lados que estavam vindo. Achei que isso ia sintetizar a minha intenção, que iria firmar uma identidade”, divaga Gauche, em entrevista por telefone ao Divirta-se.

REPERTÓRIO

Se antes escrevia uma música em três horas, o tempo fez com que o processo de composição ficasse um pouco mais complexo. A primeira metade do disco foi composta ainda em 2016, quando Gauche começou a colocar as coisas no papel, mas passou a interromper a música e a realizar atividades do cotidiano entre um rabisco e outro.

“Fazia uma letra durante vários dias. Acho que isso trouxe mais pontos de vista sobre a canção, porque passava mais tempo com ela na cabeça. A outra parte de ‘Afastamento’ foi concluída em 2017. Acho que esse hiato foi bom para ver o discurso que estava construindo. Foi um conceito que se formou. No final do ano passado, já sabia exatamente o que precisava fazer para terminar esse disco”, explica.

Questionado sobre a predileção por alguma canção específica, o músico diz que nem sequer consegue dividir “Afastamento” em faixas. “Pra mim é uma coisa só, enxergo o disco inteiro mesmo.”

Seguindo a tradição de seus outros dois álbuns, neste terceiro Gauche traz apenas uma música não-autoral. Em todos os projetos, o capixaba faz questão de registrar uma composição de algum parceiro e amigo.

Em “Juliano Gauche” (2013), a escolhida foi uma canção de Tatá Aeroplano. No segundo trabalho, o registro foi de João Moraes. Agora, a parceria foi firmada com Gustavo Macacko (ex-Bloco Bleque) em “Tem Dia Que é Demais”.

“O Macacko sempre vinha me visitar, já queria essa parceria tinha tempo. Ele está morando no Rio, eu em São Paulo, demoramos a ajustar as agendas. Mas essa faixa foi uma que já veio pronta e não deixou dúvidas, veio no contexto do que eu precisava. Foi a realização de um desejo antigo”, declara-se.

Afastamento

Juliano Gauche. Selo EAEO, 8 faixas. Quanto: R$ 20. Também disponível para audição nas principais plataformas de streaming.

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