Assassinada em Vitória, em 5 de julho de 1989, a colunista social Maria Nilce Magalhães volta a ser assunto na mídia. Desta vez, não pela tragédia, mas para uma homenagem. Trechos de sua história, incluindo a morte, serão apresentados no espetáculo de dança contemporânea "Poison", neste sábado (9), às 19h30, no Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu. A entrada é gratuita.
Peculiaridades da vida da colunista serão mostradas no palco. Inclusive, o nome do espetáculo é uma referência ao perfume preferido de Maria Nilce.
Com designer de luz concebido por André Estefson, o espetáculo levará o público a mergulhar na intimidade, devaneios, introspecções, o amor e a família da homenageada. "Já na primeira coreografia, que representa a crueldade de sua morte, a luz se apresenta como um elemento imprescindível que aproxima e afasta o espectador da cena, que oculta e revela. Seguindo assim por todo espetáculo, em uma iluminação que expõe minuciosos detalhes de uma rotina de vida intensa e instigante que não costumamos presenciar. Beleza e violência são as palavras-chave que traçam a dramaturgia de iluminação pensada por mim para a composição de Poison", destaca André Estefson.
Inspirado no livro "Eu, Maria Nilce" e também com base em conversas com amigos e familiares de Maria Nilce Magalhães, o espetáculo é um mergulho no passado da jornalista através da dança, que escancara aos olhos do espectador como foi a vida dessa mulher. "Construímos um perfil baseado nas nossas percepções a cerca da mulher e profissional Maria Nilce", declara o produtor cultural Artênio Dutra, idealizador de "Poison".
"Fomos em busca de detalhes e ficamos totalmente encantados com a ousadia dela, que teve uma presença marcante na sociedade capixaba", completa Artênio.
Poison tem direção geral de Karla Ferreira Pinto, direção artística e supervisão de dramaturgia assinada por Eliane Miranda, direção coreográfica de Patricia Miranda e idealização e concepção de Artênio Dutra. Conta ainda com a colaboração de Rubens Rocha (meitre em ballet e ensaiador), Lygia Machado (assistente de produção), Anderson Bardôt (trilha sonora), André e Juliano Ferreira Pinto (cenário).
OFICINA DE DANÇA
No dia da apresentação de Poison, às 16 horas, a bailarina e bacharel em dança Eliane Miranda vai ministrar, gratuitamente, uma oficina de dança contemporânea voltada para alunos de escolas de dança, professores e alunos de escolas do Ensino Médio. Os interessados devem se inscrever na hora.
O CASO
Maria Nilce Magalhães foi executada a tiros ao chegar com a filha Milla a uma academia de ginástica na Praia do Canto, em 5 de julho de 1989. A colunista social e proprietária do Jornal da Cidade tentou fugir dos dois homens que a abordaram, mas foi perseguida e morta quando tentava entrar num ônibus.
Para a polícia, na época do crime, a vítima foi morta por vingança, pois sabia quem eram as pessoas ligadas ao crime organizado no Espírito Santo e fazia críticas na coluna que escrevia no Jornal da Cidade. Seis pessoas foram indiciadas e um empresário foi apontado como o mandante do crime.
Um pistoleiro, um dos executores do crime, morreu na cadeia em 1992. Em 2012, o empresário apontado como mandante foi julgado e condenado a 13 anos de prisão. O piloto que deu fuga aos assassinos foi condenado a nove anos.
Serviço
Espetáculo de dança contemporânea "Poison"
Quando: sábado (9), às 19h30
Onde: Teatro Municipal Geraldo Cestari, em Itaguaçu
Entrada gratuita
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